O foguete evangelista Apolo

“Chegou a Éfeso um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente e muito versado nas Escrituras. Era ele instruído no Caminho do Senhor e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão as coisas concernentes a Jesus, apesar de conhecer somente o batismo de João; e ele começou a falar ousadamente na sinagoga. Mas quando Priscila e Áqüila o ouviram, levaram-no consigo e expuseram-lhe com mais precisão o Caminho de Deus. Querendo ele passar para a Acaia, os irmãos animaram-no, e escreveram aos discípulos que o recebessem. Tendo ele chegado, auxiliou muito aqueles que pela graça haviam crido;  pois com grande poder refutava publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo. “ Atos 18:24 a 28

Como alguém versado nas Escritura pode compreender em parte? À igreja somente pode entender o todo pelo Espírito. Apolo conhecia o batismo de João, mas não toda a plenitude de Cristo:

“Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água. E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo.“ João 1:30 e 33

João também desconhecia o Filho de Deus, Jesus conhecia João, quem esquecerá da alegria do bebê João quando ouviu a saudação da mãe de Jesus (Lucas 1:44). Conforme desígnios do Senhor, no tempo oportuno ele foi até João Batista para ser batizado com água. João então compreendeu o significado da sua missão, sua missão era com água, a parte do Espírito com Jesus, o novo nascimento da água e do Espírito vinha de Deus, para criar no Filho um novo homem (Efésios 2:15). Apolo tinha conhecimento dessa mensagem, tinha argumentos preciosos quanto a missão de João, talvez não soubesse que nem mesmo o maior dos profetas (Lucas 7:28), tinha dignidade para desatar as sandálias do Cristo, um nome ainda misterioso para o seu coração, mesmo assim ele o pregava com toda intensidade, das profundezas da sua alma.

João em determinado momento da sua carreira desfaleceu, enviou mensageiros ao Filho de Deus, sua consciência na prisão provavelmente não foi capaz, de lembrar da saudação do Espírito, quando ele ainda estava no ventre de sua mãe. Jesus compreendeu o desespero do seu preparador de caminho, exaltou a missão de João Batista, um homem humilde, revestido do real poder celestial.

“Sim, e tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, Porque irás ante a face do Senhor preparar os seus caminhos, Para dar ao seu povo conhecimento da salvação Na remissão dos seus pecados, Devido à entranhável misericórdia de nosso Deus, Pela qual nos visitará a aurora lá do alto, Para alumiar os que estão de assento nas trevas e na sombra da morte, Para dirigir os nossos pés no caminho da paz. “ Lucas 1:76 a 79

Apolo era a imagem de João Batista, destemido pregava Jesus, necessitava apenas ser aperfeiçoado pelo Espírito, para que compreendesse definitivamente o mistério de Deus, Cristo. Um casal movimentado pelo Espírito, tratou de trazer mais luz a esse poderoso evangelista, sobre o Caminho no qual Deus escondeu os tesouros da sabedoria e da ciência (Colossenses 2:2 a 3).

Se Apolo era versado nas Escrituras, pelo Espírito ele se tornou Doutor:

Antes: “Era ele instruído no Caminho do Senhor e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão as coisas concernentes a Jesus, apesar de conhecer somente o batismo de João...”

Depois: “ Mas quando Priscila e Áqüila o ouviram, levaram-no consigo e expuseram-lhe com mais precisão o Caminho de Deus. Querendo ele passar para a Acaia, os irmãos animaram-no, e escreveram aos discípulos que o recebessem. Tendo ele chegado, auxiliou muito aqueles que pela graça haviam crido;  pois com grande poder refutava publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo. “

Entre o fervor do espírito, e o fervor do Espírito, aconteceu com Apolo o que houve com os apóstolos, logo depois que Jesus venceu a morte:

“São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. E destas coisas sois vós testemunhas. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. “ Lucas 24:44 a 49

Revestido da precisão do Caminho, ungido e selado pelo Espírito, a virtude da pregação era efusiva e poderosa, garantida pelo envio da promessa. Apolo compreendeu então a diferença entre o batismo de João e o batismo do Espírito Santo, o primeiro foi para arrependimento, o segundo para garantia do amor leal e eterno.

O assunto "ira futura" é a preponderância dos dois, no arrependimento pregado por João existe a chance de fugir da ira (Mateus 3:7), no Espírito a garantia dessa fuga (1 Tessalonicenses 1:10), pois Jesus já adentrou aos céus, de lá aguardamos a redenção definitiva.

Apolo compreendeu bem a mensagem divina:

“...se é que o ouvistes e fostes instruídos nele, como está a verdade em Jesus, a vos despir, no que diz respeito ao vosso procedimento anterior, do homem velho que se corrompe segundo as cobiças do engano, e a vos renovar no espírito da vossa mente, e a vos revestir do homem novo que segundo Deus foi criado em justiça e santidade da verdade. “ Efésios 4:21 a 24

O batismo de João despia o velho homem, o batismo do Espírito revestia o novo homem, o primeiro era o reconhecimento da miséria, o segundo a conclusão do amor de Deus. Com estes novos argumentos poderosos, Apolo se tornou embaixador da graça, tendo em sua boca a palavra da reconciliação.