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Ano c. 205 - Orígenes começa a escrever
NOVAS CRIATURAS :: DEBATES :: TEXTOS (EVANGELISTAS, PREGADORES, TEÓLOGOS, COMENTARISTAS BÍBLICOS, OUTROS)
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Ano c. 205 - Orígenes começa a escrever
Em seus primeiros dias, o cristianismo foi criticado como uma religião de pobres e iletrados, pois, na verdade, muitos dos fiéis vinham das classes mais humildes. Como Paulo escreveu, na igreja "poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento" (I Co 1.26).
No século, porém, o maior intelectual da época era cristão. Pagãos, hereges e cristãos admiravam Orígenes. Sua instrução e conhecimento vastos contribuíram muito para o futuro da cultura cristã.
*Orígenes nasceu em Alexandria, por volta do ano 185, filho de pais cristãos devotos. Por volta do ano 201, seu pai, Leónidas, foi preso durante a perseguição de Septímio Severo. Orígenes escreveu ao pai, que estava na prisão, e o encorajou a não negar a Cristo por amor à família. Embora Orígenes quisesse se entregar às autoridades e sofrer o martírio com pai, sua mãe escondeu suas roupas e impediu esse ato zeloso, mas tolo.
Depois do martírio de Leónidas, sua propriedade foi confiscada e sua viúva foi deixada com sete filhos. Orígenes tomou as providências para sustentá-los, ensinando literatura grega e copiando manuscritos. Uma vez que muitos dos estudiosos mais idosos fugiram para Alexandria na época da perseguição, a escola catequé-tica cristã tinha grande necessidade de professores. Aos dezoite anos, Orígenes tornou-se presidente da escola e deu início à sua longa carreira de professor, estudioso e escritor.
Praticava a ascese, passava grande parte das noites em estudo e em oração, dormia no chão duro, nos poucos momentos em que realmente conciliava o sono. Seguia o mandamento de Jesus, pois tinha apenas uma capa e não possuía sapatos. Chegou até mesmo a seguir literalmente Mateus 19.12: ele se castrou como defesa contra as tentações carnais. O maior desejo de Orígenes era ser fiel à igreja e honrar o nome de Cristo.
Como escritor extremamente prolífico, Orígenes foi capaz de manter sete secretários ocupados com seus ditados. Ele produziu cerca de duas mil obras, incluindo comentários sobre quase todos os livros da Bíblia, além de centenas de homílias. A obra Héxapla foi uma façanha da crítica textual, pois tentou encontrar a melhor versão grega do Antigo Testamento. Em seis colunas paralelas, era possível observar o A.T. em hebraico, uma transliteração para o grego, três traduções em grego e a Septuaginta. A obra Contra Celso foi um dos mais importantes trabalhos apologéticos do cristianismo, pois o defendeu dos ataques pagaos. A obra De principiis [Sobre os princípios] foi a primeira tentativa de criar uma teologia sistemática. Nela, Orígenes examina cuidadosamente as crenças cristãs referentes a Deus, a Cristo e ao Espírito Santo, bem como assuntos referentes à Criação, à alma, ao livre-arbítrio, à salvação e às Escrituras.
Orígenes foi, em grande parte, responsável pelo estabelecimento da interpretação alegórica das Escrituras, que dominaria a Idade Média. Acreditava que em todo o texto existiam três níveis de significado: o literal, o moral (que servia para edificar a alma) e o alegórico ou espiritual, considerado oculto é o mais importante para a fé cristã. O próprio Orígenes desprezou o significado literal e o histórico-gramatical do texto, enfatizando o significado alegórico mais profundo.
Orígenes tentou relacionar o cristianismo à ciência e à filosofia de seus dias. Acreditava que a filosofia grega era a preparação para a compreensão das Escrituras e usava a analogia, mais tarde adotada por Agostinho, de que os cristãos "despojaram os egípcios", quando usaram a riqueza do conhecimento pagão na causa cristã (Êx 12.35,36).
Ao aceitar os ensinamentos da filosofia grega, Orígenes adotou muitas idéias platônicas, estranhas ao cristianismo ortodoxo. A maioria de seus erros era causada pela pressuposição grega de que a matéria e o mundo material são intrínsecamente maus. Acreditava na existência da alma antes do nascimento e ensinava que a posição de alguém no mundo era conseqüência de sua conduta em um estado preexistente. Negava a ressurreição física e advogava que, no final de tudo, Deus salvaria todos os homens e todos os anjos. Uma vez que Deus não podia criar o mundo material sem entrar em contato com a matéria básica, o Filho foi eternamente gerado pelo Pai que, por sua vez, criou o mundo eterno. Segundo ele, foi somente a humanidade de Jesus que morreu na cruz, como pagamento feito ao Diabo em resgate pelo mundo.
Devido a equívocos como esses, o bispo Demetrio de Alexandria convocou o concilio que excomungou Orígenes. Embora Roma e a igreja ocidental tivessem aceitado a excomunhão, a igreja da Palestina e a maior parte do Oriente não a aceitaram. Eles continuaram consultando Orígenes devido à sabedoria, à erudição e ao conhecimento que ele possuía.
Durante a perseguição promovida por Décio, Orígenes foi preso, torturado e condenado a morrer em uma estaca. Somente a morte do imperador impediu que a sentença fosse executada. Com a saúde debilitada devido à provação, Orígenes morreu por volta do ano 251. Ele fez mais do que qualquer outra pessoa para promover a causa da erudição cristã e para fazer com que a igreja fosse respeitada aos olhos do mundo. Os pais da igreja posteriores a ele, tanto do Oriente quanto do Ocidente, sentiram sua influência. A diversidade de seu pensamento e de seus escritos lhe rendeu a reputação de ser o pai da ortodoxia, bem como das heresias.
