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Caim o filho da mentira, a semente do mal (confrontando um Nobel de Literatura)

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Caim o filho da mentira, a semente do mal (confrontando um Nobel de Literatura) Empty Caim o filho da mentira, a semente do mal (confrontando um Nobel de Literatura)

Mensagem por Admin Qui Mar 22, 2012 11:07 am


Caim o filho da mentira X Caim de José Saramago

Comentário de um leigo sobre o livro CAIM do escritor José Saramago (ganhador do Nobel).


Já leram o livro “Caim”, de José Saramago, o incansável gênio literário, que em suas linhas perseguiu arduamente Deus. Saramago é diferente até mesmo no estilo de escrever, que aqui nada posso fazer, senão admirá-lo, por utilizar somente vírgulas, e poucas vezes o ponto, desprezando todos os demais sinais de pontuação.

Um aviso, em toda a sua existência, Saramago foi denominado ateu, por não compreender o que seria fé. A doce ironia da vida foi sua afirmação, quando recebeu o prêmio Nobel de Literatura, no ano de 1998: "O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever".

O livro Caim foi lançado em 2009, numa entrevista ao jornal “O Globo", em 2009, Saramago abriu o verbo contra os religiosos: "No fundo, o problema não é um Deus que não existe, mas a religião que o proclama. Denuncio as religiões, todas as religiões, por nocivas à Humanidade. São palavras
duras, mas há que dizê-las. Para mim, a Bíblia é um livro. Importante, sem dúvida, mas um livro."

Não existiu ninguém capaz, de explicar a Bíblia, para o gênio Saramago, quando se diz gênio, demos honra ao Criador, que para o grande escritor, não passava de um Deus assassino.

"Penso que não merecemos a vida, penso que as religiões foram e continuam a ser instrumentos de domínio e morte." (Saramago)


Saramago “honrava” a Escritura Sagrada a sua maneira, considerando injusta a expulsão de Adão e Eva do Éden, injusta a pena imposta a Caim, personagem central de seu livro, que como se embarcasse numa máquina do tempo (made in hell), se transformasse num ser onisciente, capaz de enxergar o futuro, claro, segundo o pensamento de Saramago.


Claro que o autor, não tem permissão de utilizar o Espírito Santo, como fonte instrutiva que realça o pensamento humano, prefere o quociente de inteligência elevado, para transportar o caim dele, exatamente com letra minúscula, para os mais importantes eventos da história bíblica, expondo uma versão solitária da sua própria verdade. Tudo começa com Adão e Eva e a tentação que sofreram, nesse ponto para Saramago, a árvore do bem e do mal, jamais deveria ter sido plantada no jardim, para que não aguçasse a curiosidade da criação, mas não, ela foi colocada ali, como se propositadamente. A nudez dos dois é outra coisa que o intriga, afinal, estavam nus e não sabiam que estavam nus.

Vale ressaltar que todos os personagens do livro, são escritos com letras minúsculas, não se escandalizem por isso, toda a construção gramatical, se torna tão somente mera coadjuvante, diante da realidade que Saramago quer edificar, da verdade aterradora que ele quer revelar, o gênio autodidata prefere interrogar a Deus, desafiar a realidade, perturbar a mente do religioso, renunciando a toda lógica, que atualmente vemos dentro do cérebro dos homens.

Polemizar, ironizar, conceber a hipótese improvável, sem o fundamento da fé, mantém o clímax constante deste livro. Longe de pensarmos em heresias, não até chegarmos o momento, em que (no livro) caim envolve-se com lilith, uma bruxa que segundo a literatura, foi a provável primeira mulher de seu pai.

Alguns deduzem que através dessa invasão ao intelecto divino, Saramago queira desvendar o íntimo da condição humana, a miserável condição pecaminosa da carne. Na verdade a sua obra considerada suprema, desconsidera os objetivos de Deus, como se eles fossem as causas da maldade que hoje encontramos.

O correto é que Eva não foi uma ajudadora idônea, num dia ocioso, desses que deduzimos, como uma “mente vazia, oficina do diabo”, Eva teve um diálogo horripilante, com uma possuída serpente. E porque aquela serpente estava ali?. O intelectual de Saramago, é composto de interrogações, é assim mesmo que o livro é escrito, não que eu tenha esse domínio de interpretação, nem que seja algum tipo de hermeneuta.

