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Congregação Cristã dos KRENAK: As missões evangelísticas do ministério

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Mensagem por Admin Qui Dez 09, 2010 3:33 pm

Paz,

Mais uma missão da Congregação Cristã em terras indígenas.




A inserção da Congregação Cristã do Brasil na aldeia Vanuíre

Congregação Cristã dos KRENAK: As missões evangelísticas do ministério Ccbarcoirisaledeia2004[/URL]



(...) essa é uma bandeira que Deus levantou na
nossa vida, o cartão postal da aldeia. É...muitos
falam que ela é um cartão postal. E é verdade é
muito bonita, muito bonita.
Foto: Garcia, Renata de Campos. 2006




A Igreja Congregação Cristã na aldeia Índia Vanuíre



Em 2002, foi construído na área indígena, o templo da Congregação Cristã do Brasil que segue o mesmo padrão arquitetônico dos demais. Antes dela, os índios convertidos frequentavam a CCB de Arco-Íris, sendo o trator, muitas vezes, o único meio de transporte que os levava até lá. As dificuldades no transporte, segundo eles, eram amenizadas pela mão de Deus. Lembram que nos dias chuvosos nem as crianças reclamavam do frio e chuva, e só chegando à aldeia é que notavam estar completamente molhados. Deus também os teria livrado da morte durante esse trajeto, numa ocasião, em que retornavam da igreja e o trator ficou sem uma das rodas, que eles viram a sair rolando na frente do carro. Assim, atribuem a Deus o fato de nada haver acontecido aos que estavam no trator, pois, sem a sua divina proteção poderiam ter morrido.

Os convertidos de Vanuíre seguem os mesmos costumes das demais, as irmãs usam saias longas, cabelos compridos, enquanto os homens usam ternos nos cultos e, mesmo no dia a dia, vestem-se sempre com calça social, ainda que usando chinelos de dedo. Nos cultos, as mulheres mantêm-se separadas dos homens e todas, até mesmo as meninas, usam o véu branco.

A liturgia segue a mesma ordem das encontradas em outras Igrejas: hino, leitura bíblica, testemunho, hino e oração. Os hinos são acompanhados pela banda formada por homens que ficam no centro do templo. O conhecimento musical das mulheres sofre restrição, elas não podem tocar todos os instrumentos; elas recebem aulas de órgão, na Congregação Cristã, localizada na cidade de Tupã, sendo a flauta o outro instrumento musical a que têm acesso, informação que obtive ao demonstrar meu interesse pelo objeto.

A leitura e explicação do trecho bíblico são feitas pelo cooperador que rege o culto.

No começo, era um não índio morador da cidade de Arco-Íris, mas em 2008 os Anciães “sentiram” que o cacique Gerson Cecílio Damaceno, que já era cooperador de jovens, deveria tornar-se cooperador de adultos. A conversão de um líder torna mais fácil a adesão daqueles que o escolheram para representá-los, além do fato de ser necessária a permissão do cacique para a entrada de não indios e possíveis projetos que possam apresentar.

Intencional ou não, o fato de caciques ocuparem a posição de cooperador, não fere o estabelecido no Estatuto da Igreja CCB, uma vez que não é necessário conhecimento teológico e a escolha se dá como vemos a seguir:

Os irmãos Anciães e Diáconos são ordenados (I Tim. 4:14), e os cooperadores são apresentados, conforme deliberação do Conselho de Anciães, segundo a guia de Deus pela revelação do Espírito Santo, dentre os membros da Congregação Cristã do Brasil que apresentarem as virtudes consignadas no Santo Evangelho (I Tim. 3: 1-7 e 8-3; Atos 6:6; Tito 1:5 –Como vimos, cabe aos Anciães e Diáconos, orientados pelo Espírito Santo, escolher os cooperadores, que vão estar à frente dos cultos, convivendo com a comunidade. O trecho abaixo mostra-nos qualidades apreciadas no cooperador Gerson Cecílio Damaceno:

Congregado na 6ª feira na Central, irmão da região de Araçatuba/SP, citava que esteve na Aldeia Vanuíre (Arco Íris-proximidade deTupã-SP), após culto muita chuva, mas uma irmã índia, pediu oração, assim foi feita, irmão colocou cabeça no chão até como sinal de humilhação e Deus mostra-lhe uma revelação "onde irmão Luiz montado num trator e uma linda lavoura florescendo com amendoim" Após oração apontava esse fato, irmão Luiz não se continha de alegria, virtude (visitações espirituais) em resumo, era sinal de confirmação, pois plantaram amendoim.

