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Pôncio Pilatos não deveria ter lavado somente as mãos com água
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Pôncio Pilatos não deveria ter lavado somente as mãos com água
“ Eu te exorto diante de Deus que dá vida a todas as coisas e diante de Jesus Cristo, que perante Pôncio Pilatos fez sua boa confissão, que guardes este mandamento sem mácula nem repreensão até a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual no tempo próprio mostrará o bem-aventurado e único Soberano, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, aquele que só possui a imortalidade, e que habita em luz inacessível, a quem nenhum dos homens tem visto, nem pode ver; ao qual seja dada honra e poder eterno. Amém.” 1 Timóteo 6:13 a 16
Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos (Romanos 8:11), para conceder vida aos nossos corpos mortais, pela ação do Espírito que habita em nós.
Timóteo compreende essa questão, quando seus olhos contemplam, a exortação do apóstolo Paulo. Quando declara “todas as coisas”, exalta a magnitude do alcance de Deus, em dar vida a quem desejar, inclusive de reviver seu próprio Filho dentre os mortos. A lembrança da conduta do Salvador diante de *Pôncio Pilatos, é algo que abrilhanta ainda mais, o conteúdo poderoso da carta. Confessar a fé diante dos homens poderosos, reis, presidentes, ditadores, imperadores, desconhecedores da graça, é manter acesa a chama da esperança como se Paulo recomendasse a Timóteo: “Filho, não importa a ação do mal, não manche a obra redentora realizada por Deus, o fogo consumidor.”
Pilatos indagou a Jesus e ficou maravilhado com o silêncio.
“Não ouves quantas acusações te fazem? Jesus não respondeu sequer uma palavra, de modo que Pilatos muito se maravilhou. “ Mateus 27:13 e 14
O mesmo Pilatos sequer ouviu sua esposa, quando desesperada tentou privá-lo de uma injustiça.
“ Não te envolvas na questão deste justo; porque hoje em sonhos muito padeci por causa dele. “ Mateus 27:19
Simplesmente lavou as mãos, enquanto Jesus resignado foi entregue para ser crucificado. Em nenhum momento dessa histórica execução, o Filho de Deus deixou de confessar a Deus, a palavra permaneceu inalterável até o desfecho de morte.
Por isso diz a Escritura:
“Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará perante os anjos de Deus; mas o que me negar diante dos homens, será negado perante os anjos de Deus.Todo aquele que proferir uma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas o que blasfemar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado. “ Lucas 12: 8 a 10
O sangue de Cristo começava a cair, sobre a cabeça dos impenitentes, a coroa de espinhos era um acessório impiedoso, não pior do que o caráter daqueles, que se ajoelharam diante do Salvador, zombando dele dizendo: “Rei dos Judeus! “
A face que recebeu o beijo da traição, agora recebia também cusparadas, a “cabeça” da igreja foi agredida, a boca que tanto falou de salvação, recebeu vinho com fel para beber, sobre a mesma cabeça foi colocado sua acusação: “ESTE É JESUS O REI DOS JUDEUS. “
Não bastasse toda a dor, dependurado naquela cruz, mais blasfêmias seguiram-se:
“Ó tu que destróis o santuário, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz. Do mesmo modo os principais sacerdotes com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: Ele salvou aos outros, a si mesmo não se pode salvar; Rei de Israel é ele! desça agora da cruz, e creremos nele. Confia em Deus; Deus que o livre agora, se lhe quer bem; pois disse: Sou Filho de Deus. Também os salteadores que foram crucificados com ele, dirigiram-lhe os mesmos impropérios. Desde a hora sexta até a hora nona houve trevas sobre toda a terra.” Mateus 27:40 a 45
Certamente que o coração de Jesus estava machucado, as trevas eram o prenúncio da morte, de que a luz do mundo estava desvanecendo, nem mesmo todas essas coisas, fizeram com que Jesus modificasse sua confissão. Tenho comigo que os olhos de Timóteo, ao ler a carta do apóstolo se encheram de lágrimas, recordando a morte de Cristo, mas principalmente o seu incomparável caráter diante de Pilatos. Em seu coração o jovem resignou-se, nós também devemos a Deus a mesma resignação. Quando ninguém acreditou em Jesus, que ele pudesse ao menos salvar a si mesmo, ele através da promessa do Pai, retornou dos mortos para salvar o mundo, cada criatura que acreditasse no evangelho.