A serpente joga a isca, Eva sucumbe ao vício da carne, que naquela época era uma droga totalmente nova, cujo nome “científico” denominou-se pecado. Claramente hoje o pecado está presente em todo o mundo, coisa que Saramago não consegue compreender, e se ele entende, a culpa é de Deus, sempre será dele.

Eva cai na lábia da serpente, coração pulsando forte, consciência enfraquecida pela ilusão, corpo tenebroso, lâmpada apagada, lembrei-me do que disse Jesus,“A candeia do corpo é o olho”,naquela momento todo o corpo de Eva estava tenebroso. No olhar crítico da Saramago, Deus esteve todo o tempo observando esse diálogo, porém, não fez nada para impedir. Os dois comeram do fruto proibido,e assim, a candeia do corpo se apagou para sempre.

Se esconderam da presença do Senhor, coisa improvável para Saramago, Porque se esconder de Deus? Ele não se coloca como um ser onisciente? Por qual motivo ele pergunta ao Adão: “Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?”, Adão acusa Eva, Eva acusa a serpente, a serpente já despossuída apenas sibila. Da boca de Deus saem todas as sentenças, de uma única vez, com a voz toda embargada embora não se possa perceber.

Uma coisa talvez tenha passado em branco, no pensamento do autor, e que talvez Adão e Eva não tenham escutado, como também a prudente serpente, que a essa altura, já estava comendo pó. A terra por causa dessa atitude mesquinha, se tornou totalmente maldita, mesmo assim, a serpente não voltaria a ter amizade com a mulher, assim como o homem perdendo o status de imortal, voltaria ao pó que foi formado. Tempos depois dessa determinação, um certo apóstolo revelou:

“Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.”1 Cor. 5:22


Deus certamente ocultou aos olhos humanos a árvore da vida, para que no fim de todas as coisas, definitivamente o justo pudesse então comê-la:

“Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.” Apocalipse 2:7

Voltando a obra, querubins e uma espada flamejante, se tornam seguranças da entrada do Éden, justamente para guardar a árvore da vida, já a árvore do bem e do mal, tenho comigo que Deus mandou cortar, diante do “fracasso” dos seus objetivos, para num futuro, tendo o homem capacidade, de realmente discernir o bem e o mau, novamente pudesse semeá-la.

Adão e Eva, segundo a fantasia de Saramago, encontraram outras pessoas, viveram com elas, embora Eva tenha feito uma visita aos querubins, sob a premissa de que as frutas do jardim estivessem se perdendo, por falta de alguém para comê-las. Desse capítulo em diante, passamos imediatamente a reproduzir (e comentar) a história de Caim e Abel, que aqui se torna o elemento principal de todo o tema do livro, ao que se refere, o sangue inocente derramado que clamou por justiça.

“Por isso diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros; Para que desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que, desde a fundação do mundo, foi derramado; Desde o sangue de Abel, até ao sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será requerido desta geração. “ Palavras de Jesus – Lucas 11:49 a 51

Todos sabemos que Deus deu uma chance a Caim, embora o autor despreze essa misericórdia:

“Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar. " Gênesis 4:6 e 7

Talvez Deus se lembrasse da própria mãe de Caim, perguntava-se, será que também este, se tornou viciado em transgredir, preferindo receber o pecado na sala de visita?. O gênio Saramago não consegue penetrar nas entrelinhas, não é sensato interrogar o Criador, alguém futuramente aconselharia:

Mas, ó homem, quem és tu, que Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? “(Romanos 9:20 e 21).

Após o assassinato covarde de Abel, Caim entra na máquina do tempo (invenção minha), com um sinal de Deus para não ser morto, partindo para aventuras sem fim, para obter mundividências plausíveis para sustentar suas teorias. Aqui parece que Caim é o próprio Saramago, que tentará justificar o seu pecado, estabelecendo novamente, que a culpa de todo o pecado, está nas costas de Deus.

Como então poderemos —nós cristãos— defendermos Deus dessas investidas?.

O certo é que caim tem relações com lilith, que depois de oito meses, geraria um filho, cujo alcunha seria Enoque. Isso é o que consta na estória fictícia, na verdade a grande dúvida que paira na mente de alguns, é com quem realmente o Caim descrito na Bíblia se casou.

Num dos capítulos caim deixa lilith, e com um jumento, continua atrás de descobrir as mentiras, que ele já achava ter descoberto, sobre esse deus, que um dia ele achou ter misericórdia, que marcarIA sua vida para sempre.

