Esses poucos e humildes discípulos de Cristo, com pouco, se é que algum dinheiro, nenhum ministério nacional de televisão e nenhuma editora ou newsletters, viraram o mundo de cabeça pra baixo

Escrito por Gary De Mar

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

Por quase 2.000 anos a igreja tem crido no poder transformador do evangelho, no poder regenerador do Espírito Santo, na suficiência da Escritura como “um Livro de Instrução sobre como viver”, na Soberania e Providência de Deus no tempo e na história, na sujeição de Satanás à obra consumada de Cristo e à igreja (Mateus 16:18; Romanos 16:20;
Colossenses 1:13; 2:15; Apocalipse 12:7-9; Marcos 3:27; Lucas 10:18; 11:20; João 14:30; 16:11; 1 João 3:8; 5:18; Tiago 4:7), no discipulado das nações (Mateus 28:18-20), e na vitória final do reino de Deus que um dia será entregue por Jesus ao seu Pai (1 Coríntios 15:20-28; cf. Lucas 11:20; Colossenses 1:13-23).

Essa era a fé da igreja primitiva, uma fé que fez aqueles que estavam fora de Cristo reconhecer que num breve espaço de tempo esses cristãos tinham “virado o mundo de cabeça pra baixo” (Atos 17:6, New American Standard Version).3 Que testemunho! Esses poucos e humildes discípulos de Cristo, com pouco, se é que algum dinheiro, nenhum ministério nacional de televisão e nenhuma editora ou newsletters, viraram o mundo de cabeça pra baixo.

Como eles fizeram isso? Eles levaram com eles a Palavra de Deus, “mais penetrante do que espada alguma de dois gumes” (Hebreus 4:12-13) e capaz de nos equipar “para toda a boa obra” (2 Timóteo 3:16-17), o evangelho que é “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16), e o Espírito Santo que nos equipa “em todo o bem, para cumprirmos a sua vontade” (Hebreus 13:21, RC). E, sim, fé em Deus que ele realizaria tudo o que ele tinha prometido. Oh, há outra coisa: obediência à vontade revelada de Deus.

Na verdade não há nada novo em tudo isso. É nos dito que o povo de Deus “pela fé venceram reinos” e “praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos” (Hebreus 11:33-34).

Mas você diz, “Bem, isso era sob a Antiga Aliança.” Sim, isso é verdade. Mas não temos uma aliança melhor, com um sumo sacerdote melhor, e promessas melhores? Deveríamos no mínimo esperar que Deus faça para o seu povo sob a Nova Aliança o que ele fez pelos seus eleitos sob a Antiga Aliança. Se Deus derramou bênçãos para os seus eleitos
sob a Antiga Aliança, por que deveríamos esperar algo menor sob a Nova e Melhor Aliança? Mas sabemos que Deus está fazendo mais por seu povo da Nova Aliança. Deus é “poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em
todas as gerações, para todo o sempre. Amém” (Efésios 3:20-21).

Como pode ser isso? Por que deveríamos esperar a transformação do mundo por meio da pregação do evangelho e a aplicação da Palavra de Deus a cada área da vida? A Bíblia nos diz que “está aqui quem é maior do que o templo” (Mateus 12:6). “E eis que está aqui quem é mais do que Jonas” (v. 41). “E eis que está aqui quem é maior do que
Salomão” (v. 42). Penso que você captou a idéia. Alguém Maior está aqui!

Fonte: The Debate over Christian Reconstruction,
Gary DeMar, p. 13-14.