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O filho de um taberneiro
NOVAS CRIATURAS :: DEBATES :: TEXTOS (EVANGELISTAS, PREGADORES, TEÓLOGOS, COMENTARISTAS BÍBLICOS, OUTROS)
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O filho de um taberneiro
A paz esteja com todos,
Estou postando textos sobre a vida de alguns evangelistas que não tiveram sua vida como preciosa. Deus abençoe. Boa leitura.
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JORGE WHITEFIELD, O FILHO DE UM TABERNEIRO (*)
Sante Uberto Barbieri
Sem embargo, sempre será lembrado na história da Igreja Cristã como um dos raros prodígios de oratória fulminante e quase demagógica. Pregava a tempo e fora de tempo, sem medida e sem preocupar-se com o esforço que isto exigia de seu físico, sempre enfermiço e sujeito a periódicos achaques. Calcula-se que num período de trinta e quatro anos, pregou dezoito mil sermões. Sua média semanal era de uns 10.
Na América assumiu o compromisso de viajar a cavalo num circuito de mil e quinhentas milhas (2.700 Km), para pregar incessantemente enquanto viajava. É incrível o que se conta acerca das multidões que se ajuntavam de todas as partes, quando corria a notícia de que ele se aproximava de alguma localidade. Vinham a pé, a cavalo, em carros, cruzando campos, vales e bosques, como que atraídos por uma força irresistível. E rara era a pessoa que o ouvia e não sentisse em si o desejo de arrepender-se de sua vida passada e aceitar a cruz salvadora de Cristo. Em certa ocasião, quando o médico o aconselhou a limitar suas pregações, escreveu em seu Diário: "Estou reduzido à curta ração de pregar somente uma vez por semana e duas vezes nos domingos".
Seu ministério foi repartido entre América e Grã-Bretanha. Cruzou o Atlântico treze vezes; seu itinerário na América compreendia desde o que é hoje o Estado de Geórgia até o Maine. Viajava para a Inglaterra, principalmente, a fim de levantar dinheiro para seu orfanato de Savannah e conservar vivas as relações na mãe-pátria. A América foi-lhe o campo predileto. De fato escreveu: "Agrada-me andar errante pelos bosques da América e muitas vezes penso que não devo mais voltar à Inglaterra".
E realmente não voltaria mais. Morreu no dia 30 de setembro de 1770, encontrando-se na época e apesar de seu precário estado de saúde, num giro evangelizante. É realmente impressionante o relato que temos de suas últimas horas de vida:
"Ele havia partido nesse mesmo dia para Newburyport, onde se esperava que ele pregasse no dia seguinte. Durante a hora da ceia, o pátio em frente à casa e mesmo a entrada encheram-se de gente que se empenhava em ouvir umas poucas palavras de seus lábios eloqüentes. Mas estava exausto e, levantando-se da mesa, disse a um dos clérigos que estavam com ele: "Irmão, diga a essa gente que eu não posso dizer-Ihes uma só palavra". E tomando de uma vela apressou-se em ir a seu dormitório, mas antes de chegar lá parou; uma sugestão de seu coração generoso lhe dizia que não devia abandonar assim uma multidão ansiosa e faminta pelo pão da vida que anelava receber de suas mãos. Parou sobre os degraus para dirigir-lhes a palavra. Ele já havia pregado seu último sermão. Esta seria sua última exortação. Pareceria que algum estranho pensamento, algum vago pressentimento se houvesse apossado de sua alma com a apreensão triste de que esses momentos eram demasiados preciosos para que os usasse em seu descanso. Demorou-se na escada, enquanto a multidão o contemplava com olhos chorosos, como Eliseu ao contemplar o profeta Elias que ascendia ao céu. Sua voz, que talvez jamais vibrasse mais musical e emotiva, fluía incessantemente até que a vela que levantara em sua mão, consumiu-se totalmente. Na manhã seguinte ele já não era: Deus o havia tomado para si". (11)
Morreu de um ataque de asma. Cumpriu-se, assim, o desejo que expressara em certa ocasião, quando um companheiro lhe recomendou não se excedesse em suas atividades e não pregasse tão amiúde como o fazia: "Quero consumir-me antes de enferrujar-me".
Assim terminou a vida daquele que fora o verbo mágico e eletrizante do metodismo calvinista. Em sua época, nenhum outro pregador teve a distinção de viajar tanto quanto ele o fizera, e de pregar com tanta veemência e constância num circuito tão vasto e cheio de inumeráveis tropeços e imprevistos.
(*) Texto extraído do capítulo V do livro "Extranha Estirpe de Audazes", escrito pelo saudoso Bispo Sante Uberto Barbieri.
O livro pode ser lido integralmente nesse site. O endereço do livro no site é http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricao.asp?n=47
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