Uma revelação de Deus, é essencialmente primordial, para que nossas argumentações, não venham a ficar despercebidas, claramente Saramago despreza a bondade Deus, procura deixar evidente que Deus é contraditório, Será mesmo que ele é contraditório?. Não existe o menor fragmento no livro, que ao menos, indique a noção, a descrição, o significado, da palavra fé, ou como podemos concluir, algo que denote a prova das coisas que não se vêem

Fique claro que em Abel foi encontrado testemunho eficaz, mesmo depois de morto:

“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.” Hebreus 11:4

Caim não alcançou testemunho, assim como seu pai Adão, o justo Jó aquele que sofreu as investidas de Satanás, serviu-se desta justificativa, para condenar (e comparar) a vergonha de Adão: “Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio...”(Jó 31:33). Claramente Jó chama Adão de covarde, por isso não tiro a razão de Saramago, Adão literalmente era um bundão. Escrevendo como escreveram os profetas, fica nítido que Deus parece não ter misericórdia, o contexto todo não é esse, essencialmente temos que revelar, o que disse o profeta Jeremias em uma de suas lamentações: “[/i]As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade[/i]”(Lamentações 3:22). O magnífico escritor, novamente poderia ironizar essa questão, se Deus realmente tem misericórdia, e elas possuem refil, qual será o motivo de Adão não ter tido uma chance, ou o mundo antigo não ter sido preservado.

Tudo isso sugere a Saramago afirmar com veemência, que “A Bíblia é um manual de maus costumes e um catálogo de crueldades”, o apóstolo Paulo então rebate Saramago:

“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Romanos 1:18 a 22


Nos atendo ao conteúdo do livro, que agora vou me ater, Saramago descreve a ira de Deus contra Adão e Eva, com uma estonteante ironia:

“Disse então o senhor, Tendo conhecido o bem e o mal, o homem tornou-se semelhante a um deus, agora só me faltaria que fosse colher também do fruto da árvore da vida para deles comeres e viveres para sempre, não faltaria mais, dois deuses num universo, por isso te expulso a ti e a tua mulher deste jardim do éden, a cuja porta colocarei de guarda um querubim armado com uma espada de fogo, o qual não deixará entrar ninguém, e agora vão embora, saiam daqui, não vos quero ver nunca mais na minha frente.” (página 18 – Livro caim)

Uma serpente imaginária, num mundo imaginário, como se viajar na maionese fosse extremamente agradável. Para Saramago existe um deus, minúsculo, mas não o diabo, evidentemente, tudo não passou de um sonho, o real seria a mentira, a verdade seria uma ilusão, e por essa ilusão, quis o homem saborear o fruto do bem e do mal, a indagação sempre será: Qual o motivo para Deus plantar uma árvores dessas?. O grande enigma aqui, é que Adão foi incapaz de esperar novas ordens, em suma ele teve preferência por acelerar os impulsos carnais, não temendo as consequências de seus atos, por achar que obedecer a Deus é somente um detalhe, lembramo-nos da afirmação de Jó.

Para Saramago o Éden tornou-se motivo de piada:

“O senhor havia feito uma péssima escolha para a inauguração do jardim do éden, no jogo da roleta posto a correr todos tinha perdido, no tiro ao alvo de cegos ninguém havia acertado. A eva e adão ainda restava a possibilidade de gerarem um filho para compensar a perda do assassinado, mas bem triste há-de ser gente sem outra finalidade na vida que a de fazer filhos sem saber porquê nem para quê. Para continuar como se fosse ela a única e derradeira esperança do universo. Ao matar abel por não poder o senhor, caim deu já a sua resposta. Não se augure nada bom da vida futura deste homem.” (página 36 a 37 – Livro de caim)

Para aqueles que não acreditam em nada, o nada é o máximo que podemos ter. Tudo isso podemos obter através da língua, mordacidade dela sempre foi notória, nos grandes filósofos, cientistas, teólogos, escritores, entretanto, ninguém descreveu com maior precisão, as habilidades inquestionáveis da língua:

“A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.” Tiago 3:6 a 8

Saramago poderia ter escrito um livro sobre ela, desafiando o intelecto divino, ironizando uma criação como a língua. Justifico aqui o caráter do Deus de Israel, que a serpente sem a língua, não teria aquele diálogo mortífero com Eva, influenciando o apetite desordenado, corrompendo a consciência, e magistralmente como disse Tiago, mudado todo o curso da natureza.

