Resolvido o enigma do espelho

“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; desde que me tornei homem, dei de mão as coisas de menino. Pois agora vemos como por um espelho em enigma, mas então face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, assim como fui plenamente conhecido.” 1 Coríntios 13:11-12


Se tivesse um espelho na mão de Adão, quando viu que estava nu, enxergaria ele o escândalo do seu pecado??

A palavra ordenou que ele não comesse da árvore do conhecimento, tendo a pena de morte como castigo, ele não foi fiel a palavra de Deus, foi um ouvinte esquecediço (Tiago 1:22), enganado pela sua cobiça. Ele ouviu, não praticou a justiça, olhando no espelho — a palavra — desinteressado, esquecendo quem era (Tiago 1:23-24), quando lembrou já era tarde, não foi permitido tornar atrás.

Deixou de ser vestido pelo Senhor, para ser desnudado pelo pecado, não seja o homem crente no Senhor louco, com preferência para a nudez, resistente ao revestimento do Espírito Santo. O apóstolo Paulo nas suas orientações aos Coríntios, menciona que enquanto aqui vivermos somos meninos, estamos na infância da graça, crescendo para chegarmos a maturidade, que ocorrerá no reino de Deus.

Não podemos cometer o erro de Adão, temos que refletir a imagem de Cristo.

As primeiras superfícies capazes de refletir imagens, surgiram há cerca de 5 mil anos, não eram imagens nítidas, pois eram placas de bronze. Até o século 13, os espelhos eram feitos de metal polido, os primeiros espelhos de vidro surgiram no início do século 14, em Veneza, na Itália, só no século 19 foram descobertas formas de espelhar o vidro com prata química, essa mais simples e barata popularizou os espelhos no mundo (Fonte:Mundo estranho).  Apesar dos dons perfeitos enviados do céu, não conhecemos a glória que será, vemos apenas um reflexo embaçado, apenas a fé torna nítido o que será.

Os coríntios não viam a totalidade das coisas gloriosas, apenas em enigma, uma imagem desfocada. Adão foi o único, creio, a ver a nítida imagem de Deus, não literalmente, Deus é Espírito (amor) e ninguém jamais o viu a não ser Jesus, digo, como Adão nenhum outro esteve tão perto do Senhor, morador do seu jardim, homem de confiança, que deixou seu testemunho se resumir numa expulsão humilhante da presença santa. Nós membros do corpo de Cristo, aguardamos ver o Senhor face a face, é primordial que durante os dias maus, não sejamos aniquilados pela desesperança, sempre perseverantes contra a serpente.

Dica para a perseverança: a tentação de Jesus pela mesma serpente no Éden, sua triunfante vitória, se o diabo tivesse vergonha, um espelho, contemplaria sua imagem derrotada.

O Senhor está perto. Perto está o Senhor (Filipenses 4:5).

Cristo é nosso espelho, olhar para Cristo, é olhar para Deus, olhar para Cristo, é olhar para cruz, a face de Cristo revela a vontade de Deus, não ouvimos, não vimos com os nossos olhos, não contemplamos suas ações, nem nossas mãos apalparam o Verbo da vida (1 João 1:1), mas temos nele um espelho para nossa vida, se existe algum bem, ele é a personificação vindo da glória, para ensinar o mundo as dádivas da benignidade.

“Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.” 1 Pedro 2.21

Os fiéis chamados para compor o povo particular, combatendo contra o diabo, serviram de exemplo para os que haveriam de crer, um a um, foram levantados, perpetuando o bom procedimento de Deus, foi assim criada a Bíblia, nosso espelho de procedimentos cristãos contra o pecado.

Aguardamos a volta de Cristo, nesse estado de imperfeição, imaturidade, o que aqui seja desenvolvido, dons, sabedoria, conhecimento, não pode ser comparado ao que está guardado nos céus. Tudo que obtivermos agora, são apenas brinquedos de criança, coisas próprias de meninos, uma ilustração do presente conhecimento (Normam Russel).

O que haverá de ser será uma transição inexprimível, o apóstolo viu coisas no seu arrebatamento, que não lhe foi permitido falar, a brevidade do acontecimento, serviu para demonstração da maturidade, o menino subiu ao céu, vendo a si mesmo adulto. Deus é motivo único para o homem se exaltar, nascemos de novo, em suma, estamos passando por uma infância espiritual, na malícia devemos continuar sendo meninos, no entendimento devemos crescer em estatura (1 Coríntios 14:20), na eternidade atingiremos o último nível de espiritualidade. No caminho que seguimos rumo a glória, as imperfeições ficam para trás, a posse da perfeição está sempre a frente.

Deixaremos as coisas de menino, finalmente o enigma do espelho, estará para sempre resolvido, nossos olhos contemplarão a perfeição. Conheceremos aquele que procuramos desde sempre, diremos como Jó: “nossos ouvidos apenas ouviram falar, agora nossos olhos veem nitidamente a tua grandeza”.

“Amados, agora somos filhos de Deus, e não está ainda manifesto o que havemos de ser. Sabemos que, se ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque o veremos como ele é. “ 1 João 3:2