A linguagem do diabo e o Verbo de Deus

“ Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro. Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo. E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou. “ João 8:12 a 18

Esse diálogo impressionante, entre os mestres da lei, os fariseus, e o Senhor Jesus, é a triste constatação da incredulidade. Um homem perdoar pecados, se colocando maior que a própria lei, se denominava uma blasfêmia contra Deus, exceto se o autor da inexistente blasfêmia fosse o próprio filho de Deus. Para os fariseus, Jesus dar testemunho de si mesmo, seria uma arrogância, tão cegos que estavam, não perceberam que a arrogância estava dentro de si mesmos. Jesus comprovava a fidelidade de Deus, cujos mestres da lei não aceitavam, que um mero mortal, pudesse ter vindo do céu, para simplesmente desbancar Moisés, não compreendendo, que o próprio Moisés foi servo sobre a casa de Deus, ali porém, estava aquele que era Filho sobre a casa de Deus, a saber, nós mesmos que temos o Espírito Santo, fazendo morada dentro de nós.

O homem natural julga conforme a carne, conforme a lei, conforme o padrão humano de condenar. O homem natural vê conforme a aparência, não conforme a verdadeira realidade, aqueles homens baseavam-se na lei escrita, onde eram necessários dois homens, para se realizar um julgamento, mesmo que estes não fossem fiéis suficientes, mesmo que eles não tivessem capacidade para julgar.

Jesus com veemência revela, que de acordo a lei, duas pessoas concordantes são suficientes, para comprovação de alguma coisa, ali junto dos mestres da lei, Jesus se colocou como testemunha de Deus, a outra testemunha seria o próprio Deus.

“Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai. Estas palavras disse Jesus no lugar do tesouro, ensinando no templo, e ninguém o prendeu, porque ainda não era chegada a sua hora. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Eu retiro-me, e buscar-me-eis, e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, não podeis vós vir. Diziam, pois, os judeus: Porventura quererá matar-se a si mesmo, pois diz: Para onde eu vou não podeis vir? E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados. Disseram-lhe, pois: Quem és tu? Jesus lhes disse: Isso mesmo que já desde o princípio vos disse. Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é verdadeiro; e o que dele tenho ouvido, isso falo ao mundo. Mas não entenderam que ele lhes falava do Pai. “ João 8:19 a 27

Na ausência de sabedoria, o diabo achou melhor, atacar de uma outra forma, aqueles homens agora queriam saber do Pai de Jesus. Na réplica desta questão, Jesus desmascara os mestres da lei, homens que diziam amar a Deus, porém em seus corações o negavam, desconsiderando a divindade de Deus em Cristo. Deus estava ali com Cristo, reconciliando o mundo, e o mundo não o reconheceu. Da boca de Jesus sai a sentença dos incrédulos, “ Para onde eu vou, não podeis vós vir ”, ironicamente, entorpecidos pela ação do mal, julgaram que Jesus poderia querer matar a si próprio, ao que Jesus justifica-se: “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.”

O incrédulo não pode herdar o reino do céu, o desprezador da palavra, será desprezado igualmente, morrerá na velhice do seu pecado. Perguntam a Deus, (porque Jesus representava Deus), “Quem és tu?”, Jesus responde, “sou Deus, o mesmo Deus que vocês afirmam seguir, que afirmam confiar, esse Deus está junto de vocês, para anunciar através de mim, coisas inefáveis, profetizadas na imensidão do seu trono, mas vocês se negam a considerar as minhas palavras.”

Eles continuavam no mesmo torpor, presos pelos laços, prisioneiros das paixões carnais.

“ Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como meu Pai me ensinou. E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada. Dizendo ele estas coisas, muitos creram nele. “ João 8: 28 a 30

Jesus então prediz a sua morte, o seu opróbrio diante os homens, para esvaziamento do corpo carnal, para preenchimento da igreja com glória. Não fazia de si mesmo, não era sua vontade, sujeitou-se a ela, como homem obediente, falando as coisas de Deus, como Filho de Deus, e nessa condição, o Pai nunca o abandonou, estava junto dele, nos desafios, nas tentações, nos sofrimentos, nas lágrimas, ouvindo os infiéis, os traidores, julgarem o Filho de impostor.

Com essa humildade é que ele comovia os corações, se existe os incrédulos, também existe os predestinados.

“Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. Ora o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. “ João 8: 31 a 36

Quem conhece Cristo, está livre do pecado, se permanecer no seu caminho. Alguns porém ficaram em dúvida, por serem descendentes de Abraão, julgavam-se livres de qualquer acusação, mas as palavras de Jesus soaram diferentes aos ouvidos. Abraão na verdade estava morto, na fé encontrou a justiça de Deus, aqueles porém que falavam com Jesus, desconheciam a fé da Abraão, não eram filhos de Abraão, mas servos do pecado, nesta condição é impossível que alguém faça parte da família de Abraão. Jesus se apresenta como o Filho, aquele que tem a habitação eterna, que não pode ser corrompido, que verdadeiramente tem a liberdade, para desfazer os laços do diabo.

