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O martírio de Policarpo

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O martírio de Policarpo Empty O martírio de Policarpo

Mensagem por Admin Sex Jun 03, 2016 11:51 pm





A carroça atirada por cavalos rodava pelas ruas empedradas da antiga cidade de Esmirna. O prisioneiro podia ouvir os gritos do gentio enlouquecido dentro da areia romana. Os cachorros da rua seguiam à carroça, ladrando loucamente. Meninos curiosos, com olhos cheios de emoção, corriam-se a um lado para dar-lhe passo...

.. E caras sem número se assomavam curiosas às janelas. Detendo-se afora dos altos muros da areia, o guarda sacou o prisioneiro da carroça como se fosse um saco de lixo. Não lhe importou que as pernas do prisioneiro ficassem lesadas. Havia semanas que o povo fazia questão de que este homem fosse preso e executado. Mas não tinha aparência de malfeitor este ancião delicado, com cara enrugada. Seu cabelo e barba eram brancos, como as nuvens no céu mediterrâneo daquela tarde. O prisioneiro entrou na areia, coxeando. E as novas correram de uma pessoa a outra que este era Policarpo, o criminoso vil cuja morte tinham vindo ver.

Seu delito, qual era?

Era o líder naquela cidade de uma seita supersticiosa, a seita conhecida pelo nome cristão. O ancião, guiado por soldados, aproximou-se do procônsul romano, enquanto o gentio gritava sua aprovação. Queriam ver sangue esta tarde. Mas a cara do procônsul se ruborizou. Era este o criminoso perigoso a quem queriam dar cabo?

O procônsul se inclinou para adiante e falou baixinho ao ancião prisioneiro: — O governo romano não quer perseguir aos anciãos. Só jura pela divindade de César e te porei em liberdade. — Isto não posso fazer. — Então só grita: “Abaixo aos ateus”, e bastará. (Já que os cristãos não tinham nem deuses nem templos, muitos criam que eram ateus.) Com grande calma o prisioneiro deu a volta e assinalou para o gentio que gritava por sua morte. Então, olhando para o céu, gritou a toda voz: — Abaixo aos ateus!

O procônsul ficou desconcertado ao ver a resposta do prisioneiro. Este tinha feito o que se lhe mandou, mas não da maneira esperada. Não satisfaria ao gentio louco que seguia gritando por sua morte. O procônsul queria pôr em liberdade a este ancião, mas tinha que aplacar a gente. — Amaldiçoa a Jesus Cristo! _ ordenou.

Por uns momentos Policarpo olhou fixamente ao rosto severo do procônsul. Depois falou com calma: - Por oitenta e seis anos servi a Jesus, e ele nunca me fez mal algum. Como, pois, poderei amaldiçoar o meu Rei e Salvador?

Entretanto, a multidão ficava mais impaciente. Queriam sangue, e o procônsul o sabia. Tinha que fazer algo. — Jura pela divindade de César — lhe instou outra vez. Mas o prisioneiro contestou sem demorar: — Já que você aparenta não saber quem sou, permita-me ajudar-lhe. Digo sem vergonha que sou um cristão. Se você deseja saber no que crêem os cristãos, assinale uma hora, e eu com gosto te direi.

O procônsul se agitou. — Não me tens que persuadir a mim. Persuade a eles - disse, assinalando para a multidão impaciente. Policarpo deu uma olhada ao tumulto que enchia a areia. Tinham vindo para ver a diversão de sangue. Isso queriam, nada menos. — Não baratearei os ensinos de Jesus ante tais pessoas. Agora o procônsul se enojou. — Não sabes que tenho a meu poder os animais ferozes? Os soltarei de imediato se tu não te arrependas destas necedades! — Muito bem. Solte-os replicou Policarpo, sem medo.

Quem ouviu jamais de uma pessoa que se arrependesse do bom para andar em atrás do mau? O procônsul costumava vencer ainda os criminosos mais fortes com suas ameaças, mas este ancião mais do que bem vencia a ele. Sua cólera aumentava. — Bem, se os leões não te dão medo, ouve-me. Te queimarei vivo se não amaldiçoas a Jesus Cristo agora mesmo! Cheio do Espírito Santo, Policarpo contestou com gozo e valor: - Me ameaça você com um fogo que se apaga depois de uma hora. Não sabe que virá um fogo eterno, o fogo de juízo reservado para os ímpios? Por que esperar mais? Faça comigo o que vais fazer.

