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Entendendo o profeta Amós

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Mensagem por Admin Sex Fev 15, 2013 11:24 am



Por Tione Ehkardt

Damasco

Ao longo da história, Damasco sempre foi escala obrigatória para quem viajasse da Europa à Mesopotâmia e à península arábica. Daí sua importância comercial e estratégica.

Damasco, capital da Síria, fica às margens do rio Barada, numa vasta planície próxima à vertente oriental da cordilheira do Antilíbano. A lenda atribui sua fundação a Uz, filho de Aarão. Encruzilhada estratégica, desde tempos remotos foi cobiçada e conquistada por diversos povos: egípcios, hititas, assírios, gregos e romanos. Transformada em sede do califado omíada no século VII, teve sua importância diminuída com a instauração do califado abássida em Bagdá. Os cruzados cristãos não conseguiram conquistá-la em 1148, mas em 1260 Damasco foi ocupada pelos mamelucos. Depois caiu nas mãos dos mongóis e, em 1516, foi integrada ao império otomano.

A partir daí, a cidade chegou a ser um centro comercial de importância vital para a região, bem como passagem obrigatória para as peregrinações a Meca. Ainda assim, entre 1840 e 1860 Damasco foi abalada pela violência desencadeada pelo crescente fanatismo religioso, que vitimou tanto judeus quanto cristãos. O domínio otomano perdurou até o fim da primeira guerra mundial, em 1918. A cidade, ocupada por tropas inglesas, francesas e árabes, tornou-se capital da Síria, sob administração francesa. Em 1946, quando uma resolução das Nações Unidas determinou a retirada das tropas francesas, Damasco manteve-se como capital da Síria independente.

Entre 1948 e 1967, a cidade acolheu numerosos refugiados palestinos, procedentes de regiões como as montanhas de Golan, controladas pelos israelenses. Em outubro de 1973, na guerra do Yom Kippur, Damasco foi bombardeada pela aviação de Israel.

A zona sul da cidade, a cidade velha, é bastante muçulmana em seu traçado, repleta de ruelas estreitas e sinuosas. Encontram-se aí os principais mercados e mesquitas (como a Grande Mesquita de Damasco, ou mesquita omíada, iniciada por volta do ano 705), os bairros judeus e dos cristãos. Na cidade nova, ao norte, ficam diversos edifícios públicos.

Damasco não é importante apenas do ponto de vista político, administrativo e religioso, mas também do ponto de vista comercial. A economia tradicional se baseia no artesanato, notadamente o de tecidos de seda e algodão, de tapetes, de ourivesaria e de trabalhos de couro. A cidade também conta com modernas fábricas de calçados, cimento, vidro e têxteis. Tem redes de comunicação muito desenvolvidas. Damasco está ligada por ferrovias a Beirute, Trípoli e Bagdá, e dispõe de aeroporto internacional.

Sob os aspectos artístico e cultural sobressaem a mesquita omíada, o templo de Hadad, a casa de Ananias, o largo que comemora a conversão de São Paulo, as muralhas e o palácio de Qasr-al-Alblaq. Damasco abriga igualmente a principal universidade da Síria.

Faixa de Gaza

Território do sudoeste da Palestina, em torno da histórica cidade de mesmo nome, onde viveram os filisteus. Ocupada pelo Egito desde 1948 e por Israel a partir de 1967, foi devolvida aos palestinos em 1993.


Filisteus

Valentes e temíveis pela grande força física e pela superioridade das armas, os filisteus causaram pavor aos judeus, que os chamavam depreciativamente de incircuncisos. Atualmente, a expressão filisteu passou a denominar o homem grosseiro e bronco.

Povo de cujo nome em hebraico (pilishtim) derivou o topônimo Palestina, os filisteus invadiram a região que se tornou conhecida como Oriente Médio e ocuparam a Síria em 1200 a.C. Logo depois chegaram às portas do Egito, onde foram detidos pelo faraó Ramsés III. Instalaram-se, então, no litoral sudeste da Palestina e Gaza veio a ser uma de suas cidades.

Segundo os profetas Amós e Jeremias, os filisteus provinham de Caftor, vocábulo semelhante à palavra egípcia keftil, povo de Creta. Nos hieróglifos egípcios, os filisteus eram representados com um penacho de plumas. Sua aparência era mais européia que semítica. Suas armas, semelhantes às gregas, eram principalmente espadas curtas, lanças e escudos redondos.

Em suas lutas contra os israelitas, os filisteus lograram várias vezes dominá-los e escravizá-los. Na batalha de Afek, chegaram a apossar-se da arca da aliança. Mais tarde, os egípcios tomaram Gaza e a entregaram a Salomão. Tempos depois, os ataques dos egípcios, sírios e assírios determinaram a desaparição dos filisteus.

Tiro e Fenícia

Antiga cidade fenícia fundada no III milênio a.C., base da expansão dos fenícios no Mediterrâneo, cuja principal colônia era Cartago, resistiu aos cercos de Nabucodonosor (século VI a.C.) e Alexandre o Grande (século IV a.C.). É a atual cidade de Sur, no Líbano.

Os fenícios assimilaram as culturas do Egito e da Mesopotâmia e as estenderam por todo o Mediterrâneo, do Oriente Médio até as costas orientais da Península Ibérica. O maior legado que deixaram foi um alfabeto do qual derivam os caracteres gregos e latinos.

Chamou-se Fenícia à antiga região que se estendia pelo território do que mais tarde seria o Líbano e por parte da Síria e da Palestina, habitada por um povo de artesãos, navegadores e comerciantes. Biblo (futura Jubayl), Sídon (Saída), Tiro (Sur), Bérito (Beirute) e Árado foram as suas cidades principais. O nome Fenícia deriva do grego Phoiníke (país da púrpura ou, segundo alguns, terra das palmeiras). Na Bíblia, parte da região recebe o nome de Canaã, derivado da palavra semita kena'ani (mercador).