Quem seria então o pai da mentira?

Não seria o diabo da (ou na) serpente.

“Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” João 8:44


Não foi a lábia dele que influenciou Eva, e também a consciência vazia de Caim?.

Subitamente o caim de Saramago, montando em um jumento, abandona lilith, entra na máquina do tempo, chegando no exato momento em que Abraão, quase assassinava seu filho, curioso, genial, se examinarmos do ponto de vista do autor. O caim fictício se torna o intercessor de isaque, quando o pai abraão levantava a faca para degolá-lo, o herói serpentino se manifesta:

“ Que vai você fazer, velho malvado, matar o seu próprio filho,queimá-lo, é outra vez a mesma história, começa-se por um cordeiro e acaba-se por assassinar aquele a quem mais se deveria amar, Foi o senhor que ordenou, foi o senhor que o ordenou, debatia-se abraão, cale-se, ou que o mata aqui sou eu, desate já o rapaz, ajoelhe e peça-lhe perdão, Quem é você, Sou caim, sou o anjo que salvou a vida de isaac.” (Página 80 – Livro de caim)

O anjo de Saramago chegou ao destino, com um grande atraso, senão fosse a interferência de caim, o “bicho tinha pegado”. No entanto a conversa entre o pai e filho, que sucede-se depois da quase morte de isaac, é igualmente horripilante, é o momento em que isaac enfrenta o pai, que ainda quer justificar a atitude de Deus:

“A ideia foi do senhor, que queria tirar a prova, A prova de quê, Da minha fé, da minha obediência, E que senhor é esse que ordena a um pai que mate o seu próprio filho, É o senhor que já cá estava quando nascemos, E se esse senhor tivesse um filho, também o mandaria matar, perguntou isaac, O futuro dirá, então o senhor é capaz de tudo, do bom, do mau e do pior...” (Página 82 – Livro de caim)

Diferentemente da perspicácia do autor, com sua profunda análise, daquilo que passou na mente de Isaque, quando quase perdeu a vida, Tiago na escrita da sua carta, justifica o ato de Abraão:

“Não foi Abraão, nosso antepassado, justificado por obras, quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar? Você pode ver que tanto a fé como as suas obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras. Cumpriu-se assim a Escritura que diz: Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça, e ele foi chamado amigo de Deus. Vejam que uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé.” Tiago 2:21 a 23

Tudo bem! Saramago não tem preferência, pelo círculo de amizade de Deus, talvez por achar que sua obra fosse suficiente, para provar o improvável, que a fé não é de todos. Não induz as palavras de abraão para isaac, na questão de ter um filho, que ele poderia querer assassiná-lo, o futuro confirmaria que isso era realmente possível, não mediante as argumentações apresentadas, como Deus sendo capaz de tudo, do bom, do mau e do pior, o profeta Isaías explica, segundo palavras do próprio Deus:

“Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas. ”Isaías 45:7


Tudo isso falava o Senhor, para Ciro, o famoso rei persa, libertador dos hebreus, como estímulo para suas ações.

Entrando novamente na máquina do tempo do autor, caim aparece diante da famosa cidade de Babel, cujo povo queria chegar ao céu, com o objetivo de alcançarem fama. Numa ação de Deus, os construtores viram que não falavam a mesma língua, talvez aqui esteja o esclarecimento, que nós devemos falar a língua de Deus, compreender sua vontade, não alçando projetos, que sejam contrários a essa vontade. A dispersão daquele povo, foi com intento de restaurar a paz, dizimar o espírito tendencioso, esse mesmo que operou no caim de Saramago.

No cinismo genial do autor, ele não se conforma com aquele provérbio: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”

Segundo o seu pensamento:

“O que tinha ouvido de abraão dera-lhe uma alma nova, mas há que pensar que nem só de pão vive o homem, mormente ele, habituado nos últimos tempos a mimos gastronômicos, muito por cima da sua origem e condição social. “(Página 90 – Livro de caim)

São poucos os que acreditam, que uma mulher possa receber a virtude de conceber, dando a luz já fora da idade, simplesmente por confiar na fidelidade de Deus, nas ironias do livro, isso claramente não seria possível, mas ela foi justificada pela Escritura Sagrada:


“Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido. Por isso também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar.” Hebreus 11:11 e 12

Em alguns momentos, no subconsciente, a imagem desse caim se transforma, a realidade se torna obscura, de falso misericordioso (além de fratricida sanguinário), ele passa a se apresentar, como aquele que veio para redimir as injustiças, simplesmente por não acreditar, que exista alguém capaz de concedê-la.