O procônsul não tinha querido que saísse desta maneira. Queria ter conquistado este velho. Tinha esperado ver-lhe de joelhos rogando por misericórdia. Mas o prisioneiro… o ancião… tinha conquistado ao procônsul. E este se recostou em sua cadeira elegante, humilhado e enfurecido. Mandou Heraldos a diferentes lugares na vasta areia para anunciar o que Policarpo tinha dito. Quando se anunciou o último desafio de Policarpo, uma onda de fúria correu pela multidão. Isto fariam! O que eles queriam desde o princípio. Com gritos agudos, saltaram de suas cadeiras e correram pelos corredores. Lançaram-se para as portas que davam às ruas correndo loucamente, procuraram lenha aonde fosse.
Saquearam as lojas. Entraram até nos banheiros públicos e roubaram a lenha dali. E se apressaram para voltar à areia, carregados com lenha para atear fogo. Amontoaram a lenha ao redor da pira preparada, à qual os soldados já fincavam as mãos e as pernas de Policarpo.
Mas ele falou com confiança aos soldados: - Deixem-me bem como estou. O que me fortalece contra o fogo me ajudará a permanecer nele sem que me assegurem. Depois de permitir que Policarpo orasse, os soldados atearam fogo. Ao queimar a Policarpo, o povo de Esmirna cria que colocariam no esquecimento e que a desprezada seita dos cristãos se acabaria. Como o procônsul que tinha esperado intimidar a Policarpo, assim cria o povo que os cristãos se intimidariam e esqueceriam sua fé. Que engano! Resultou todo o contrário. Em vez de intimidar-se pela morte de Policarpo, seu líder, os cristãos cobraram mais ânimo. E seu número aumentou. Paradoxalmente, o que os romanos não podiam fazer, a igreja mesma depois fez. Hoje em dia, o nome de Policarpo descansa no esquecimento, e o cristianismo daquele então não existe.



Do livro: O desafio da igreja atual à luz da igreja primitiva

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O testemunho da vitória sobre a morte:

"Sabendo então que os oficiais de polícia lá estavam, ele (Policarpo) desceu e falou com eles. Eles estavam surpresos pela sua idade e sua calma e pelo empenho empregado para prender um homem tão idoso. Serviu-os com tanto alimento e bebida quanto quiseram, pedindo-lhes apenas uma hora para rezar à vontade. Eles permitiram, e de pé, ele começou a rezar tão cheio da graça de Deus que por duas horas não pôde parar, e aqueles que o ouviam ficaram admirados e muitos se arrependeram de ter ido prender um homem tão santo. Em sua oração ele se lembrou de todas as pessoas que encontrou, ilustres e obscuros, e toda a igreja espalhada pelo mundo. Quando terminou, chegando a hora de partirem, eles o montaram num burro e o levaram à cidade. Rapidamente eles empilharam em volta dele o material para a fogueira. Quando iam pregá-lo ele disse, 'deixem-me assim'. Aquele que me dá forças para suportar o fogo também me ajudará a permanecer imóvel na fogueira. Então não o pregaram nela, mas o amarraram. Com suas mãos atadas às costas, ele parecia um carneiro escolhido de um grande rebanho para o sacrifício. Levantando seus olhos aos céus ele disse: 'Senhor, Todo Poderoso Deus, Pai do Bem-Amado e Bendito Filho Jesus Cristo, através do Qual recebemos o conhecimento de Vosso Nome, Deus de toda Criação, Eu vos bendigo por me haverdes julgado digno deste dia e desta hora, para partilhar entre o número de vossos mártires no cálice de vosso Cristo, em vista da Ressurreição do corpo e alma na plenitude do Espírito Santo. E por tudo eu vos louvo, eu vos bendigo, eu vos glorifico, através do eterno e celeste, Sumo Sacerdote Jesus Cristo, vosso bem-amado Filho, por Quem seja dada a glória a vós, com Ele e o Espírito Santo, agora e sempre, Amém.' No meio do fogo ele ficou, não como carne que queima, mas como pão que é assado."

(Martírio de Policarpo, Bispo de Esmirna - 
SC n. 10, p. 250, 252; 260, 262;264)

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