Santo, santo, santo é o Senhor...

Amar alguém sem mesmo vê-lo, é algo que muitos não se permitem, Pedro escreveu uma inestimável mensagem sobre a fé, daqueles que verdadeiramente acreditam em Cristo, mesmo sem o mínimo contato visual, dos cristãos que lavaram as suas vestes no sangue do cordeiro, tendo a veemente confiança, de que ele tem o poder de branqueá-las, para que adquirindo um corpo glorioso, tenham o direito de adentrar a cidade santa que descerá do céu.

“Mesmo não o tendo visto, vocês o amam; e apesar de não o verem agora, crêem nele e exultam com alegria indizível e gloriosa, pois vocês estão alcançando o alvo da sua fé, a salvação das suas almas. Foi a respeito dessa salvação que os profetas que falaram da graça destinada a vocês investigaram e examinaram...” 1 Pedro 1:8 a 10

Os santos profetas, santos pela obediência, santos pela honra dada ao Criador, investigavam o tempo em que a graça destinada aos justos, haveria de ser propagada sobre a terra. Examinavam atentamente através das próprias profecias, o dia em que um justo haveria de redimi-los da escravidão. Em dado momento da vida de um profeta, Isaías, como aconteceu com Paulo, se no corpo ou fora do corpo, foi permitido fazer uma visita ao trono de Deus:

“ No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o templo. Acima dele estavam serafins; cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés, e com duas voavam. E proclamavam uns aos outros: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória. Ao som das suas vozes os batentes das portas tremeram, e o templo ficou cheio de fumaça. “ Isaías 6: 1 a 4

Serafins com seis asas proclamavam a glória de Deus:

“Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos...”

Somente a aba da veste de Deus enchia o templo, o homem que haveria de ser consagrado profeta, inevitavelmente ficou atônito diante do evento, da revelação, da glória, dos sons, na verdade, não sabemos se seus joelhos tremeram, pasmo, falou a Deus:

“Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! " Isaías 6:5

Como nenhum pecador tem o direito de entrar na glória divina, Isaías achou-se indigno de estar diante do trono de Deus, talvez desconhecia essa função maligna do diabo, de querer induzir os cristãos, ao sentimento de culpa, de inferioridade, de indignidade. O futuro profeta se sentia perdido, como muitos de nós nos sentimos, não enxergando a misericórdia celestial, ao contemplar o Senhor do Exércitos ele quis desaparecer.

Prontamente um dos serafins de seis asas tomou uma atitude:

“Então um dos serafins voou até mim trazendo uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz. Com ela tocou a minha boca e disse: Veja, isto tocou os seus lábios; por isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado.” Isaías 6:6 a 7

Os laços malignos caíram, no momento em que a virtude de Deus, contida naquela brasa viva, que hoje é representada pelo Espírito Santo, tocou os lábios de Isaías, num instante a culpa que havia, deixou de existir, os pecados passaram a não existir, a poderosa tenaz conduziu a libertação, a palavra da vida, ungiu um homem para pregar a palavra de Deus.

O medo que outrora dominou Isaías, se transformou numa coragem regeneradora, confirmando o nascimento de uma nova criatura, disposta a combater o bom combate, a fé que não existia penetrou no coração de forma, que o diabo jamais teria acesso novamente, para tentar retirar de Isaías os dons que Deus lhe concedia naquele momento.

Deus testa então Isaías:

“Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: Quem enviarei? Quem irá por nós? “ Isaías 6: 8

Os ouvidos do Pai ouvem com regozijo:

“Eis-me aqui. Envia-me! Ele disse: Vá, e diga a este povo: Estejam sempre ouvindo, mas nunca entendam; estejam sempre vendo, e jamais percebam. Torne insensível o coração desse povo; torne surdos os ouvidos dele e feche os seus olhos. Que eles não vejam com os olhos, não ouçam com os ouvidos, e não entendam com o coração, para que não se convertam e sejam curados. “ Isaías 6: 8 a 10

Inusitadamente o ungido profeta, levaria uma mensagem, que mesmo sendo pregada, os ouvidos não iriam conseguir entender, dado a coração insensível da época. Naquele momento ninguém haveria de enxergar, nem perceber, ouvir, os olhos estariam fechados para a graça, não haveria conversão, nem cura, não até o momento, que surgisse o cumprimento da vontade divina, o pleno conhecimento do pecado, para que então os corações pudessem retornar ao Pai.