“...porque a fé não é de todos.” 2 Tess. 3:2


O livro chega a uma das grandes indignações de Saramago, a destruição da cidade de sodoma e gomorra, a transformação da mulher de Ló numa estátua de sal, conforme fragmento abaixo:


“Até hoje ainda ninguém conseguiu compreender por que foi ela castigada dessa maneira, É possível que o senhor tivesse querido punir a curiosidade como se se tratasse de um pecado mortal, mais isso também não abona muito a favor da sua inteligência, vejá se o que sucedeu com a árvore do bem e do mal, se eva não tivesse dado o fruto a comer a adão, se não o tivesse comido ela também, ainda estariam no jardim do éden, com o aborrecido que aquilo era...As crianças, disse caim, aqueles crianças estavam inocentes, Meu deus, murmurou abraão e a sua voz foi como um gemido, Sim, será o teu deus, não não foi o delas. (Página 97 – Livro de caim)

O conteúdo da carta de Judas, justifica que não houve injustiça da parte de Deus:

“Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. “ Judas 7 e 8

Relações antinaturais certamente são para seres irracionais, de modo algum, existe qualquer observação a homofobia, apesar do castigo indicar que essas ações, assolavam o coração de Deus, ao presenciar as obscenidades de toda uma cidade. Foi então necessário, que nada ali fosse preservado, inclusive para não haver gerações, que pudessem procriar seres de índole tão corrompida.

Já o apóstolo Pedro definiu ação de Deus contra Sodoma e Gomorra, de maneira mais incisiva, comentando sobre a escolha única a favor de Ló:

“E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; E livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis (Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre as suas obras injustas); Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados “ 2 Pedro 2:6 a 9

Dependendo do ângulo da opinião, o homem comum, sempre irá procurar por razões, que visam desprestigiar o real motivo do acontecimento. Preservem-se as crianças indefesas, para que futuramente, elas possam se beneficiar da herança dos pais, principalmente em perpetuar obras injustas. Do mesmo modo que Saramago expressa sua opinião, tenho todo o direito de conceder a minha, as cinzas representaram a justiça de Deus, conforme as palavras do Salvador, quando repassava instruções aos seus apóstolos:

“E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. “ Mateus 10:14 e 15

Seguimos adiante nos comentários, quando o personagem de caim, aparece no meio dos israelitas, em que segundo o contexto do livro, revela uma possível competição, entre o tal bezerro de ouro e o Deus Todo-poderoso. Tudo isso ocorre justamente, quando Moisés se encontrava em audiência com Deus. Na blasfêmia de um povo ingrato e corrompido, surge a estúpida ideia, de construir um falso deus, para que ele reinasse sobre eles, um deus bezerro. Eu particularmente acho isso uma idiotice, mas creio na veracidade dos fatos, a idiotice é Arão ter sido facilmente coagido, por aquele povo coração de concreto, porém, como casa vazia, fica fácil retornar espíritos maus, por esse lado, é mais fácil acreditar.

Qual seria a justificava então para toda a matança, que sucedeu-se depois que Moisés desce do monte?. Saramago talvez quisesse, que Moisés descesse com espírito compassivo, passasse a mão no bezerro de ouro, compreendendo a razão dos blasfemadores, que outrora eram escravos no Egito.

Ele logo bradou sem pestanejar, enojado diante do que via:

“Quem é do SENHOR, venha a mim.” Êxodo 32:26

Será que fizeram falta os corrompidos?

Tantas guerras inúteis acontecem todos os dias, e a morte de três mil hebreus inconsequentes, pelas mãos de Moisés, é compreendida como crime de guerra? Imagine então se Deus tomasse essa mesma decisão, de vingar todos aqueles, que blasfemam do seu nome, quantos restariam nesse mundo?.


