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Parábola da Vara de Amendoeira e da Panela a Ferver
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Parábola da Vara de Amendoeira e da Panela a Ferver
Parábola da Vara de Amendoeira e da Panela a Ferver
(Jr 1:11-19)
Sobre a linguagem figurada des¬se capítulo, Ellicott diz que, “Como antes, vemos aí o elemento do êxtase e das visões, símbolos não escolhidos pelo profeta, mas —disso podemos ter certeza— adaptados à sua formação, às suas inclinações e, por assim dizer, ao seu temperamento. A poesia dos símbolos é de extraordinária beleza”.
A dupla parábola diante de nós era para os olhos e para os ouvidos e faz lembrar uma das parábolas do nosso Deus. Como comenta certo autor, “na instituição da ceia do Senhor e quando ele lavou os pés dos discípulos, temos parábolas que chamam a atenção pelos olhos, não pelo ouvido, ambas de caráter mais impressivo do que as meras palavras. Quando Cristo lavou os pés dos apóstolos, encenou uma parábola, e temos no AT muitos casos em que os profetas recebem ordens de fazer esse tipo de encenação”. No Memorial da ceia, a encenação não recebe tanto realce, mas pode ser considerada uma parábola em visões, uma vez que, por meio de um símbolo (I Co 11:26), serviu de predição aos discípulos e de declaração para nós da “morte do Senhor”.
A visão que Jeremias teve nesse capítulo de abertura de sua profecia era parabólica e contém um pensamento em diferentes estágios de desenvolvimento. A mudança na metáfora da agricultura para a arquitetura é digna de nota. Lemos sobre “extirpar”, “demolir” e “edificar”, o que dá a entender que a restauração depende do arrependimento. As predições de Jeremias eram sobretudo denunciadoras; dessa forma, a destruição das nações é apresentada em primeiro lugar e com grande variedade de termos para só depois mencionar a restauração delas.
A vara de amendoeira. Em contraposição às palavras iniciais de terror, mas ainda em harmonia com a mensagem de esperança, Jeremias vê uma vara de amendoeira, com seus vivos e rosados brotos, florescendo em janeiro e dando o seu fruto em março; e vê suas folhas verde-claros, sinal do começo da primavera, surgindo da melancolia do inverno. No original, o nome que Jeremias dá à amendoeira, nome poético e raro, torna o símbolo mais expressivo. Significa literalmente “a árvore vigilante”, ou “a vigia”, ou a árvore “que se apressa em acordar”, porque desperta de sua hibernação antes das outras árvores. Nessa parábola, Deus mostrou a rápida execução do seu propósito: “eu velo (em hebraico, apresso-me) sobre a minha palavra, para a cumprir” (Jr 1:12). Jeremias faz um jogo entre a palavra traduzida por amendoeira, que em hebraico também significa “vigia”, e velo (ou me apresso), que denota a ação daquele que vigia. Os juízos decretados contra a nação judaica estavam próximos do cumpri¬mento (Am 8:2).
A panela a ferver. Nessa ilustração parabólica, o profeta revela o lado sombrio do seu ministério. Numa visão, Jeremias viu, num monte de lenha em chamas, uma grande panela de metal, fervente e fumegante, inclinada para o norte, de onde poderia despejar seu conteúdo escaldante sobre o sul. Aqui temos o instrumento que executaria outra palavra de Deus. A fervura foi possível pelas chamas sob a panela, mantidas por um sopro —símbolo oriental da fúria da guerra. A aflição estava vindo do norte. “A panela voltava-se para o norte, com a boca a ponto de despejar o seu conteúdo em direção ao sul, a saber, sobre a Judéia.”
Os judeus foram comparados a uma panela fervente, mostrando que Deus permitiu que fossem lançados como carne numa panela e fervessem até ser reduzidos a quase nada. Primeiramente, Deus usou a punição branda da vara (Rm 2:4), mas sem resultado. Recorreu ao castigo mais severo da fervura (Êx 20:5; SI 7:12; Hb 10:31). O castigo intensificou-se por ter-se agravado o pecado da nação. Que forte contraste existe entre a beleza primaveril da vara de amendoeira e a panela fervente, sendo esta a ilustração dos terrores das regiões ao norte do seu país, Assíria e Caldéia, terrores esses que Israel podia dar como inevitáveis (Mq 3:12).
O capítulo termina referindo-se a Jeremias como cidade fortificada: coluna de ferro, muros de bronze. Es¬sas imagens de fortaleza, sobrepostas umas às outras, asseguravam ao profeta a presença e a proteção da¬quele que o comissionara a testemunhar em seu nome. Os reiterados encorajamentos foram necessárias à temerosidade própria da constituição de Jeremias (v. ITm 4:12; 6:13; 2Tm 2:3).
Por Herbert Lockyer.
Eldier Khristos- Membro
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Data de inscrição : 10/07/2010
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