Não veja Deus como Reflexo do nosso Valor

Se existe hoje um problema de individualismo na religião, sua pior manifestação não está nos evangélicos pietistas que não se interessam por associações de bairro, justiça social e pecado estrutural. Sua pior manifestação está nos evangélicos que pensam ter uma mentalidade voltada para as questões públicas e sociais, quando na verdade não possuem paixão alguma pelos milhões de pessoas que estão perecendo sem o evangelho, sem ter a única coisa que pode lhes dar vida eterna e sem o conhecimento salvífico da Luz do mundo que pode transformar a sua cultura.

Assim, a primeira mensagem de Jonathan Edwards para os evangélicos modernos acerca de sua vida pública é: não limite o seu zelo pela justiça e pela paz a interesses restritos como o cenário tão saturado de igrejas da cultura norte-americana. Levante os olhos para a verdadeira crise do nosso tempo: ou seja, vários milhares6 de culturas que ainda não foram penetradas pelo evangelho, que nem sequer sonham com as bênçãos que desejamos restaurar. Essa é a sua primeira mensagem.


Porém, essa não é a mensagem principal que Edwards desejaria transmitir para nós. Isso porque o caráter verdadeiramente limitado da nossa alma não é representado pela omissão em adotarmos a nossa cidade e as nações do mundo, mas pela omissão em incluirmos Deus em todos os nossos outros envolvimentos. De acordo com o diagnóstico de Edwards dos interesses estreitos, mesquinhos e egoístas da natureza humana, somos todos ególatras e estamos interessados apenas em nós mesmos - ou em alguma extensão de nós mesmos - nossa família, nossa cidade, nosso mundo ou mesmo nosso Deus na medida em que vemos até mesmo Deus como um reflexo do nosso próprio valor.

Ou seja, mesmo ao incluirmos Deus, podemos nos mostrar restritos, mesquinhos, limitados e egoístas se esse envolvimento se der apenas porque Deus nos valoriza.