História: Os fenícios chegaram às costas libanesas por volta de 3000 a.C. Sua origem é obscura, mas sabe-se que eram semitas, provavelmente do golfo Pérsico. No começo, estiveram divididos em pequenos estados locais, dominados às vezes pelos impérios da Mesopotâmia e do Egito. Apesar de submetidos, os fenícios conseguiram desenvolver uma florescente atividade econômica que lhes permitiu, com o passar do tempo, transformar-se numa das potências comerciais hegemônicas do mundo banhado pelo Mediterrâneo.

A dependência dos primeiros fenícios em relação ao poderio egípcio iniciou-se com a IV dinastia (2613-2494, aproximadamente), é notada pela grande quantidade de objetos de influência egípcia encontrados nas escavações arqueológicas. No século XIV a.C., a civilização grega de Micenas fez seu aparecimento na Fenícia, com o estabelecimento de comerciantes em Tiro, Sídon, Biblo e Árado. As invasões dos chamados povos do mar significaram uma grande mudança para o mundo mediterrâneo: os filisteus se instalaram na Fenícia, enquanto Egito e Creta começavam a decair como potências. Dessa forma, a Fenícia estava preparada no século XIII a.C. para iniciar a sua expansão marítima.

A cidade de Tiro assumiu o papel hegemônico na região. Em pouco tempo, seus habitantes controlaram todas as rotas comerciais do interior, comercializando principalmente madeira de cedro, azeite e perfumes. Quando dominaram o comércio na área, iniciaram a expansão pelo Mediterrâneo, onde fundaram muitas colônias e feitorias.

Os fenícios escalaram primeiro a ilha de Chipre, com a qual há muito mantinham contato e no século X a.C. se estabeleceram em Cício ou Kítion (Larnaca). A faixa costeira da Anatólia também conheceu a presença fenícia, embora lá não se tenha estabelecido colônias permanentes. No sul da Palestina, sob domínio judeu, desde o fim do século XI a.C., assentaram-se colônias comerciais estáveis, assim como no Egito, sobretudo no delta do Nilo.

O Mediterrâneo ocidental foi, no entanto, a região de maior atração para os fenícios, que mantiveram relações econômicas com Creta, mas a presença dos gregos os induziu a dirigirem-se mais a oeste, chegando à Sicília, onde fundaram Mócia (Mótya), Panormo (Panormum) e Solos (Sóloi). No norte da África, os fenícios tinham-se estabelecido em Útica no século XII a.C. e fundaram outros núcleos no século IX a.C., entre os quais Cartago. Na Península Ibérica, Gades (Cádiz), fundada no século XII a.C., foi o porto principal dos fenícios, que ali adquiriam minerais e outros produtos do interior. Na ilha de Malta, a Fenícia impôs seu controle no século VIII a.C., e a partir de Cartago fez o mesmo em relação a Ibiza no século VI a.C.

O esplendor econômico e cultural da Fenícia viu-se ameaçado a partir do século IX a.C., quando a Assíria, que precisava de uma saída para o mar a fim de fortalecer sua posição política no Oriente Médio, começou a introduzir-se na região. O rei assírio Assurbanipal estendeu sua influência a Tiro, Sídon e Biblo, cidades às quais impôs pesados tributos. A dominação assíria obrigou as cidades fenícias a firmarem uma aliança: em meados do século VIII a.C., Tiro e Sídon se uniram para enfrentar os assírios, aos quais opuseram tenaz resistência; mas, apesar desses esforços de independência, a Assíria manteve sua hegemonia. Os egípcios, também submetidos à influência assíria, estabeleceram um pacto defensivo com Tiro no início do século VII a.C., mas foram vencidos.

No fim desse século, Nabucodonosor II impôs a hegemonia da Babilônia no Oriente Médio. O rei babilônico conquistou a região da Palestina e, depois de longo assédio, submeteu Tiro em 573 a.C. A Pérsia substituiu a Babilônia em 539 a.C. como poder hegemônico. A partir de então, Sídon passou a ter supremacia sobre as outras cidades fenícias e colaborou com o império persa contra os gregos, seus principais inimigos na disputa do controle comercial do Mediterrâneo. Os persas incluíram a Fenícia em sua quinta satrapia (província), junto com a Palestina e Chipre. Sídon procurou então uma aproximação com os gregos, cuja influência cultural se acentuou na Fenícia.

No século IV, o macedônio Alexandre o Grande irrompeu na Fenícia; mais uma vez, Tiro foi a cidade que apresentou a resistência mais forte, mas, esgotada por anos de lutas contínuas, caiu em poder de Alexandre em 322 a.C. Depois da derrota, toda a Fenícia foi tomada pelos gregos. Finalmente, Roma incorporou a região a seus domínios, como parte da província da Síria, em 64 a.C.

Economia: A Fenícia foi um dos países mais prósperos da antiguidade. Suas cidades desenvolveram uma florescente indústria, que abastecia os mais distantes mercados. Objetos de madeira talhada (cedro e pinho) e tecidos de lã, algodão e linho tingidos com a famosa púrpura de Tiro, extraída de um molusco, foram as manufaturas fenícias de maior prestígio e difusão. Também eram muito procurados os objetos de metal; o cobre, obtido em Chipre, o ouro, a prata e o bronze foram os mais utilizados, em objetos suntuários e em jóias de alto valor. Os trabalhos em marfim alcançaram grande perfeição técnica na forma de pentes, estojos e estatuetas. Os fenícios descobriram ainda a técnica de fabricação do vidro e aperfeiçoaram-na para confeccionar belos objetos.

O comércio se fez principalmente pelo mar, já que o transporte terrestre de grandes carregamentos era dificílimo. Essa exigência contribuiu para desenvolver a habilidade dos fenícios como construtores navais e os transformou em hábeis navegadores.