Chegou o momento em que a carne não resistiu: “ Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? “ Mateus 27:46
Foram dois brados até a consumação, aqui novamente se confirma a palavra do apóstolo, a condição de Deus dar vida a todas as coisas: “... abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos, já falecidos, foram ressuscitados; e saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. “ Mateus 27:52 a 53
Um terremoto abalou o local, na verdade o reino inabalável, já estava estabelecido, foi quando muitos ouvidos escutaram o reconhecimento do centurião: “Verdadeiramente este era Filho de Deus. “ Mateus 27:54
Timóteo trancou os mandamentos em seu coração, o verdadeiro Filho de Deus, escondeu não somente a vida dele, mas também a nossa vida, e esconderá também daquele que crer, nas mãos do Deus Eterno. O Espírito Santo é o que mantém nosso espírito irrepreensível, sem manchas, até que volte do céu, agora não para retirar pecados, aquele a quem foi destinado todas as coisas. Deus mostrou ao mundo o verbo em carne, o único Soberano, Rei dos reis, Senhor dos Senhores, que detém a imortalidade, cuja impiedade e as trevas não podem alcançar, que habita em outra dimensão onde o mal não penetra, a quem nenhum homem foi permitido ver, que exibe o brilho intenso da glória, poder eterno, merecedor de toda nossa obediência e honra, fez com que o corpo humilhado na cruz derrotasse a morte, subindo ao céu o revestiu de um corpo glorioso, para habitar sob a mesma luz inacessível sentado a sua destra.
Pôncio Pilatos preferiu lavar as mãos, deixando o interior sujo, enquanto os insanos clamavam: “O sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos. “ Mateus 27:25
A realidade estava além das consciências cauterizadas:
“Portanto, irmãos, tendo confiança de entrarmos no santo lugar pelo sangue de Jesus, pelo caminho que nos inaugurou, caminho novo e de vida, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus,
cheguemo-nos com coração sincero em plena certeza da fé, tendo os nossos corações purificados de uma consciência má e lavados os nossos corpos com água pura; firmes guardemos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiél é o que fez a promessa, “ Hebreus 9:13 a 15
Eldier.
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*Pôncio Pilatos foi prefeito da província romana da Judéia do ano 26 d.C. até o ano 36 ou começo do 37 d.C. Sua jurisdição chegava até a Samaria e aIduméia. Antes destas datas pouco é sabido da sua vida. O título do cargo que exerceu foi o de praefectus (prefeito), da mesma forma que todos aqueles que ocuparam esse cargo antes do Imperador Cláudio e está confirmado por uma inscrição que apareceu na Cesáréia. O titulo procurador que alguns antigos autores utilizam para referir-se e este cargo, é um anacronismo. Os evangelhos referem-se a ele de forma genérica com o título de "governador". Como prefeito tinha que manter a ordem na província e administrá-la tanto judicial como economicamente.
Sua presença no Credo é de muita importância porque nos lembra que a fé cristã é uma religião histórica e não um programa ético ou uma filosofia. A redenção operou-se num lugar concreto do mundo, a Palestina, num tempo concreto da história, quando Pilatos era prefeito da Judéia.
BIBLIOGRAFIA
SCHWARTZ, D. R. "Pontius Pilate", in Anchor Bible Dictionary, vol. 5 (ed. D.N. Freedman), Doubleday, New York 1992, pp. 395-401.
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