Jesus responde a eles:

“ Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não entra em vós. Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai. Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fósseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto. Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra. “ João 8: 37 a 43

Jesus era descendente de Abraão, mesmo assim seus próprios irmãos, intentavam matá-lo, porque a palavra não penetrava em seus corações. O diabo certificou-se do escudo da falsidade, para ludibriar aqueles discípulos, mesmo assim Jesus não alivia o seu discurso, afirma que Abraão obedeceu a Deus, acreditou na verdade que veio do alto, em seu coração avistou o invisível, uma cidade celestial, uma geração de irmãos unidos. O Salvador cheio de esplendor, sem qualquer receio, lança em rosto, que o pai que eles afirmam ter, não é o Deus maravilhoso, porque só pode ser Filho deste Deus, aquele que entende a sua mensagem, que acredita que ele é verdadeiramente Filho de DEUS.

Jesus veio de Deus, foi criado por Deus, para manifestação da sua glória, nem mesmo a lei foi entendida pelos judeus, assim como o evangelho, aqueles que tem o pai como o diabo, não conseguem compreender o Verbo de Deus, não consegue conjugá-lo com perfeição.

A perfeição é Jesus, ele é a voz de Deus, que abalou os ouvidos do diabo.

Jesus conclui o seu poderoso discurso:

“ Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. Mas, porque vos digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos digo a verdade, por que não credes?Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus. Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: Não dizemos nós bem que és samaritano, e que tens demônio? Jesus respondeu: Eu não tenho demônio, antes honro a meu Pai, e vós me desonrais.” João 8: 44 a 49

Qual é o desejo do diabo, senão desvanecer a mensagem verdadeira.

Quem é que matou o homem, com sua astúcia incontrolável, fazendo-o escravo do pecado?

Em Caim não foi encontrada alguma verdade, que pudesse justificar o assassinato do irmão, a saber, Abel, não somente ele, quantos homens não puderam justificar o seu pecado, como Adão não conseguiu encobri-lo, na sua traição negou a Deus, que apenas havia aconselhado:

“De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. “ Gênesis 2:16 a 18

O homem quis conhecer o mal, alguns dirão, qual o motivo daquela árvore estar ali? respondo na minha ignorância, se a árvore estava ali, com certeza não era para ser comida, e qual o motivo daquela árvore existir? Ela existiu porque o diabo já havia se rebelado contra DEUS, somente Deus e o diabo, tinham conhecimento do bem e do mal, ele já havia sido lançado a terra, certamente, que Deus depositou toda sua confiança em Adão, mesmo sabendo que seria traído. Na inveja da serpente ela enganou a Eva, que consequentemente enganou Adão, a criação que seria para glória de Deus, preferiu comer um fruto diferente, quis morrer, não por falta de aviso.

O diabo perambulou por esse mundo, mesmo assim, não conseguiu matar a semente divina, plantada no coração de alguns homens, como Abel, como Noé, como o próprio Abraão para quem foi prometido, uma geração repleta de bençãos. Na saída de Adão do Éden disse DEUS:

“Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida. “ Gênesis 3:22 a 24

O diabo queria se apossar dessa árvore da vida, Deus o escorraçou juntamente com Adão e Eva, cujos corpos retornariam ao pó. Com a árvore preservada, Deus cumpre seus objetivos, com o envio do seu Filho a terra, se Adão veio do pó, Jesus veio do alto, pertence a uma semente incorruptível, que não busca a sua própria glória.

Sua voz se tornou uma espada de dois gumes:

“Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus.”

Jesus não buscou glória humana, sustentava-se na humildade do Espírito Santo.

“Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e julgue. Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte. Disseram-lhe, pois, os judeus: Agora conhecemos que tens demônio. Morreu Abraão e os profetas; e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, nunca provará a morte. És tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E também os profetas morreram. Quem te fazes tu ser? Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus. E vós não o conheceis, mas eu conheço-o. E, se disser que o não conheço, serei mentiroso como vós; mas conheço-o e guardo a sua palavra. Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se. Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. “ João 8: 50 a 58

O próprio diabo acusou Jesus: “És tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E também os profetas morreram.”

Ali se vê a ignorância da humanidade, colocada em evidência, por não haver o que responder. Não somente Moisés, mas os profetas, movidos por uma força superior, anunciaram previamente as coisas que haveriam de acontecer, conforme testificou o apóstolo Pedro em uma de suas cartas. (1 Pedro 1: 10 a 13)

Jesus esvazia-se do poder: “Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus.”

Como escrito em 11 de Hebreus, Abraão "Pela fé" , exultou ver o dia de Cristo, por fé ele viu e alegrou-se.

Antecedendo a derrota na batalha teológica, os judeus absurdamente apelaram:

“Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão?”

Disse-lhes Jesus esplendidamente:

“ Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.”

Fim da batalha!!!

Está registrado para aquele que tem fé:

“Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade. “ Hebreus 13:8

Eldier