Sociedade e política: Para a construção de suas cidades e feitorias, os fenícios escolhiam zonas estratégicas do ponto de vista comercial e da navegação. Erguiam-nas sempre em portos protegidos, amplas baías que permitiam aos barcos atracar com facilidade e penínsulas abrigadas. As cidades eram geralmente protegidas com muralhas e os edifícios chegavam a uma altura considerável.

A classe dos comerciantes ricos exercia o domínio político em cada cidade, governada por um rei. A diversidade arquitetônica das casas fenícias, que foi possível conhecer, revela a existência de uma marcada diferenciação social entre a oligarquia de mercadores e o conjunto dos trabalhadores artesanais e agrícolas.

Religião: A religião dos fenícios era semelhante à de outros povos do Oriente Médio, embora também apresentasse características e influências de religiões e crenças de outras áreas como o mar Egeu, o Egito e mais tarde a Grécia, em conseqüência dos contatos comerciais.

A religiosidade se baseava no culto às forças naturais divinizadas. A divindade principal era El, adorado junto com sua companheira e mãe, Asherat ou Elat, Deusa do mar. Desses dois descendiam outros, como Baal, Deus das montanhas e da chuva, e Astarte ou Astar, Deusa da fertilidade, chamada Tanit nas colônias do Mediterrâneo ocidental, como Cartago. As cidades fenícias tinham ainda divindades particulares; Melqart foi o Deus de Tiro, de onde seu culto, com a expansão marítima, passou ao Ocidente, concretamente a Cartago e Gades.

Entre os rituais fenícios mais praticados tiveram papel essencial os sacrifícios de animais, mas também os humanos, principalmente crianças. Em geral os templos, normalmente divididos em três espaços, eram edificados em áreas abertas dentro das cidades. Havia ainda pequenas capelas, altares ao ar livre e santuários com estelas decoradas em relevo. Os sacerdotes e as sacerdotisas freqüentemente herdavam da família o ofício sagrado. Os próprios monarcas fenícios, homens ou mulheres, exerciam o sacerdócio, para o que se requeria um estudo profundo da tradição.
Cultura e arte: A civilização ocidental deve aos fenícios a difusão do alfabeto, cuja origem é incerta. Povo pragmático por natureza, os fenícios parecem haver adotado e simplificado formas de escrita mais complexas, talvez de procedência egípcia, para criar um alfabeto consonântico de 22 letras, que se escrevia da direita para a esquerda. Os gregos foram os primeiros a receber essa importante herança fenícia, que remonta ao século XIV a.C.; a exemplo dos latinos e outros povos da antiguidade, transformaram esse alfabeto e lhe incorporaram as vogais.

A arte fenícia constituiu um sincretismo de elementos egípcios, egeus, micênicos, mesopotâmicos, gregos e de outros povos, e tinha um caráter essencialmente utilitário e comercial. A difusão dos objetos fenícios pelo Mediterrâneo contribuiu para estender as influências orientalizantes à arte dos gregos, dos etruscos, dos iberos e outros. A peça mais destacada da escultura fenícia é o sarcófago de Ahiram, encontrado em Biblo, cuja decoração apresenta motivos talhados em relevo.


Semitas

O critério lingüístico é o único que permite definir inequivocamente uma família de povos semitas e postular para eles uma unidade pré-histórica. Provêm da cultura desses povos a escrita alfabética e as três grandes religiões monoteístas do mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo.

Semitas é o termo utilizado para designar um grupo de povos, entre os quais se destacam os árabes e os hebreus, que falam ou falaram línguas semíticas. A designação provém do livro bíblico de Gênesis, que menciona povos descendentes dos filhos de Sem. O texto bíblico arrola entre os semitas, no entanto, os elamitas e os lídios, cujas línguas têm outra raiz lingüística, e separa desse grupo os cananeus, filhos de Cam, povo de língua semítica. Modernamente, as línguas semíticas estão incluídas na família camito-semítica.

O território ocupado originalmente pelos povos semitas era uma extensão contínua que compreendia boa parte do Oriente Médio, limitada ao norte pelas cordilheiras Taurus e Antitauro, a leste pelo planalto iraniano, e a oeste e ao sul pela costa árabe do Mar Vermelho e do Oceano Índico.

Características dos povos semitas: Na família camito-semítica ou afro-asiática, incluem-se as seguintes línguas: acadiano, ugarítico, fenício, hebraico, aramaico, árabe, etíope, egípcio antigo, copta, líbico, berbere, guanche, somali, gala, afar-saho e haúça.

Em conseqüência das migrações, não se pode falar de um grupo étnico semita homogêneo, pois a diversidade de tipos raciais é muito grande. Ainda que todos sejam de raça branca, predominam as variedades armenóide, braquicéfala (crânios redondos) e mediterrânea-oriental, dolicocéfala (crânio alongado), além de inúmeros tipos mistos. Outros traços físicos são estatura mediana, olhos e cabelos escuros e nariz adunco. A miscigenação com outros povos modificou em muitos casos esses traços.

Originalmente, os semitas habitaram regiões áridas ou desérticas, de clima extremamente seco, salvo nos cursos de rios como o Eufrates e o Tigre, no litoral mediterrâneo e nos oásis. Em conseqüência, predominou entre eles o nomadismo, associado ao pastoreio e à agricultura irrigada e intensiva. O cristianismo, uma das três grandes religiões de origem semita, tornou-se universal. O judaísmo, pelo contrário, permaneceu restrito aos descendentes do povo de Israel.

Evolução das culturas semitas: A revolução neolítica, registrada a partir do ano 9000 a.C., período em que o homem conquistou as primeiras vitórias sobre a natureza mediante a domesticação de animais e a agricultura, ocorreu supostamente na antiga Mesopotâmia, região povoada pelos semitas e no Egito. Na mesma área, por volta do ano 5500 a.C., surgiram sociedades organizadas, com estrutura estatal e diversificação das atividades econômicas, no que se conhece como a primeira revolução urbana, à qual se seguiu o surgimento dos grandes impérios da Assíria e da Babilônia.

