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O POSTO DE SALVAMENTO (A parábola da igreja que se tornou irrelevante) - Theodore Wedel
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O POSTO DE SALVAMENTO (A parábola da igreja que se tornou irrelevante) - Theodore Wedel
"Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores... Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio..." Ap 2.2-5
Numa perigosa costa, onde os naufrágios são freqüentes, havia, certa vez, um tosco, pequeno posto de salvamento. O prédio não passava de uma cabana e havia um só barco salva-vidas. Mesmo assim, os membros, poucos e dedicados, mantinham uma vigilância constante sobre o mar e, sem pensar em si mesmos, saiam dia e noite, procurando incansavelmente pelos perdidos. Muitas vidas foram salvas por esse maravilhoso pequeno posto, de modo que acabou ficando famoso.
Algumas das pessoas que haviam sido salvas, alem de várias outras residentes nos arredores, queriam associar-se ao posto e contribuir com seu tempo, dinheiro e esforço para manter o trabalho de salvamento. Novos barcos foram comprados e novas tripulações treinadas. O pequeno posto de salvamento cresceu.
Alguns membros do posto de salvamento estavam descontentes com o fato de o prédio ser tão tosco e tão parcamente equipado. Achavam que um lugar mais confortável deveria servir de primeiro refúgio aos náufragos salvos. Assim, substituíram as macas de emergência por camas e puseram uma mobília melhor no prédio que foi aumentado.
Agora, o posto de salvamento tornou-se um popular lugar de reunião para os seus membros. Deram-lhe uma bela decoração e o mobiliaram com requinte, pois o usavam como uma espécie de clube. Agora, era menor o numero de membros ainda interessados em sair ao mar em missões de salvamento. Assim, tripulações de barcos salva-vidas foram contratadas para fazer este trabalho. O motivo predominante na decoração do clube ainda era o salvamento de vidas e havia um barco salva-vidas litúrgico na sala em que eram celebradas as cerimônias de admissão ao clube.
Por essa época, um grande navio naufragou ao largo da costa e as tripulações contratadas trouxeram barcadas de pessoas com frio, molhadas e semi-afogadas. Elas estavam sujas e doentes e alguma delas eram de pele preta ou amarela. O belo e o novo clube estava em caos. Por isso, o comitê responsável pela propriedade imediatamente mandou construir um banheiro do lado de fora do clube, onde as vitimas de naufrágios pudessem se limpar antes de entrar.
Na reunião seguinte, houve uma cisão entre os membros do clube. A maioria dos membros queria suspender as atividades de salvamento por serem desagradáveis e atrapalharem a vida social normal do clube. Alguns membros insistiram que o salvamento de vidas era seu propósito primário e chamaram a atenção para o fato de serem de que eles ainda eram chamados posto salvamento. Mas por fim estes membros foram derrotados na votação. Foi-lhes dito que se queriam salvar as vidas de todos os vários tipos de pessoas que naufragassem naquelas águas, eles poderiam iniciar seu próprio posto de salvamento mais abaixo naquela mesma costa. E foi o que fizeram.
Com o passar dos anos, o novo posto de salvamento passou pelas mesmas transformações ocorridas no antigo. Acabou tornando-se um clube, e mais um posto de salvamento foi fundado. A história continuou a repetir-se, de modo que, quando se visita aquela costa hoje em dia, encontra-se vários clubes exclusivos ao longo da praia. Naufrágios são freqüentes naquelas águas, mas a maioria das pessoas morre afogada.
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