Reflitam agora sobre o trecho do livro, e o pensamento descarado de caim sobre a morte dos impenitentes:


“E foi assim que morreram cerca de três mil homem. O sangue corria entre as tendas como uma inundação que brotasse do interior da própria terra, como se ela própria estivesse a sangrar, os corpos degolados, esventrados, rachados de meio a meio, jaziam por toda a parte, os gritos das mulheres e das crianças eram tais que deviam chegar ao cimo do monte sinai onde o senhor se estava regozijando com a sua vingança...três mil homens mortos só porque ele tinha ficado irritado com a invenção de um suposto rival em figura de bezerro, Eu não fiz mais que matar um irmão e o senhor castigou-me, quero ver agora quem vai castigar o senhor por essas mortes, pensou caim, e logo continuou, Lúcifer sabia bem o que fazia quando se rebelou contra deus, há quem diga que o fez por inveja e não é certo, o que ele conhecia era a maligna natureza do sujeito. “ (Página 101 – Livro de caim)

Isso é subverter aquilo que não está escrito, é voltar a divagar no mesmo tema, que sempre envolve crianças e mulheres indefesas, assassinados por um Deus, totalmente frio e calculista.

“Que estranha ideia do justo parece ter o senhor, A ideia de quem nunca deve ter tido a menos noção do que possa vir ser uma justiça humana...” (Página 129 – Livro de caim)

O apóstolo Paulo não acredita em um Deus injusto, ele mesmo provou de uma enorme misericórdia, quando era perseguidor de Deus, sendo escolhido para fazer o bem, que outrora achou que estava praticando:

Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.” Romanos 9:14

Não esqueçamos a marca contida em caim, no livro, cravada na testa dele, na Bíblia porém, não relata se é uma marca visível ou invisível, talvez não seja aqui a principal questão, a julgar que o Caim da Bíblia, certamente não teria em sua alma, o selo da justiça.

A máquina do tempo novamente entra em ação, comunico a todos, que deixei de relatar alguns acontecimentos, e a implicância de Saramago com o sucessor de Moisés, Josué, que achei não ser necessário, preferindo me ater a um relato simples, dado a minha condição de incauto, que jamais teve por qualquer pretensão, competir com um gênio da literatura universal. Entretanto, como para mim Deus é Deus, e para Saramago deus é como o diabo, tive por preferência, influenciado pelo coração, tentar defender o meu Deus, do deus de Saramago, sem que tentasse diminuir a sua obra, e ao mesmo tempo não permitisse a ele o mesmo.

A máquina do tempo, com o caim de Saramago dentro, chega ao exato momento, entre a conversa de Deus com Satanás, cujo tema era o justo Jó:

“Se bem entendi, o senhor e satã fizeram uma aposta, mas job não pode saber que foi alvo de um acordo de jogadores entre deus e o diabo, Exactamente, exclamaram os anjos em coro...Estou cansado da lengalenga de que os desígnios do senhor são inescrutáveis, respondeu caim, deus deveria ser transparente e límpido como cristal em lugar desta contínua assombração, deste constante medo, enfim, deus não nos ama, Foi ele quem te deu a vida, A vida deram-ma meu pai e minha mãe, juntaram a carne à carne e eu nasci, não consta que deus estivesse presente no ato, Deus está em todo o lado, Sobretudo quando manda matar, uma só criança das que morreram feitas tições em sodoma bastaria para o condenar sem remissão, mas a justiça, para deus, é uma palavra vã, agora vai fazer sofrer job por causa de uma aposta e ninguém lhe pedirá contas, Cuidado, caim, falas demais, o senhor está a ouvir-te e tarde ou cedo te castigará. O senhor não ouve, o senhor é surdo, por toda a parte se lhe levantam súplicas, são pobres, infelizes, desgraçados, todos a implorar o remédio que o mundo lhes negou, e o senhor vira-lhes as costas, começou a fazer uma aliança com os hebreus e agora faz um pacto com o diabo, para isto não valia a pena haver deus. “(Página 135 a 136 – Livro da caim)


Talvez o que estava em jogo, era um tal fé, coisa pouco comum, no corações de alguns. Jó foi o personagem principal da indignação desse caim fictício, da exposição de um homem, sem prazer nas evidências.

Disse Deus ao Jó verdadeiro:

“Porventura o contender contra o Todo-Poderoso é sabedoria? Quem argüi assim a Deus, responda por isso. “ Jó 38:2

Responda Senhor Saramago!

Saramago coloca Caim como mensageiro das catástrofes, que foram acontecendo na vida de Jó, deixando evidente que no seu raciocínio, Satanás não passa de um encarregado sob as ordens de Deus.