Povos semitas na antiguidade: Na parte baixa da Mesopotâmia, entre o rio Tigre, o golfo Pérsico, o deserto da Arábia e as colinas que marcam o limite com a alta Mesopotâmia, os assírios e os caldeus, em luta pelo domínio territorial, criaram grande número de cidades e se distinguiram pela capacidade guerreira e espírito expansionista, desenvolvendo uma das primeiras civilizações da antiguidade.

Enquanto no interior se estendiam os grandes impérios, na região de Canaã, estreita faixa do litoral ocupada posteriormente pelos estados da Jordânia e Israel, desenvolveu-se a primeira civilização marítima e comercial, a dos fenícios. Estabelecidos antes da chegada dos filisteus e dos hebreus, que terminaram por expulsá-los, dominaram as margens do Mediterrâneo mais pelo intercâmbio comercial do que pelas armas. Por terem se fixado ao longo da seção média da costa, pouco atraente para os invasores, sobreviveram ao extermínio total. As cidades fenícias (Tiro, Sidon, Biblos, etc.) não tinham boa comunicação por terra e várias expedições lançaram-se à conquista do mar, alcançaram o Atlântico e fundaram, em centros como Cartago (África) e Nova Cartago (Cartagena, Espanha), uma nova civilização semítica. Os gregos, em seus lugares de origem, e os romanos, na África e na Espanha, mais tarde dominariam esses povos.

Outros povos semitas foram os amonitas, os moabitas e os edomitas, habitantes da Antiga Palestina que sofreram os ataques dos filisteus (povos do mar procedentes da Grécia, não-semíticos) e dos hebreus, que finalmente os subjugaram. Nas colinas interiores próximas à costa do Mediterrâneo, os hebreus, em luta com cananeus e moabitas, criaram o judaísmo, primeira religião monoteísta. A grande expansão dos semitas ocorreu logo depois da fundação da religião islâmica pelos árabes, no século VII da era cristã. Os árabes pré-islâmicos foram os semitas de menor vocação religiosa. A assimilação progressiva da religiosidade se efetuou entre eles graças à convivência com os judeus, sobretudo depois da primeira diáspora babilônica, no século VI a.C., embora os cristãos (ortodoxos, jacobitas, monofisistas, etc.) também os tenham influenciado. O islamismo se propagou rapidamente por meio da guerra santa prescrita pelo Alcorão e em pouco tempo foi levado da Espanha ao oceano Pacífico.

Povos semitas atuais: Os dois grandes grupos semitas remanescentes são o árabe e o hebreu. Os judeus, israelitas ou hebreus eram integrantes de tribos semitas nômades que percorriam a área de terras férteis da Mesopotâmia até o Egito, através da Síria e da Palestina. Seu primeiro assentamento na Palestina, depois da longa permanência no Egito, deve ter ocorrido por volta do século XIII a.C.

Os hebreus não formam uma raça homogênea, pois passaram por diferentes transformações étnicas nos muitos países a que foram levados pela dispersão ordenada pelos romanos. Depois da diáspora, no século I da era cristã, os grupos hebreus que ficaram na Ásia conservaram melhor suas características do que os que migraram para a África e a Europa. Os europeus formaram dois grandes subgrupos: sefarditas e asquenazitas. Estes últimos se estabeleceram na Europa central e nos países eslavos e, além da língua do país que os acolheu, mantiveram o iídiche (judeu-alemão). Os sefarditas migraram para a Espanha (Sefarad é o nome da Espanha em língua hebraica) e, ao serem expulsos em 1492, passaram à Itália, Europa central, império turco e Marrocos. Falam também a língua dos países em que residem, mas muito deles conservam ainda o castelhano tal como era falado no século XV.

A habilidade dos judeus para o comércio e as finanças os levou a adquirir grande poder econômico nos países em que se fixaram, o que, somado a fidelidade à religião e à intolerância dos povos nativos, conduziu com freqüência a cruentas perseguições. No entanto, o genocídio mais brutal foi cometido pelo regime nazista na Alemanha, cuja perseguição sistemática levou ao extermínio de mais de seis milhões de judeus.

O século XX assistiu ainda a dois acontecimentos que afetaram os semitas e alcançaram grande repercussão mundial, um de natureza política e outro, econômica. Por um lado, as nações semitas do Oriente Médio, submetidas aos europeus no século XIX, conquistaram a independência no processo de descolonização iniciado após a segunda guerra mundial; por outro, o aumento do preço internacional do petróleo, produto do qual se encontram grandes reservas nos países árabes, forneceu os meios econômicos para que o Oriente Médio começasse a se desenvolver.

A partir da criação do Estado de Israel, em 1948, em território palestino, intensificou-se a cisão entre árabes e judeus, o que levou a guerras e a uma situação de permanente conflito. As colônias judaicas mais importantes encontram-se nos Estados Unidos, na Rússia e nos demais países da Comunidade de Estados Independentes (CEI), no Reino Unido e na França. Os grupos judeus nos países árabes, numerosos antes das guerras entre eles, diminuíram sensivelmente.
Os árabes constituem na atualidade um grupo muito mais numeroso que o dos judeus. Originários da península arábica, formaram o grande núcleo semita que, a partir do quarto milênio anterior à era cristã, emigrou para o Oriente Médio. Em seu êxodo, seguiram duas direções principais: contornaram o golfo Pérsico e se estabeleceram na antiga Caldéia e, através da península do Sinai, chegaram ao litoral do Mediterrâneo.

Os que permaneceram nos imensos desertos foram convertidos ao islamismo por Maomé e se lançaram à conquista do mundo a partir do século VII da Era Cristã. Posteriormente, o vasto império que formaram dividiu-se em numerosos estados. Em conseqüência dos ataques dos cristãos europeus, pelo Ocidente e dos turcos, pelo leste, foram submetidos a diferentes poderes até o século XX, mas conseguiram converter ao islamismo outros povos, como os turcos e os persas.