No século, porém, o maior intelectual da época era cristão. Pagãos, hereges e cristãos admiravam Orígenes. Sua instrução e conhecimento vastos contribuíram muito para o futuro da cultura cristã.
*Orígenes nasceu em Alexandria, por volta do ano 185, filho de pais cristãos devotos. Por volta do ano 201, seu pai, Leónidas, foi preso durante a perseguição de Septímio Severo. Orígenes escreveu ao pai, que estava na prisão, e o encorajou a não negar a Cristo por amor à família. Embora Orígenes quisesse se entregar às autoridades e sofrer o martírio com pai, sua mãe escondeu suas roupas e impediu esse ato zeloso, mas tolo.
Depois do martírio de Leónidas, sua propriedade foi confiscada e sua viúva foi deixada com sete filhos. Orígenes tomou as providências para sustentá-los, ensinando literatura grega e copiando manuscritos. Uma vez que muitos dos estudiosos mais idosos fugiram para Alexandria na época da perseguição, a escola catequé-tica cristã tinha grande necessidade de professores. Aos dezoite anos, Orígenes tornou-se presidente da escola e deu início à sua longa carreira de professor, estudioso e escritor.
Praticava a ascese, passava grande parte das noites em estudo e em oração, dormia no chão duro, nos poucos momentos em que realmente conciliava o sono. Seguia o mandamento de Jesus, pois tinha apenas uma capa e não possuía sapatos. Chegou até mesmo a seguir literalmente Mateus 19.12: ele se castrou como defesa contra as tentações carnais. O maior desejo de Orígenes era ser fiel à igreja e honrar o nome de Cristo.
Como escritor extremamente prolífico, Orígenes foi capaz de manter sete secretários ocupados com seus ditados. Ele produziu cerca de duas mil obras, incluindo comentários sobre quase todos os livros da Bíblia, além de centenas de homílias. A obra Héxapla foi uma façanha da crítica textual, pois tentou encontrar a melhor versão grega do Antigo Testamento. Em seis colunas paralelas, era possível observar o A.T. em hebraico, uma transliteração para o grego, três traduções em grego e a Septuaginta. A obra Contra Celso foi um dos mais importantes trabalhos apologéticos do cristianismo, pois o defendeu dos ataques pagaos. A obra De principiis [Sobre os princípios] foi a primeira tentativa de criar uma teologia sistemática. Nela, Orígenes examina cuidadosamente as crenças cristãs referentes a Deus, a Cristo e ao Espírito Santo, bem como assuntos referentes à Criação, à alma, ao livre-arbítrio, à salvação e às Escrituras.
Orígenes foi, em grande parte, responsável pelo estabelecimento da interpretação alegórica das Escrituras, que dominaria a Idade Média. Acreditava que em todo o texto existiam três níveis de significado: o literal, o moral (que servia para edificar a alma) e o alegórico ou espiritual, considerado oculto é o mais importante para a fé cristã. O próprio Orígenes desprezou o significado literal e o histórico-gramatical do texto, enfatizando o significado alegórico mais profundo.
Orígenes tentou relacionar o cristianismo à ciência e à filosofia de seus dias. Acreditava que a filosofia grega era a preparação para a compreensão das Escrituras e usava a analogia, mais tarde adotada por Agostinho, de que os cristãos "despojaram os egípcios", quando usaram a riqueza do conhecimento pagão na causa cristã (Êx 12.35,36).
Ao aceitar os ensinamentos da filosofia grega, Orígenes adotou muitas idéias platônicas, estranhas ao cristianismo ortodoxo. A maioria de seus erros era causada pela pressuposição grega de que a matéria e o mundo material são intrínsecamente maus. Acreditava na existência da alma antes do nascimento e ensinava que a posição de alguém no mundo era conseqüência de sua conduta em um estado preexistente. Negava a ressurreição física e advogava que, no final de tudo, Deus salvaria todos os homens e todos os anjos. Uma vez que Deus não podia criar o mundo material sem entrar em contato com a matéria básica, o Filho foi eternamente gerado pelo Pai que, por sua vez, criou o mundo eterno. Segundo ele, foi somente a humanidade de Jesus que morreu na cruz, como pagamento feito ao Diabo em resgate pelo mundo.
Devido a equívocos como esses, o bispo Demetrio de Alexandria convocou o concilio que excomungou Orígenes. Embora Roma e a igreja ocidental tivessem aceitado a excomunhão, a igreja da Palestina e a maior parte do Oriente não a aceitaram. Eles continuaram consultando Orígenes devido à sabedoria, à erudição e ao conhecimento que ele possuía.
Durante a perseguição promovida por Décio, Orígenes foi preso, torturado e condenado a morrer em uma estaca. Somente a morte do imperador impediu que a sentença fosse executada. Com a saúde debilitada devido à provação, Orígenes morreu por volta do ano 251. Ele fez mais do que qualquer outra pessoa para promover a causa da erudição cristã e para fazer com que a igreja fosse respeitada aos olhos do mundo. Os pais da igreja posteriores a ele, tanto do Oriente quanto do Ocidente, sentiram sua influência. A diversidade de seu pensamento e de seus escritos lhe rendeu a reputação de ser o pai da ortodoxia, bem como das heresias.
*Orígenes de Alexandria (185 - 254) Orígenes é um dos maiores teólogos e escritores do começo do cristianismo. Com ele iniciou-se o posterior constante diálogo entre a filosofia e a fé cristã e uma tentativa de fusão das duas. Ele aceitava com verdadeiros somente os quatro evangelhos e sustentava a necessidade do batismo, pois esse coincidia com a pratica e as regras da igreja que foi fundada sobre a tradição apostólica.
Fonte: A. Kenneth Curtis - J. Stephen Lang - Randy Petersen
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