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Sobre o conhecimento de Deus e o conhecimento do homem

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Mensagem por Admin Sáb Set 17, 2016 5:26 pm





Comentário de Ronald Nash sobre a posição do teólogo Cornelius Van Til

Escrito por Ronald Nash

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

Mais um pensador evangélico merece comentário no contexto dessa discussão. Cornelius Van Til, antigo professor de apologética cristã no Seminário Teológico de Westminster, tem influenciado muitos dentro da tradição Reformada. É bem conhecido que Van Til por anos sustentou que uma diferença qualitativa existe entre o conhecimento que Deus tem e aquele possuído pelos humanos. O conhecimento de Deus e o nosso não coincidem em nenhum ponto. Mas isso implica, sem dúvida, que nenhuma proposição pode significar a mesma coisa para Deus e para os humanos. Por vinte anos ou mais, como um crítico amigável das visões de Van Til, tenho mantido que a posição de Van Til implica em ceticismo.

Como Gordon Clark declarou tão bem:

Se Deus conhece todas as verdades e conhece o significado correto de toda proposição, e se nenhuma proposição significa para o homem o que significa para Deus, de forma que o conhecimento de Deus e do homem não coincidam em nenhum ponto, segue-se por necessidade rigorosa que o homem não pode ter nenhuma verdade, de forma alguma. Essa conclusão é o exato oposta das visões de Calvino… e mina todo o Cristianismo.

Somente recentemente, contudo, cheguei a entender que Van Til desenvolveu sua própria versão da Barreira *Dooyeweerdiana entre a mente humana e a mente de Deus. Para crédito seu, Van Til não abandonou sua convicção anterior que os homens podem ter conhecimento sobre Deus. Van Til sempre contendeu vigorosamente pela doutrina da revelação proposicional. Sua posição tem sido que podemos conhecer somente o que Deus revelou explicitamente. Certa vez perguntei a Van Til se, quando algum ser humano sabe que 1 mais 1 é igual a 2, o seu conhecimento é idêntico ao conhecimento de Deus. A pergunta, penso, era bem inocente. A única resposta de Van Til foi sorrir, dar de ombros, e declarar que a pergunta era imprópria no sentido de não ter resposta. Não tinha resposta porque qualquer resposta proposta presumiria o que é impossível para Van Til, a saber, que leis como aquelas encontradas na matemática e lógica se aplicam além da Barreira.

Van Til rejeita a suposição que uma pessoa possa conhecer algo sobre a mente de Deus que não seja produto da revelação especial. Diferente de Van Til, poucos cristãos têm alguma dificuldade em afirmar as três seguintes proposições: (a) 1 mais 1 é igual a 2; (b) Deus sabe que 1 mais 1 é igual a 2; e (c) quando um ser humano sabe que 1 mais 1 é igual a 2, seu conhecimento é idêntico ao conhecimento que Deus tem dessa proposição. Faz mais sentido rejeitar as premissas céticas da posição de Van Til do que negar qualquer dessas três afirmações. Nesse ponto, sem dúvida, Van Til e seus seguidores acusam que minha posição implica numa negação da soberania de Deus e da sua incompreensibilidade. A acusação é ridícula. Como Gordon Clark, não sou demovido por apelos ilusórios a textos da Escritura como Isaías 55:8-9.

Clark responde: Sem dúvida, a Escritura diz que os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos e que seus caminhos não são os nossos caminhos. Mas é boa exegese dizer que isso significa que sua lógica, sua aritmética e sua verdade são diferentes das nossas? Se assim fosse, quais seriam as conseqüências? Isso significaria não somente que nossas adições e subtrações estão todas erradas, mas também que todos os nossos pensamentos, na história bem como na aritmética, estão todos errados… Para evitar tal absurdo, que certamente é uma negação da imagem divina…devemos insistir que a verdade é a mesma para Deus e para o homem. Embora obviamente não conheçamos tudo, o que conhecemos deve ser idêntico ao que Deus conhece. “Deus conhece toda verdade, e a menos que conheçamos algo que Deus conhece, nossas idéias são falsas. Portanto, é absolutamente essencial insistir que existe uma área de coincidência entre a mente de Deus e a nossa mente”. Se isso é negado, somos deixados não somente sem qualquer conhecimento de Deus, mas sem nenhum conhecimento, seja qual for. Como alguém esperaria, é difícil para alguém sustentando uma posição como a de Van Til ser consistente. Em seu livro A Christian Theory of Knowledge, Van Til adverte que ninguém deve tomar o ensino bíblico sobre a soberania divina e a responsabilidade humana como uma contradição lógica. Na página 38 do mesmo livro, ele admite que a presença de uma contradição lógica na Bíblia contaria como uma evidência contra a afirmação de a Bíblia ser a Palavra de Deus. Nessas passagens, Van Til faz o que ele mesmo diz ser impossível: aplica a lei da não-contradição a ambos os lados da Barreira.

Em conclusão, alguém pode perguntar como Van Til sabe que nenhuma proposição pode significar a mesma coisa para Deus e para um ser humano, que nosso conhecimento e o de Deus não coincidem em nenhum ponto. Esse próprio conhecimento diz algo que está além da Barreira. Embora as variadas rejeições da lógica encontradas nos escritos de Torrance, dos seguidores de Dooyeweerd e de Van Til sejam (por causa de seus motivos sinceros) absurdos piedosos, elas ainda são absurdos. Fonte: The Word of God and The Mind of Man, Ronald Nash, p. 99-101.


* Sobre Barreira Dooyeweerdiana (Herman Dooyeweerd) começa com uma preocupação piedosa e louvável pela grandeza, majestade e magnificência de Deus; mas termina em agnosticismo e incoerência. Pois se nenhum dos nossos conceitos se aplica a Deus [ou se nenhuma das nossas inferências se estende a Deus], então não existe nada que possamos conhecer ou verdadeiramente crer sobre ele – nem mesmo o que é afirmado nos credos ou revelado nas Escrituras. E se não há nada que podemos conhecer ou verdadeiramente crer sobre ele, então, sem dúvida, não podemos conhecer ou verdadeiramente crer que nenhum dos nossos conceitos se aplica a ele. A visão… está fatalmente emaranhada em absurdo auto-referencial.

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