Os árabes têm a integração política dificultada pela diversidade de regimes políticos e pelas grandes diferenças econômicas, pois a riqueza dos países produtores de petróleo contrasta com a pobreza dos que carecem desse recurso. O território habitado pelos árabes, que não constitui um contínuo geográfico bem definido, compreende regiões da Ásia e da África e se estende do planalto do Irã até o oceano Atlântico, tendo como limite meridional o oceano Índico e as regiões orientais e ocidentais do deserto do Saara. Convivem com eles alguns povos de língua não árabe, como os berberes que, no entanto, costumam ser bilíngües. Alguns poucos grupos de língua árabe encontram-se fora desses limites, no Irã e no Sudão.

Edomitas

Povo semita que ocupou o sudoeste da atual Jordânia, entre o mar Morto e o golfo de Aqaba, por volta de 1300 a.C. Segundo a tradição judaico-cristã, os edomitas descendem de Esaú, filho mais velho de Isaac e irmão de Jacó. Também chamados idumeus.

Moabe

Filho de Ló com sua filha mais velha e que praticou rituais de prostituição religiosa em associação com sacrifícios aos mortos.

Moabitas

Os moabitas chegaram ao apogeu por volta do século IX, mas deles só restam poucos vestígios, como a pedra moabita, uma das mais antigas inscrições alfabéticas conhecidas.

Os moabitas viveram na Palestina oriental, entre os séculos XIV e IV a.C. Etnicamente próximos dos israelitas, são citados no Antigo Testamento em numerosas passagens da história de Israel. Seu ancestral, Moab, era filho de Ló, sobrinho de Abraão. Cultuavam o Deus Kemos, correspondente moabita de IHWH para os israelitas. Davi, futuro rei de Israel, que tinha a moabita Rute por ancestral, buscou proteção no reino de Moab contra Saul. Depois venceu e subjugou aquele reino, de onde Salomão trouxe esposas para seu harém.

No início do século IX a.C., o rei Mesa reconquistou terras perdidas por Moab e mandou gravar a pedra moabita. Seguiu-se um período de estabilidade e florescimento, até que no século VIII os assírios chegaram à região. Nessa época, os israelitas deixaram de conviver com os moabitas, apesar das afinidades lingüísticas, culturais e religiosas, porque Isaías e outros profetas condenavam suas práticas religiosas.

Moab participou, no início do século VI a.C., da coalizão que enfrentou a Babilônia. O historiador judeu Flávio Josefo (século I da Era Cristã) situa a derrota moabita no ano 582 a.C. Nos séculos seguintes, a região de Moab sofreu invasões de nômades até que foi conquistada pelos nabateus, provavelmente ao final do século IV a.C.

Apesar dos moabitas, serem considerados como inimigos de Deus e de Israel, a Bíblia mostra que algumas pessoas participaram e fizeram história, entrando, até mesmo, para a descendência de Jesus, como é o caso de Rute (Rt 1.22; 2.6; 4.10) que teve como descendente o famoso rei Davi.

Amon

Filho da relação incestuosa entre Ló e sua filha mais nova e que mais tarde é conhecido através dos amonitas. Estes foram levados para Jerusalém por intermédio de Salomão, quando teve mulheres amonitas no seu harém. É importante saber que os amonitas também fizeram parte da história do povo de Israel, através de Naamá, mãe de Roboão que era amonita, conforme 1 Reis 14.31.

Os amonitas tinham como Deus soberano, Milcom (1 Rs 11.5) e no seu panteão havia outros como o Deus de Moabe, Camos ou Quemos.

Milcom: também é conhecido na Bíblia como Moloque ou Molek. É citado como sendo o Deus dos fenícios e dos moabitas e isto era uma prática comum dos povos cananeus do norte (Cartago). A adoração a este Deus era feita através do sacrifício de crianças no vale de Hinom ao sul de Jerusalém. Conforme consta em 2 Reis 23.10 a imagem de Milcom era de bronze, oca que era aquecida por lenha e tinha os braços estendidos. O sacerdote pegava a criança do colo dos pais e a colocava nos braços de Milcom, ao som de tambores, para abafar o choro da criança.

Camos ou Quemos: um dos Deuses do panteão moabita que passou a fazer parte do panteão de Jerusalém por intermédio de Salomão, conforme consta em 1 Reis 11.7,33. Sua adoração era igual a adoração feita a Milcom, isto é, sacrifícios de sangue.

Edom

Edom é o nome dado à descendência de Esaú, mais conhecida como edomitas ou edumeus.

Prostituição

Popularmente chamada de a profissão mais antiga do mundo, ela é moralmente reprovada em quase todas as sociedades, dada a degradação que representa para as pessoas que a praticam.

Prostituição é a atividade que consiste em oferecer satisfação sexual em troca de remuneração, de maneira habitual e promíscua. A definição de prostituição baseia-se em valores culturais que diferem em várias sociedades e circunstâncias, mas geralmente se refere ao comércio sexual de mulheres para satisfação de clientes masculinos. Também há formas masculinas de prostituição homossexual e, em menor proporção, entre homens que alugam seus serviços para mulheres. Em sociedades muito permissivas, a prática da prostituição se torna desnecessária; em culturas demasiado rígidas, é perseguida e punida como delito.

Nas sociedades primitivas, nas quais não existia a propriedade privada nem a família monogâmica, não se praticava a prostituição nem outro tipo de serviço pessoal remunerado. São conhecidos, contudo, casos de tribos pequenas nas quais os homens podiam incitar as mulheres à relação sexual mediante a oferta de objetos por elas apreciados. Em outros povos, a prostituição de meninas foi praticada como rito de iniciação à puberdade.

Com as primeiras civilizações da Mesopotâmia e do Egito surgiram as prostitutas sagradas, vinculadas a certas divindades e a determinados templos. Na antiga Grécia também ocorreu a prática sexual relacionada ao culto religioso. A prostituição propriamente dita, tanto na Grécia quanto em Roma, era controlada pelo estado, que cobrava altos impostos das prostitutas e as obrigava a usar roupas que identificassem a profissão. As heteras ou hetairas gregas, cortesãs cultas e refinadas que freqüentavam reuniões e festas de intelectuais e políticos, exerciam um tipo de prostituição respeitado.

