Entendendo o profeta Ezequiel

Ezequiel

O livro de Ezequiel é o melhor livro entre os profetas na questão de composição. Após a introdução (1-3) onde Ezequiel recebe a sua missão de Iahweh, ele se divide em 4 partes interessantes: 4-24 apresenta censuras e ameaças aos israelitas antes do cerco de Jerusalém; 25-32 contêm oráculos contra as nações; 33-39 consolo de um futuro melhor para o povo durante e após o cerco; 40-48 um tipo de estatuto político e religioso para a comunidade futura na Palestina.

Ezequiel nasceu na época da maior celebração de páscoa que houve em Jerusalém, realizada por Josias, porém viveu entre os exilados da Babilônia, conforme consta em 1.29 e 29.17. Ele é um sacerdote (1.3), por isso há uma enorme preocupação de sua parte para com o Templo, seja o antigo, o futuro ou um imaginário.

Ele tem horror às impurezas legais e uma grande preocupação em distinguir o que é sagrado e profano. Por ser sacerdote sempre resolvia os casos que apareciam por isso seu linguajar é muito semelhante aos que aparecem no Código de Santidade.

Seu livro apresenta algumas visões e ele sempre dá ênfase e muitos detalhes sobre elas. Entretanto seu estilo literário é muito fraco, até cansativo se for comparado com a paixão de Isaías, por isso alguns momentos tem mais um tom amedrontador. Por sempre buscar um Templo restaurado e com suas visões, seu estilo literário torna-se bem apocalíptico.

O Livro de Ezequiel

- 1: chamada de Ezequiel por meio da visão do carro de Iahweh.
- 2-3.15: visão do livro.
- 3.16-20: a chamada para Ezequiel ser o atalaia de Iahweh.
- 3.22-7: profecia sobre o cerco de Jerusalém, contra os montes e os pecados de Israel anunciando que o fim está próximo.
- 8-11: visão dos pecados de Israel, principalmente a idolatria, o castigo para os pecadores, a consequência destes pecados seria a glória de Iahweh deixar o Templo e o povo sofrer as consequências por adorar outros deuses.
- 12.1-20: uma profecia feita por intermédio de mímica.
- 12.21-28: profecias por meio de provérbios.
- 13-14.11: profecias contra os falsos profetas e profetisas, contra a idolatria.
-14.12-23: profecia contendo a doutrina moral existente nos escritos da Lei.
- 15: profecia por meio de uma parábola.
- 16: profecia a respeito de Jerusalém como sendo uma esposa infiel.
- 17: profecia feita por meio de uma alegoria.
- 18: profecia sobre a responsabilidade de cada um diante de Iahweh.
- 19: lamentações sobre os líderes de Israel.
- 20: profecia sobre a infidelidade de Israel no decorrer de sua história.
- 21.1-22: profecia apresentando a justiça de Iahweh como sendo uma espada.
- 21.23-37: profecia contra o rei da Babilônia e contra Amon.
- 22: profecia contra os pecados atuais e presentes em Jerusalém.
- 23: profecia apresentando uma história simbólica que traça um paralelo entre Jerusalém e Samaria.
- 24: a profecia sobre o cerco a Jerusalém e as provações que Ezequiel passou.
- 25-32: profecias contra as nações: Amon, Edom, Moab, Filistia, Tiro, Sidônia (Fenícia) e Egito.
- 33: iniciam as profecias durante e após o cerco a Jerusalém, contendo Ezequiel como atalaia, os pecados do povo, a tomada da cidade e o resultado da profecia.
- 34: profecia feita sob a figura do rei-pastor de Israel.
- 35-36: profecias contra Edom e os montes de Israel.
- 37: profecia por meio da visão do vale de ossos secos e o anúncio de Judá e Israel como sendo um só reino.
- 38-39: profecia contra Magog.
- 40-48: profecias sobre a restauração de Israel apresentadas pela reconstrução, restauração do Templo e dos serviços dos sacerdotes justos diante de Iahweh.