Palavra do Jovem/online: Jó 30 (Esse amor jovem, por vezes incompreensível, faz dos filhos vencedores)

Deus lançou-me na lama, E tornei-me como pó e cinza. Clamo a ti, e não me respondes; Ponho-me em pé, e olhas para mim. Tornas-te cruel para comigo, Com a força da tua mão me persegues. Levantas-me ao vento, fazes-me cavalgar sobre ele; Dissolves-me na tempestade. Pois sei que me levarás à morte, E à casa de reunião estabelecida para todo o vivente. Contudo não estende a mão quem vai cair? Ou ao ser ele destruído não dá gritos? Porventura não chorava eu sobre o que estava angustiado? Não se afligia a minha alma pelo necessitado? Esperando eu o bem, veio-me o mal; E esperando a luz, veio a escuridão. As minhas entranhas fervem e não descansam; Dias de aflição me sobrevieram. Denegrido ando, porém não do sol: Levanto-me na assembléia, e clamo por socorro. Sou irmão dos chacais, E companheiro de avestruzes. A minha pele enegrece, e se me cai, E os meus ossos estão queimados do calor. Por isso se trocou a minha harpa em pranto, E a minha flauta na voz dos que choram.”

Alguém já foi entregue a serpente para honra do Senhor?

Jó.

Se alguém puder provar que foi entregue, Deus o sabe, eu não posso dizer, ainda que em determinadas circunstâncias, o peso das provações foram de tamanha intensidade, que atrevidamente nos comparamos a Jó, e se alguém passou pelo vale da sombra da morte, sem qualquer comparação, louvo ao Senhor pela coragem.

Na lama foi lançado o homem, pó e cinza, como nada na presença de Deus, pelo menos é o que ele achava depois de tanto sofrimento. Um dia conversando com o Senhor face a face, no outro sem ouvir a voz de Deus, uma crueldade segundo a lógica do homem, o olhar do Senhor já não estava sobre ele como outrora, a perseguição veio do Santo, ele permitiu que a morte se aproximasse da Jó.

Gemidos.

Gemidos sem fim. Justificação de si mesmo. Existe algum motivo? “Eu tão fiel fui julgado entre os ímpios”, a confiança deixou o coração de Jó, seu amor, justificando-se que um dia ele amou, agora o sofrimento afastara sua alma de Deus.

Deus cruel? Que aposta foi essa entre Deus e o diabo? Foi para que Jó conhecesse realmente o amor de Deus. Como assim? Entregando Jó para sofrer. Não! Socorrendo Jó. Deus salvou Jó. Jó recebeu provas da misericórdia, a mão que ele achou perseguir, era a mão resgatadora, a morte na verdade era vida, todo o seu entendimento era pó, até que fosse derramado sobre ele a iluminação: “Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42:5-6).

Em todas as coisas, em cada uma delas, Jó não soube responder o Senhor.

Contender com Deus? Qual a razão?

Acusar Deus? Duvidar da sua justiça? Condenar? Procurando em si mesmo retidão?

Até que Jó conhecesse Deus, vivendo com todo o conforto, o diabo tinha como formular suas acusações, “ele é íntegro e justo, teme a Deus, evita o mal, pois, o Senhor o enche de bençãos, agora, tira tudo para ver sua consideração”, o único erro de Jó, foi considerar que Deus negava a ele sua justiça, que ele estava certo e Deus errado, que ele não tinha culpa e Deus era culpado.

Deus não faz mal a ninguém (Jó 34:12).

O grande teste de Jó! O mesmo teste para você jovem, para todos os cristãos, Deus é grande, ele confia em nós, ele confiou em Jó, o diabo tinha suas aspirações, não conseguiu corromper o coração de Jó, todo o episódio apenas envergonhou o adversário, criatura e Criador se uniram em laços de ternura, o homem que gemia de dor, sentindo os efeitos do que ele achava ser injustiça da parte de Deus, converteu-se ao amor divino, “o que seria de mim sem meu Criador, ele deu, ele tirou, tornou a dar outra vez, eu entendi, nada fiz, nada mereço, tudo que tenho é dele, tudo que sou ele criou, viver de mim mesmo não é entendimento, viver para Deus é meu dever”.

O Filho sendo rico se fez pobre para por amor tornar a humanidade rica (2 Coríntios 8:9), os filhos de Deus, Deus tirou tudo do Filho, para dar aos escolhidos a riqueza da sua graça. O diabo foi esmagado, ele saiu da presença do Senhor, como um dia também humilhado teve que deixar a presença do Filho (Mateus 4:11), agora compreendemos com mais perfeição, a submissão do Filho de Deus, ele não justificou a si mesmo, justificou a Pai, por meio do que sofreu aprendeu a obedecer (Hebreus 5:8).

Esse amor jovem, por vezes incompreensível, faz dos filhos vencedores.

Deus seja louvado.