Durante a Idade Média européia, a igreja cristã tentou sem sucesso eliminar a prostituição, mas a sociedade, orientada pelo culto do amor cortês, em que os casamentos eram arranjados com finalidades políticas ou econômicas, favorecia o florescimento da atividade. A prostituição passou a ser regulamentada e protegida por lei e a constituir uma importante fonte de ingressos para o poder público. As cortesãs também foram dignamente tratadas nas cortes do Renascimento italiano. No século XVI, uma epidemia de doenças sexualmente transmissíveis somou-se ao puritanismo da Reforma religiosa para lançar uma ofensiva contra a prostituição. Com a industrialização, as aglomerações urbanas voltaram a oferecer condições de expansão para a prostituição.

As iniciativas de cooperação internacional para erradicar o tráfico de mulheres se iniciaram em 1899. Em 1921, a Liga das Nações estabeleceu um comitê para tratar do tráfico de mulheres e crianças e, em 1949, a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas adotou uma convenção para suprimir a prostituição. Desde o início do século XX, a maior parte dos países do Ocidente se inclinou para a descriminalização da prostituição e para a dissolução do vínculo entre prostituição e atividades criminais a ela associadas. Em geral, a prostituta só é perseguida no caso de incitar publicamente a realização de ato sexual. Considera-se delituosa, no entanto, a atividade dos proxenetas e de pessoas que fomentam a prostituição ou se beneficiam do comércio do sexo e a dos que obrigam outras pessoas a se prostituir.

Com o advento dos antibióticos e a disseminação de medidas profiláticas e de higiene, o controle de um dos males correlatos da prostituição, a propagação de doenças sexualmente transmissíveis, parecia próxima. O surgimento da AIDS, no entanto, tornou a prática da prostituição potencialmente fatal para prostitutas e clientes e exigiu a intervenção do poder público para divulgar medidas de prevenção. Em alguns países houve tentativas de reeducação das prostitutas para adaptá-las à sociedade mediante a realização de trabalhos considerados moralmente dignos. Nas nações mais pobres, no entanto, a miséria, a prostituição e as doenças se entrelaçavam. Um dos mais graves problemas que afligia a sociedade brasileira no final do século XX era a prostituição infantil, comum especialmente entre as camadas mais pobres das capitais nordestinas e nos garimpos. Freqüentemente, as meninas eram recrutadas para essa atividade mediante seqüestro, porém isto ainda ocorre até hoje, no início do século XXI.


Introdução

Amós, proclama a sua mensagem ao reino de Israel (Norte) no final do reinado de Jeroboão II (2 Rs 14.23-29) e no reinado de Ozias, rei de Judá (2 Rs 15.1-7; 2 Cr 26). Amós era de Tecoa, uma pequena aldeia de Judá que ficava localizada a 9 km a sudeste de Belém. Amós não era apenas um pastor de gado, que hoje é mais conhecido como boiadeiro, também era cultivador de sicômoro que é um fruto muito parecido com o figo e comum naquela região. Ele leva a sua palavra a Israel e aos povos vizinhos dois anos antes de ocorrer um terremoto, que provavelmente ocorreu no século VII a.C.

Contexto

Durante o reinado de Jeroboão II os israelitas viviam um momento de muito luxo e lazer, isto ocorreu porque Jeroboão firmou comércio com a fenícia e passou a cobrar pedágios das caravanas que atravessavam Israel e a Arábia. Sem contar que a Síria estava num momento de queda, por estar sendo atacada pela Assíria, o que possibilitava a expansão territorial por parte de Israel, por isso Jeroboão conquistou até Hamate.

Em conseqüência desta evolução territorial os israelitas começaram a ter mais recursos financeiros em algumas áreas como: agricultura, têxtil e tinturaria, o que acarretou em diferença nas classes sociais, principalmente por causa da opressão sobre os menos favorecidos que eram extorquidos e injustiçados.

Entretanto, há um dado importante que precisa ser analisado. Se Amós era um boiadeiro e cultivador de sicômoros, ele poderia ser um empregado, mas também podia ser dono de uma boa propriedade. E a sua profecia é feita baseada no problema já existente entre os judeus e os israelitas. Lógico, que os judeus não gostaram desta época de crescimento dos israelitas e por isso os erros são apontados.

Apesar desta teoria ser descartada e nem ser comentada por muitos estudiosos, que preferem apontar para os problemas sociais, ela é existente e o texto não tira as dúvidas, mas gera uma enorme possibilidade disto ser real. No decorrer do livro de Amós, o estudante terá mais bases para fortalecer a sua teoria, seja a teoria da injustiça social ou a da inimizade entre Israel e Judá.

Jeroboão II

É interessante observar que as histórias que a Bíblia contém apresentam como base para a veracidade, o reino de Judá (Sul). Isto pode ser visto em 2 Reis 14.23, onde o texto inicia falando sobre o reinado de Jeroboão II, mas para determinar a data, coloca o reino de Amasias, rei de Judá como sendo a base para a cronologia histórica. Assim continuam as narrativas bíblicas, sempre apresentando uma história tendenciosa a favor de Judá e difamando os feitos de Israel.

Ozias

Em 2 Crônicas 26.16-21 é comentado sobre o pecado de Ozias, sucessor de Amazias, dizendo que ele entrou no altar do Templo para queimar incenso a IHWH e que Azarias e seus alunos da escola de profetas o condenaram e tentaram impedi-lo de realizar esta oferenda e isto é detectado como o eu pecado e a causa de sua lepra. Entretanto, esta atitude só foi proibida após o Exílio, ficando a cargo dos descendentes de Arão. Mas, em contrapartida, no livro de 2 Reis 15.3,4 é mencionado que ele não foi tão fiel a IHWH, porque deixou que a adoração continuasse sendo a um panteão, como nas demais culturas.

