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Semana Santa, nem sempre muito “Santa”

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Mensagem por Admin Sáb Jul 02, 2011 11:28 pm



Hoje em dia ao relembrar minha adolescência, me lembro da Semana Santa e suas procissões, desfilando pelas ruas, com muitos cânticos sacros, iluminadas por velas onde nunca faltava a musica com a participação de uma banda, que executava músicas tristes nos dias tristes, e alegres no domingo da ressurreição.

O povo enfeitava suas janelas, andores de madeira eram construídos, ladainhas eram entoadas, terços eram rezados, isso entre os católicos.

Havia também muitas comemorações e pregações entre os não católicos, me lembro que na Freguesia existia (até hoje) na Rua Bonifácio Cubas uma enorme igreja da Congregação Cristã do Brasil que nesses dias ficava toda iluminada e lá dentro eram entoados por uma orquestra e um coral super afinado, lindas melodias, e eu então ao passar em frente ficava ouvindo e curtindo aquela musica divina, que tomava conta dos meus ouvidos poluídos durante o ano inteiro por músicas chamadas de profanas.

Tanto as musicas como as procissões eu acompanhava com minha mãe e irmãs, (na época as famílias sempre unidas participavam dessas manifestações de fé) assim também como faziam as famílias de outras religiões. E esse clima de espiritualidade fazia brotar em meu jovem coração uma vontade de amar, orar e perdoar.

A única coisa que sempre me incomodou naquelas antigas semanas Santas, e que não me pareciam assim tão “santas”, era o Sábado de Aleluia, que acontecia logo após a morte de Jesus na Sexta, e que antes de entregar nas mãos do Pai o seu espírito, o nosso Redentor olhando para os seus algozes disse: “Pai perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem”.

E então no dia seguinte, no Sábado ao sair de casa no largo da matriz de Nossa Senhora do Ó que ainda cheirava o incenso da procissão do Cristo Morto na Cruz. Um monte de meninos de minha idade muitos até meus amigos de infância e conhecidos meus, armados, de porretes pedras e cassetes para massacrar o Judas traidor, que no relato do Evangelho foi perdoado pessoalmente pelo grande amor de Jesus, antes mesmo do coitado o haver traído.

Isso sempre me incomodou, pois havia também entre a molecada, adultos prontos para ajudar o verdadeiro linchamento do traidor, e o pior é que só ali naquela praça havia pelo menos uns três Judas a serem linchados, imaginem só (pra deixar barato) quantos deveriam estar expostos e amarrados em árvores e postes em São Paulo inteiro. Os adolescentes que malhavam aqueles Pobres Judas de pano e recheados de capim, em sua maioria são os adultos de hoje em dia.

Ao malhar o Judas estávamos de certa forma ignorando os ensinamentos e as palavras de Jesus, que viveu o amor , morreu perdoando e passou pela terra dizendo: “Ame-vos uns aos outros como eu vos amei, amai seus inimigos, e atire a primeira pedra os que estiverem livres do pecado”.

Lembro-me de um linchamento famoso, de um Judas exposto se não me engano pelas bandas da Rua do Lavapés aqui na capital, que reunia uma enorme multidão de malhadores e a malhação era mostrada pelas tevês em rede Nacional, para o devaneio de milhões de telespectadores, não sei se o mesmo ainda acontece nos dias de hoje, mas se ainda acontece não tem despertado graças a Deus, mais muito atenção da mídia, Sinto que por conta dos altos níveis de violência nas cidades no dias atuais, o péssimo e antigo costume popular de malhação ao boneco do Judas aos poucos vai chegado ao fim. A mídia tem acontecimentos mais violentos e cruéis para mostrar para o expectador.

O tempo passou, os bonecos representando a figura do Judas vão se perdendo no tempo, pois os Judas hoje em dia são outros, assim como os malhadores hoje não esperam o Sábado de Aleluia para fazer a malhação, hoje eles fazem plantão na portaria dos prontos socorros, nas saidinhas de bancos, nos estádios de futebol, atrás do volante de veículos, nos bancos das escolas, na minha e na sua vizinhança, pois para eles Semana Santa, jamais foi tempo de meditação, transformação e mudanças de comportamento, mas apenas uma motivação a mais para no lugar de Amar como Jesus Amou, continuar apenas esperando a “Santa Semana” para encher o bucho de bacalhau na Sexta Feira Santa, encher a cara de cerveja ou vinho e chocolate na Páscoa e malhar os pobres Judas não mais no Sábado da Aleluia, mas durante a semana inteira em casa,no trânsito e no trabalho.

Boa e verdadeira Páscoa a todos, não só na semana santa, mas durante esse ano inteiro.
Fonte:Arthur Miranda


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