Isaías pregaria a palavra de Deus, como uma brasa viva, faria registros dos castigos, das promessas, da vinda do Salvador, que ele mesmo nunca iria conhecer, como Pedro diria também de nós, que como Isaías não conhecemos Jesus, mas sabemos que como ele é, também nós seremos.

Anos depois do ministério desse grande profeta, Jesus confirmaria a visita de Isaías ao céu, como também as palavras de Deus pronunciadas na sua glória, justamente para os homens (fariseus) de corações insensíveis:

“Mesmo depois que Jesus fez todos aqueles sinais miraculosos, não creram nele. Isso aconteceu para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que disse: Senhor, quem creu em nossa mensagem, e a quem foi revelado o braço do Senhor? Por esta razão eles não podiam crer, porque, como disse Isaías noutro lugar: Cegou os seus olhos e endureceu os seus corações, para que não vejam com os olhos nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure. Isaías disse isso porque viu a glória de Jesus e falou sobre ele. Ainda assim, muitos líderes dos judeus creram nele. Mas, por causa dos fariseus, não confessavam a sua fé, com medo de serem expulsos da sinagoga; pois preferiam a aprovação dos homens do que a aprovação de Deus.” João 12: 37 a 43

Isaías viu a glória de Deus, falou dela, exaltou como os serafins, aquele que é sobre todos, mesmo assim ao invés de confessar a fé anunciada, muitos preferiram ser aprovados pelos homens, resistindo ao Espírito Santo, a brasa viva, que tem o poder de redimir a culpa, de purificar os pecados, de fazer com que os corações recebam a mensagem.

"Quem creu em nossa mensagem e a quem foi revelado o braço do Senhor?" Isaías 53:1

A força do Senhor estava na mensagem, mas os homens, preferiram se dedicar as fraquezas da glória humana. O certo é que o Redentor promoveu os sinais, e aquilo que Deus conversou com Isaías se confirmou, ninguém haveria de crer.

Jesus então revela aos corações:

“ Então Jesus disse em alta voz: Quem crê em mim, não crê apenas em mim, mas naquele que me enviou. Quem me vê, vê aquele que me enviou. Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouve as minhas palavras, e não as guarda, eu não o julgo. Pois não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. Há um juiz para quem me rejeita e não aceita as minhas palavras; a própria palavra que proferi o condenará no último dia. Pois não falei por mim mesmo, mas o Pai que me enviou me ordenou o que dizer e o que falar. Sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu digo é exatamente o que o Pai me mandou dizer.” João 12:44 a 50

Quem deseja permanecer sob a cor negra do pecado, não conseguirá permanecer com o seu registro no livro da Vida do Cordeiro. Jesus não veio em carne para julgar, não veio para ouvir o “não”, para imediatamente julgar aqueles que não o estavam escutando, tudo o que estava acontecendo, foi avisado anteriormente por promessa, que muitos iriam desprezá-lo, todavia, avisou que existe um juiz para julgar aqueles que rejeitam a palavra, que não aceitam a mensagem, para revelar ao incrédulo a prova condenatória do último dia.

Maravilhosamente para o homem cristão, agora resta ouvir aquilo que Deus deseja anunciar, seguir o perfeito modelo de Isaías, que declarou conforme o Espírito o ensinou.

Parem os homens insensatos de pronunciarem, somente aquilo que desejam anunciar, somente aquilo que os ouvidos desejam ouvir, que certamente não vem da vontade de Deus, motivo pelos quais, muitos corações permanecem insensatos.

Falem os homens diante de Deus, para que sejam purificados.

Escutem a voz de Cristo:

“Pois não falei por mim mesmo, mas o Pai que me enviou me ordenou o que dizer e o que falar. Sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu digo é exatamente o que o Pai me mandou dizer.”

Santo, santo, santo, é o Senhor...

Exaltamos a onisciência de Deus, diante dos incrédulos, que sem a prova física de Cristo, desmerecem a salvação, não compreendendo os efeitos da fé, nem a autoridade e autoria dela através de Cristo. Se querem enxergar a glória de Deus, se comportem como os serafins, que proclamam entre si a magnitude do seu poder.

Deus faz no justo sua morada, para que depois, nós possamos morar com ele...defitivamente.

Eldier.