Ao iniciar a leitura do livro de Amós, é possível observar que a linguagem utilizada é cheia de figuras e tem um estilo poético, por isso é preciso estudar seu livro em blocos.

1.2 - Nações Vizinhas: no versículo 2, Amós inicia falando sobre o local que é o centro de adoração para os judeus, Jerusalém. Ao falar sobre Sião, que seria a morada de IHWH, Amós não respeita os israelitas e despreza os centros de adoração existentes em Israel como Betel e Gerizim. Com este início de texto já é possível detectar que Amós será contra Israel e sempre a favor de Judá.

É importante observar que Amós utiliza um estilo literário poético, onde a expressão por três crimes... e por quatro... designa uma quantidade indeterminada, seja pequena ou grande, dependendo do contexto e demonstra que haverá um castigo irrevogável.

1.3-5 - Damasco: há uma crítica aberta contra Hazael e Bem-Hadad III, seu filho, que eram reis arameus e que foram inimigos de Israel. Ao citar Biceat-Áven e Bet-Éden, Amós está falando de regiões que eram utilizadas como estratégias bélicas e da crueldade que os Arameus (Sírios) cometiam contra as nações que eram dominadas. Quir é uma referência a um lugar distante e que foi destruído e não há mais nada que a sustente, provavelmente é uma referência a Ur dos Caldeus.

O versículo 5 demonstra ainda que a profecia foi falada após a campanha de Tiglate Pileser em 733-732 d.C.
1.6-8 - Filistéia: a crítica agora é contra a parte marítima da região e porque os filisteus entravam em acordo com os impérios para que houvesse o livre comércio, principalmente, a deportação de escravos que, as vezes, era feito com toda uma cidade.

1.9,10 - Tiro e Fenícia: Tiro também participava do comércio de deportação de pessoas, mas não dos escravos. Provavelmente, a crítica aqui se dá porque Tiro entregava os povos menores ao fazer acordo com os impérios e desta forma conseguia se livrar das taxas de impostos.
Amós critica Tiro por causa do bom relacionamento que chegou a existir com Israel na época de Salomão e de Acabe e Jezabel (1Rs 5.26; 9.13; 16.31). Entretanto, na época, o povo de Israel e os profetas, Elias e Eliseu, criticavam muito esta aliança.

1.11,12 - Edom: Amós faz uma referência à relação encontrada em Gênesis 33.4, só que muda a história e diz que Edom está apunhalando a Israel, por meio de um falso laço de amizade. Na verdade, Amós está se referindo ao comércio de escravos que Edom praticava e que tinha como escravos muitos israelitas.

1.13-15 - Amon: a crítica aqui se refere à forma de guerra que eles empregavam e que consistia em matar as grávidas para não haver uma geração do povo conquistado. Esta prática era comum naquela época, os sírios, os amonitas, Tiglat-Pileser, Hazael e outros faziam o mesmo, até mesmo, Israel fez isto quando começou a conquistar territórios em Canaã.
Nesta passagem também há a citação de uma tempestade que iria inundar a capital de Amon.

2.1-3 - Moabe: a crítica é feita porque os moabitas queimavam os ossos dos seus conquistados, isto é, os incineravam e isto era um crime aboinável para os semitas, porque criam que isto tornava alma infeliz na outra vida. É possível notar que a crítica feita a Moabe se refere a participação de cultos e rituais pagãos.

Estes seis primeiros oráculos se referem às cidades que estão à margem de Israel e Judá e que fazem constantes acordos com os impérios e enriquecem com o comércio de escravos e com as facilidades geradas para que os povos percorressem as outras terras e as dominassem.

Pode-se observar que Amós inicia falando contra os reinos que circundam Israel e Judá. Reinos contra os quais Israel e Judá sempre lutaram, mas com a divisão dos reinos, passaram a respeitar Israel por conseguir suportar tanta pressão dos impérios. Também passaram a respeitar os israelitas, principalmente, Jeroboão II porque este aprendeu a se beneficiar com a posição estratégica de suas terras.

2.4,5 - Judá: Amós faz uma pequena crítica ao povo de Judá, mas é possível ver que na crítica feita aos israelitas ele se refere a Israel como sendo todas as doze tribos. Entretanto, não dá pormenores ao citar o povo de Judá. É fácil entender isto porque Amós está falando para o povo de Israel.

A crítica feita a Judá tem um tom suave, como se fosse algo aceitável. Na verdade, o erro de Judá é o mesmo de sempre e que os profetas apontam nos outros povos, mas ao se tratar de Judá, terra do profeta, este erro pode ser reparado e perdoado por Deus.

É possível ver que o profeta não enfatiza os erros de Judá, mas eles estão claros no texto. Afinal, desprezar a Torá, não guardar as ordenanças e adorar outros deuses existentes no panteão, era um fato antigo e que os profetas sempre criticaram. O texto apresenta que Judá seria destruída até o fim, isto é, aniquilada. Mas a ênfase de Amós não está em falar sobre os erros que os judeus cometiam, mas nos erros dos israelitas que se encontra o seu tema principal.

2.6-16 - Israel: pode-se observar que ao falar sobre os erros de Israel, Amós apresenta mais detalhes e os apresenta em quatro pontos distintos:

1- Escravidão: por causa do acordo feito com os povos vizinhos e do comércio escravagista existente na região, os israelitas não julgavam as pessoas de forma correta. Eles não perdoavam os erros das pessoas, por isso as tornavam escravas (devedoras) e vendiam ou confiscavam seus bens. Se faziam isto com os que tinham certo poder aquisitivo, ou para entender melhor, pessoas da classe média-alta, é fácil entender o que faziam com os pobres e miseráveis da época. Israel os vendia por qualquer preço.