Agora bem recente foram no local e viram o prodígio da mão de Deus, colheram 2 mil sacas, maior colheita da região e todos estão glorificando esse magnífico retumbante Deus.


FATOS E VIAS:


O caminho percorrido para a conversão de grupos indígenas na Igreja Batista e nas missões de fé, ocorre de maneira lenta. Antes, é importante o conhecimento da língua, da cultura, passos considerados necessários para que consigam fazer da ideia de Deus algo inteligível aos possíveis “crentes”. O mesmo cuidado, segundo Ronaldo Almeida, não é visto entre a vertente pentecostal do fundamentalismo; na Assembléia de Deus, o intuito é “ganhar” adeptos no menor tempo. Na Congregação Cristã do Brasil, também representante dessa vertente pentecostal, a dinâmica é a mesma, os não índios em missão, pouco ou nada sabem das áreas por eles visitadas. É evidente que os índios encontrados em Vanuíre estão muito próximos a eles quanto aos costumes, além do domínio do português e das condições financeiras. Entretanto, é gritante a falta de conhecimento acerca da população local.

Não existe nenhuma atividade na CCB que faça o caminho inverso: o de apresentar aos convertidos não índios a cultura indígena. O maior interesse dos índios de Vanuíre, mais especificamente os Krenak é traduzir hinos para o seu idioma dos quais um exemplo, é a tradução feita por Lidiane Cecílio Damaceno, professora da escola:

Hino 79 - O alma que choras

O alma que choras com grande amargor,
Se queres consolo, recorro ao Senhor
A Ele implorando, conforto acharás,
Graças e virtude e vida terás
Tradução: O giracam tocane puk au emram grópe
Prame hac-hira nim thák Tupãn
Anchuk conoekrum am-merik ampim maajocom
Jagy acuam- cuang
Amigo sincero é Cristo Jesus
Que salva o perdido e ao céu o conduz;
Tua voz levanta ao bom redentor
Clama por socorro, clama ao Senhor
Tradução: Making aça cruk Tupân
Tacane airim tam taru rimi
O ti aui na him ererre Kijican
Pecak Ke imrám gicam pacak Tupam
Ó alma cansada, recorre ao Senhor,
Ele te sustenta e te dá vigor;
Seu constante auxílio não falta jamais
Tradução: O giracam rarate, timu Tupân
Anchut ti hume maajacam
Nhik gicaram rarat nuk ajõam
Ww anchuk brãu nuk puk intã.

Quando Lidiane Damaceno fez a tradução, o hino era cantado apenas entre eles, em reuniões dentro da aldeia. Quando os visitantes ficaram sabendo da novidade, pediram que os cantassem na igreja e, hoje, durante as visitas que realizam fora da aldeia sempre cantam o hino na “linguagem” Krenak.

A conversão da maioria dos índios aconteceu há muitos anos. Durante esse tempo, o que parece oscilar é a intensidade com que vivenciam a experiência religiosa. Ouvimos, em julho de 2008, uma índia convertida dizer a uma visitante que a “igreja estava fraca”, que os “irmãos” não se visitavam. Nos dias em que passamos na aldeia, percebemos que estavam tentando fortificar esse elo. Além dos cultos dos sábado e dos domingo, este último dedicado aos jovens, os irmãos se encontraram todas as noites na casa de um convertido. O número de pessoas nessas reuniões foi pequeno, mas nos disseram já ter havido períodos em que pessoas ficavam fora das casas por falta de espaço.