“...o mais certo é que satã não seja mais que um instrumento do senhor, o encarregado de levar a cabo os trabalhos sujos que deus não pode assinar com o seu nome. “ (Página 140 – Livro caim)

Essa narrativa é segundo um caim imaginário, contrariado, com o deus que adora assassinar criancinhas. Que ele (Saramago) é um gênio das palavras, quem poderá negar tal façanha, na verdade o texto nos impõe numa condição de promotores, é como se Saramago, colocasse na mente dos leitores, o ardente desejo de contestar as ações de Deus, os motivos pelo qual ele se comportou de maneira tão cruel.

Pergunta de Deus ao Jó verdadeiro:

“Você vai pôr em dúvida a minha justiça? Vai condenar-me para justificar-se? Seu braço é como o de Deus, e sua voz pode trovejar como a dele? “ Jó 40:8 e 9

Se o saudoso Saramago, tivesse um braço como o de Deus, teria escrito de forma diferente, não teria posto em dúvida a justiça de Deus, para justificar a sua incredulidade.

“Apesar de assassino, caim é um homem intrinsecamente honesto, os dissolutos dias vividos em contubérnio com lilith, ainda que censuráveis do ponto de vista dos preconceitos burgueses, não foram bastantes para perverter o seu inato sentido moral da existência, haja vista o corajoso enfrentamento que tem mantido com deus, embora, forçoso é dizê-lo, o senhor nem de tal se tenha apercebido até hoje, salvo se se recorda a discussão que ambos travaram diante do cadáver quente de abel. “ (Página 143 – Livro de caim)

Ninguém ousou matar caim, assim aconteceu, conforme o conselho de Deus, quem estava lá para testemunhar a favor da verdade? Eu não estava, desejo crer, me apegar a única resposta, para a minha existência. Saramago nem precisaria explicar, a vida sexual do seu personagem, totalmente dissoluta, e dizer que esse caim, sendo um personagem fictício pervertido, condenou a perversidade de Sodoma e Gomorra.

Seria insensato desacreditar no que diz a Escritura, que Caim não alcançou testemunho, esse é o ponto final de toda a história, enquanto na estória desse outro caim, ele parece ter encontrado a moral do seu espírito, um temor acentuado, o caminho da justiça, na estória isso parece acontecer , mas, no instante em que a máquina do tempo de Saramago, o transporta para arca de Noé, encontramos o ódio do autor ao deus religioso. O caim imaginário torna-se justo, e quem deve ser punido é o deus, incentivador de todas as tragédias.

No acusador pensamento de Saramago, ganhador do Nobel de Literatura, pelo qual a sua carne foi exaltada perante o mundo, ele expressa um Deus soberbo, que não deve satisfações ao mundo sobre suas atitudes, pergunto-me se seria isso um raciocínio correto, a julgar que Deus deixou que seus escritores, cada um a sua vez, manifestassem todas as suas atitudes, mesmo aquelas que jamais conseguiram escorregar pelas goelas dos homens sábios.


Chegamos agora ao cenário da arca, com o onisciente caim discutindo com deus:



“Não, nada tenho que ver com isso, são habilidade primárias que me escapam, truques para épater le bourgeois (“chocar os burgueses”), para mim o tempo não existe, Admites, então que haja no universo uma outra força, diferente e mais poderosa que a tua, É possível, não tenho por hábito discutir com transcendências ociosas, mas uma coisas ficas sabendo, não poderás sair deste vale, nem te aconselho que o tentes, a partis de agora as saídas estarão guardadas, em cada uma delas haverá dois querubins com espadas de fogo e com ordem de matar quem quer que se aproxime, Como aquele que puseste a porta do éden, Como o soubeste. Os meus pais falavam muito dele. Deus virou-se para noé e perguntou, Contaste a este homem para que vai servir a barca, Não, meu senhor, que a língua me caia da boca se minto, tenho a minha família como testemunha, És um servo leal, fiz bem em escolher-te, Obrigado, senhor, e, se me permitis a pergunta, que faço agora com este homem, Leva-o na barca e junta-o à família, terás mais um homem para fazer filhos nas tuas noras, espero que os maridos delas não se importem, Prometo que não vão se importar, eu próprio tratarei de cumprir com a minha parte, estarei velho, mas não tanto, que vire a cara a um bom pedaço de mulher. “ (Página 150 – Livro de caim)

Um Deus que incita ao pecado das paixões carnais, na sua genialidade,— não me julguem, por elogiar um homem cético, dedicadamente ateu, ele também é uma criação de Deus—, Saramago interfere nas ações Deus. Magistralmente coloca caim dentro da arca de Noé, evidenciando o seu próprio interior, demonstrando uma eterna rixa, com aqueles que se julgam religiosos, com aqueles se acham tementes a Deus, os exagerados asquerosos.