2- Opressão e conduta imoral: Amós dá detalhes da opressão que os pobres sofriam, principalmente as escravas. Além de ressaltar que os israelitas faziam com que as pessoas cometessem erros, por causa da conduta imoral e contrária aos ensinamentos da Tora e dos códigos existentes, eles aproveitavam dos erros e saciavam o seu prazer sexual com as escravas e de forma vergonhosa, mostrando que não tinham princípios. É importante ressaltar que o problema destacado por Amós não é o incesto, nem a prostituição sagrada, mas o abuso para com as escravas.

3- Abuso religioso: Israel cometia o mesmo erro de sempre. Seus sacerdotes se aproveitavam da ignorância do povo e furtavam as oferendas destinadas a Deus. Sem contar que eles multavam as pessoas com multas pesadas só para o benefício próprio. Sem contar que eles não estavam se separando para servir a Deus. O sacerdócio passou a ser uma profissão interessante e lucrativa, que qualquer pessoa com poder poderia assumir e aproveitar do povo em nome de Deus. Coisa muito comum no século XXI, se bem que isto é um ato praticado pelos líderes religiosos no decorrer de toda história da humanidade.

3.1-7 - O profeta: Amós inicia seu oráculo, neste capítulo, destacando a sua vocação profética e a relaciona com a autoridade vinda da parte de Deus. O axioma destes versículos é simples: o profeta fala as palavras que saem da boca de Deus e Deus só fala por meio dos profetas.

3.8-4.13 - Os templos: o oráculo de Amós inicia demonstrando que o profeta era aquele que realmente tinha conhecimento dos acontecimentos ao redor do seu mundo habitado. Ao citar Azoto (Assíria) e Egito, Amós mostra o conhecimento desses dois grandes impérios que estão ao redor dos reinos do Norte e Sul. Amós sabia que Tiglate Pilaser estava dominando os reinos e destruindo os povos que tentavam resistir. Por isso ele fala que de Samaria seria possível ver Israel todo destruído.

Os primeiros lugares a serem dominados seriam os templos e as casas luxuosas onde os lideres do povo viviam (Samaria, Betel, Guilgal, casas de inverno, verão, marfim e outras).

As prostitutas sagradas perderiam o seu poder e seriam humilhadas e mortas. Amós apresenta em seu oráculo uma expressão debochada em relação ao falso poder que elas acreditavam ter: vacas de Basã.

Amós demonstra que não era por freqüentarem constantemente os templos e os cultos ou por oferecerem frequentemente as ofertas e dízimos que o povo seria ouvido pelos Deuses que habitavam o panteão. Pode-se ver que Amós destaca que o problema não era a adoração aos Deuses, mas a forma em realizá-la por vontade própria (vossos e vossas). Ele alega que a fome, as chuvas esporádicas em certas regiões e, consequentemente a seca que gerou perdas em várias áreas da agricultura e as pragas que consumiram as plantações que sobraram e mataram os seus animais, foi uma ação de repreensão por parte de Deus. A causa apresentada para isto é o afastamento das ordenanças dadas por Moisés. Para ratificar este seu pensamento, Amós apresenta o Deus IHWH como sendo o soberano do panteão.
É lógico que tudo isto que ocorreu foi uma conseqüência natural da região, mas Amós a aplica de forma bem inteligente, demonstrando a ira de Deus para com o povo de Israel.

5.19.15 - A solução: a partir do capítulo 5, Amós apresenta uma possível solução para Israel. Esta solução já era de se esperar pelo simples fato dele iniciar seu oráculo falando que Jerusalém é o único lugar para adorar ao Deus IHWH. Por isso ele desfaz de todos os lugares de adoração existentes em Israel e apresenta Jerusalém como sendo o lugar único e verdadeiro, o qual foi iniciado pelos patriarcas (Bersabéia).

Utilizando várias figuras de linguagem, Amós apresenta novamente a Deus IHWH, como sendo o soberano do panteão e relata os problemas vividos pelo povo como sendo uma intervenção divina. Amós não dá outra saída a não ser adorar a IHWH em Jerusalém, caso isto não ocorra Israel será aniquilado.

Por isso critica abertamente os cultos praticados e atribui os problemas políticos e sociais de Israel a uma falta de resposta da parte de IHWH, como sendo uma repreensão e reprovação divina. Então ele anuncia a punição que o povo receberia e avisa que as nações inimigas seriam testemunhas desta.

Também acusa: as festas realizadas pelos ricos às custas dos pobres, o fato de abominarem a repreensão e resistirem à verdade, aceitarem subornos, negligenciarem os necessitados e afligirem os retos para com IHWH e diz que a consequência disto seria o exílio. Avisa que IHWH havia tentado fazer com que eles se arrependessem para serem alcançados por sua misericórdia.

Amós relata cinco (5) visões que teve de como seria o castigo e diz que nas quatro (4) primeiras intercedia pelo povo e IHWH o ouvia, porém na quinta IHWH destruiria tudo e todos seriam aniquilados, inclusive o Templo.
Amazias, sacerdote de Betel, ao ouvir as palavras de Amós, o denuncia ao rei, tenta prende-lo e levá-lo diante do monarca. Porém como todo profeta do Antigo Testamento, Amós anuncia que ainda há uma esperança, onde a dinastia davídica seria restaurada, o nome de IHWH seria exaltado e Israel seria restabelecido novamente para sempre.


Conclusão

Apesar de Amós ser bem voltado ao seu povo, ele deixa uma mensagem bem clara e para os dias atuais do século XXI. Não adianta estar no meio do povo que se denomina escolhido ou povo de Deus ou evangélico, porque o mais importante é praticar os ensinamentos contidos na Bíblia.

Afinal os ensinamentos contidos na Bíblia, principalmente no Antigo Testamento, não aceitam a injustiça social, a opressão aos pobres e a falta de amor entre os homens.

É um livro histórico mas que demonstra que é muito perigoso para o homem ter certos poderes sobre as pessoas e que não adianta falar em Deus ou dizer que o serve, porque é preciso aprender a respeitar e a amar as demais pessoas, com atos, sinceridad
e e amor.

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