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O Sermão de Estêvão (Edgar Andrews)

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O Sermão de Estêvão (Edgar Andrews) Empty O Sermão de Estêvão (Edgar Andrews)

Mensagem por Admin Qui Ago 18, 2016 6:33 pm




“E apresentaram falsas testemunhas, que diziam… nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu.” -Atos 6:13,14

Já vimos que os pregadores do Novo Testamento “encontraram” Cristo no Velho Testamento, nas profecias messiânicas e nos tipos. Mas também O encontraram no que chamei “referências obscuras” - textos do
Velho Testamento que, à primeira vista, não têm nenhuma vinculação com Cristo. Consideremos agora este aspecto da prática do Novo Testamento, usando como nosso exemplo o sermão de Estêvão em Atos, capítulo 7.

Lição da história?

Com base nas acusações apresentadas contra Estêvão (ver texto inicial, acima), fica suficientemente claro que a sua intenção era pregar Cristo. Mas o seu longo sermão, em Atos 7:1-53, não faz menção de “Jesus” ou de “Cristo” – parece uma simples aula de história! Para sermos justos, ele faz breve referência a Cristo como o profeta semelhante a Moisés (versículo 37) e ao “Justo” (versículo 52). Foi essa última declaração que de fato provocou a ira dos seus perseguidores. Contudo, em sua maior parte, ele apenas rememora a
história do Velho Testamento sem nenhuma aplicação óbvia a Cristo. Então, será que Estêvão estava pregando Cristo? Sim – e o fez através de todo o seu sermão, apesar das aparências. O uso da história, por Estêvão, para pregar Cristo é especialmente significativo, porque as partes históricas do Velho Testamento muitas vezes parecem vazias de conteúdo cristológico. A Lei transborda de tipos e figuras
de Cristo. Os Salmos estão repletos de esperança messiânica. Os profetas também testificam claramente dAquele que havia de vir. Entretanto, onde está Cristo nas narrativas históricas do Velho Testamento?
Um princípio de interpretação À primeira vista, estas histórias são um descaracterizado deserto para o
aspirante a pregador de Cristo. Mas Estêvão tinha melhor conhecimento. Ele entendeu um princípio que Paulo enunciou posteriormente. Escrevendo sobre a conturbada história de Israel no deserto, Paulo diz à igualmente conturbada igreja de Corinto: “Ora tudo isto lhes sobreveio como figuras, e (estas) estão
escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos” (ICoríntios 10:11). “Tudo isto (que) lhes sobreveio” constitui a história de Israel. Paulo nos está dizendo que esta narrativa antiga e conhecida de poucos foi registrada sob a direção do Espírito Santo para nossa instrução e para nosso benefício – para quem um dia Cristo seria proclamado. A mesma verdade é ensinada em Hebreus 3:5, que diz: “Na verdade Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar (isto é, na era do evangelho)”. Ver também Romanos 15:4. Vejamos, então, este princípio em ação na mensagem de Estêvão dirigida ao conselho dos judeus.

Cristo na promessa

Estêvão começa lançando um alicerce, qual seja, a promessa feita por Deus a Abraão e selada pelo “pacto da circuncisão” (versículos 5-8). Estêvão lembra-lhes que a essência da nacionalidade judaica jaz em serem herdeiros desta promessa. Como sabemos, a promessa de Deus a Abraão culmina na “semente” ou “descendência” por meio da qual todas as nações da terra seriam abençoadas – e a referida semente é Cristo (Gálatas 3:16). Os ouvintes de Estêvão eram bem versados nas Escrituras e deveriam ter entendido as implicações messiânicas da promessa. Tenham-nas entendido ou não, foi-lhes feito notar claramente que este sermão dizia respeito ao cumprimento da promessa na vida de Cristo. Logicamente, neste ponto
Estêvão introduz o tema dominante do seu sermão – a inveja e a rejeição direcionadas aos escolhidos de Deus por seus irmãos judeus através de toda a história. Naturalmente, esta rejeição prefigurou sua rejeição do Cristo prometido – e nela culminou.

Cristo e José

Isso emerge primeiro no versículo 9, onde Estêvão relata que José foi invejado e rejeitado por seus irmãos. Contudo, “Deus era com ele e livrou-o de todas as suas tribulações” (versículos 9,10). A verdade que dá equilíbrio é o seguinte – aqueles que os judeus rejeitam são, não obstante, ressuscitados ou soerguidos por Deus. Jesus de Nazaré já está claramente em vista! Além disso, não somente José foi elevado a um alto ofício no Egito, mas também foi recebido por seus irmãos (e ex-inimigos) como alguém que retornou dos mortos. E, tendo-se dado a conhecer a eles, José se tornou seu salvador da fome e da morte (versículos 13,14). De novo as implicações messiânicas podem ter sido perdidas pelos ouvintes de Estêvão, mas estavam claramente presentes na mente do pregador, como veremos.