Nessas ocasiões, a liturgia ocorre com uma ordenação mais frouxa, com espaços para interrupções, seja porque alguém adentrou a moradia, ou porque a água usada na preparação do café está no fogo. Mário Cecílio Damaceno acompanha o canto do Hinário com seu violão, no lugar dos testemunhos ocorrem as revelações, visões que tiveram durante o culto e que “Deus mandou falar”. Nas reuniões, pudemos observar uma índia de pai Kaingang e mãe Krenak, falando em outras línguas e fazendo revelações aos presentes, postura essa bem diferente da adotada pela mesma jovem na igreja.

De maneira geral, a participação feminina na Congregação Cristã é menor que a dos homens, pois não tocam todos os instrumentos musicais, não fazem parte do Ministério, ou seja, não lhes é dado assumir posições de liderança dentro da Igreja.


O início da Conversão

Quando questionados sobre a razão da conversão, todos são enfáticos em descrever os problemas gerados pelo alcoolismo, seja na relação familiar quando o marido não provê as necessidades da família, uma vez que gasta com a bebida, ou nas brigas envolvendo dependentes do álcool. Segundo informantes, não era feito um casamento ou um baile na área, Tais palavras são dirigidas a mim para que eu compreenda que o Deus do índio é o mesmo “Deus vivo” dos não índios. Na ocasião, estávamos em uma oração na casa do Krenak Edmar Adíson. 20/07/ 2008. sem que houvesse uma briga. Hoje, os convertidos entendem que só a Igreja seria capaz de reestruturar as relações, de pôr fim às ações violentas que o uso do álcool gerava.

João Cotrin foi, inicialmente, enfermeiro da aldeia Vanuíre, ocupando, posteriormente, o cargo de chefe de posto. João e sua esposa foram os primeiros convertidos da Congregação Cristã na área. Diferente do que ocorre hoje, o chefe de posto e os
enfermeiros fixavam residência na aldeia, o que fazia com que os índios também conhecessem os hábitos dos funcionários da FUNAI. Se, antes da conversão, Cotrin participava das atividades de entretenimento como o futebol, a conversão exigiu dele uma
nova conduta que aboliu essa prática esportiva.

Também nas regras estabelecidas pela Congregação Cristã é percebida a continuidade; Deus revelou às irmãs os instrumentos que podiam ser tocados, o mesmo fazendo com o povo Krenak:

Oh, uma coisa que eu, que eu fico assim, antes de Deus chamar nós, o tio Mário falava assim pra nós, que os homens toca flauta e as mulheres cantam, né? No início, depois que a gente assim, que a gente foi, que nós obedeceu a Deus eu entendi que o senhor ensinou ao povo Krenak mesmo antes de não obedecer a Deus, porque só os homens podia tocar flauta e as
mulheres não podia tocar instrumentos, só o Cricó. Que nem na Congregação é a mesma coisa, os homens tocam outros instrumentos, agora as mulheres só tocam órgão. E assim, eu fiquei pensando assim, Deus ensinou o povo, Deus começou a ensinar o povo mesmo assim eles lá no mundo. Porque que só os homens tocam instrumentos é só Deus quem sabe.

Deus revelou para os irmãos tocar os instrumentos, pra mulheres só órgãos.

A ruptura existente no discurso, hoje, diz respeito apenas à conduta. Deus sempre existiu, sempre os visitou, sempre os ensinou. Eram eles que não serviam a Deus da maneira correta, só a conversão os ensinara o caminho certo. A prova de que Deus existia está na própria sobrevivência física de um povo que sofreu uma violência extrema. E nos perguntaram: – Se Deus não existisse como teriam sobrevivido a tudo aquilo? O conhecimento da Bíblia também influenciou em sua postura.

A cada ponte possível, confirma-se a presença de Deus, antes que a Congregação Cristã do Brasil certificasse o propósito divino da conversão.

A Congregação Cristã do Brasil conseguiu estabelecer laços entre os Kaingang e os Krenak, convertidos, além de propor um novo conjunto de práticas e comportamentos que a permanência do catolicismo não foi capaz de estabelecer, tais como: o abandono do álcool, controle da agressividade, frequência ao templo, entre outros.

Fragmentos do trabalho de : DANIELA ARAÚJO DA SILVA - DIÁSPORA BORUM: Índios Krenak no Estado de São Paulo (1937-2008)


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