A seguir, Estêvão lhes lembra que as palavras de Deus a Abraão concernentes à escravização e à libertação de Israel do Egito foram cumpridas com precisão (comparar os versículos 6,7 com os versículos 17-19). Se aconteceu isso, não seria cumprida também a Sua promessa concernente à “semente”?

Cristo e Moisés

Estêvão agora se lança à parte mais longa do seu sermão – a que retrata a história de Israel sob Moisés (versículos 20ss.). Começa salientando a triste condição de Israel no Egito. Enaltece Moisés como um menino “formoso aos olhos de Deus” (versículo 20, ARA) e como um homem cheio de sabedoria. Moisés foi também “poderoso em suas palavras e obras”, frase empregada pelos primeiros discípulos para descrição de Jesus – “varão profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo” (Lucas 24:19). Mas o ponto saliente de Estêvão sobre Moisés foi que, como José antes dele, Moisés foi rejeitado por seus irmãos – “Ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam” (versículo 25). O pregador sublinha o seu ponto. “A este Moisés, ao qual
haviam negado… a este enviou Deus como príncipe e libertador” (versículo 35).

Estou certo de que neste estágio os ouvintes estavam começando a “pegar a mensagem”. Estêvão não estava simplesmente rememorando a história, mas estava demonstrando que os judeus persistente e
consistentemente haviam rejeitado aqueles que Deus enviara historicamente para salvá-los. Não obstante, devido à soberana misericórdia de Deus, os salvadores que eles rejeitavam eram levantados para salvá-los, apesar do seu pecado (versículo 36)! Portanto, eles prefiguram Cristo competentemente.

Cristo e a lei

Israel não rejeitou somente os “salvadores” enviados por Deus – também rejeitou Sua lei. Moisés “recebeu as palavras de vida para no-las dar, ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram, e em seu coração se tornaram ao Egito” (versículos 38,39). Todavia, surpreendentemente, o Senhor não os rejeitou completamente. Por sua graça Ele os introduziu na terra prometida sob Josué, ele próprio um “salvador” e um notável tipo de Cristo (versículo 45). Além disso, eles foram acompanhados para a terra prometida pelo tabernáculo, um toque ou sinal evidente da presença de Deus entre eles. Mas eles não entenderam o sinal, nem o simbolismo do templo que o sucedeu. Não entenderam que “o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens” (versículo 48).

Assim, novamente eles rejeitaram a preciosa verdade – a verdade segundo a qual Aquele que tinha “tabernaculizado” entre eles era o verdadeiro templo. Era Aquele que eles destruíram só para O verem soerguido em três dias (João 2:19).

Cristo e os profetas

A denúncia final de Estêvão cita a rejeição dos judeus da qual foram objeto os profetas, “que anteriormente anunciaram a vinda do Justo” (versículo 52). Isto culminou em seu crime supremo – a rejeição, traição e morte do Libertador de quem os profetas falaram (versículo 52).Não sabemos o que mais Estêvão tencionava dizer. E quase certo que, como Pedro, ele teria continuado a declarar que, apesar da impiedade dos judeus, Deus ressuscitou Jesus dos mortos e O fez “Senhor e Cristo”. Em Seu nome eles poderiam receber “a remissão dos pecados” e “o dom do Espírito Santo” (Atos 2:36-38). Essa, afinal, foi a repetida mensagem do seu sermão – que Deus levanta salvadores para libertarem aqueles que uma vez os
rejeitaram. Estêvão lhes teria dito isso. Mas eles o mataram antes de ele poder dizê-lo.

Então, à primeira vista, o sermão nada mais foi que história judaica. Mas, olhando mais fundo, vemos que ele encontrou na narrativa histórica um modelo que prefigurava Cristo com gloriosa clareza. Conforme esse modelo, o povo de Deus esteve vez após vez aflito e prestes a perecer – ou de fome em Canaã, ou na escravidão do Egito, ou pelo desânimo no deserto. Cada vez Deus lhes envia um salvador, mas eles o rejeitam e rejeitam sua mensagem. Também rejeitam os legisladores e os profetas que proclamam salvação aos que têm olhos para vê-la.

Cada vez, porém, Deus rejeita a rejeição! Ele levanta o rejeitado, exaltando-o a uma posição de autoridade, firmado na qual ele parte para salvar as mesmas pessoas que se rebelaram contra ele. Em resumo, Estêvão usa a história judaica como prefiguração e proclamação de Cristo – rejeitado, crucificado, ressurreto, e exaltado como “Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e (a) remissão dos pecados” (Atos 5:31).

Se Estêvão pode pregar Cristo baseado na história judaica, nós também podemos – e com base em toda e qualquer porção da Palavra de Deus no Velho Testamento, mesmo que à primeira vista pareça obscura. Fazendo isso, temos pleno suporte da prática do Novo Testamento.

Sobre o autor: Edgar Andrews é Professor Emérito da Universidade de Londres e Co-editor do Evangelical Times, e co-pastor da Igreja do Campus, em Welwyn Garden City, UK (Reino Unido).

Fonte: Pregando Cristo, Edgar Andrews, Editora PES, p. 94-
101.

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