A não aceitação do mundo corrompido, juntamente com a frustração diante da criação, colocam o deus de Saramago, como um ser vingativo, amargurado, arrependido. Talvez o autor não tenha conhecimento, que o Livro da Vida ainda será aberto. Deus destruiu o corpo do pecado, essa foi a missão de Jesus, destruir o corpo do pecado, para que o homem nascesse do Espírito.

Sigamos em frente, com caim já dentro da arca, preparem-se para grandes surpresas.


“Caim decidiu intervir, Pode-se saber de que estão a falar, perguntou, e o senhor respondeu como se repetisse um discurso já feito antes e decorado. A terra está completamente corrompida e cheia de violências, só encontro nela corrupção, pois todos o seus habitantes seguiram caminhos errados, a maldade dos homens é grande, todos os seus pensamentos e desejos pendem sempre e unicamente para o mal, arrependo-me de ter criado o homem, pois que por causa dele o meu coração tem sofrido amargamente, o fim de todos os homens chegou perante mim, porquanto eles encheram a terra de iniquidades, vou exterminá-los, assim como à terra, ati, noé, escolhi-te para iniciares a nova humanidade...pois vou lançar o dilúvio de água que, ao inundar tudo, eliminará debaixo do céu todos os seres vivos que existem no mundo, mas contigo, noé, fiz um pacto de aliança, no momento próprio entrarás na arca com os teus filhos, a tua mulher e as mulheres dos teus filhos, e de todas as espécies de seres vivos levarás para arca dois exemplares, macho e fêmea, para poderem viver juntamente contigo, portanto, de cada espécie diferente de seres vivos, sejam aves, quadrúpedes ou outros...esse foi o discurso do senhor.” (Página 150 e 151 – Livro caim)

Debate entre deus e caim:

“Picado por um debate em que, na opinião de qualquer observador imparcial, não tinha feito a melhor das figuras, o senhor resolveu mudar de planos. Acabar com a humanidade não era o que se poderia chamar uma tarefa urgente, a obrigada extinção do bicho-homem poderia esperar dois ou três ou mesmo dez séculos, mas, uma vez que havia tomado a decisão, deus andava a sentir uma espécie de comichão na ponta dos dedo que era sinal de impaciência grave. “ Página 154

Aqui afirmo com veemência, o equívoco nas palavras do profeta Saramago, o apóstolo Paulo taz a defesa de Deus:

“ E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou. Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo. Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Porque ele completará a obra e abreviá-la-á em justiça; porque o Senhor fará breve a obra sobre a terra. E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara descendência, Teríamos nos tornado como Sodoma, e teríamos sido feitos como Gomorra. “ Romanos 9:22 a 29

A menção a Sodoma e Gomorra causa ojeriza no mestre literário, justamente ele que acusa Deus de matar criancinhas inocentes, seria eu também um ser sem misericórdia?. Deus suportou tantos coisas, que nem mesmo as afrontas, fez com que ele mudasse o curso da salvação, proposto anteriormente, antes mesmo da fundação do mundo, coisas que o justo faz muito bem em atentar. A misericórdia duplamente qualificada, indica a união de todos os povos, mediante aquele corpo maltratado na cruz, se colocando como criminoso, para defender pecadores, que estavam restritos a destruição. O profeta Isaías apenas complementa, sob efeito do Espírito Santo, que se em Deus não houvesse misericórdia, muitos teriam encontrado o fim, igual ao de Sodoma e Gomorra.

A obra em Cristo foi executada sobre a terra.

No entanto, o caim de Saramago, prefere ironizar, alguns animais que possivelmente, deixaram de constar na lista de salvamento de Noé:


“ Havia realmente uns quantos animas, dos mais comum, numa cerca instalada no outro extremo do vale, pouquíssimo se compararmos com o plano de recolha estabelecido pelo senhor, isto é, todos os bicho viventes, desde o pançudo hipopótamo à mais insignificante pulga, sem esquecer o que houvesse daí para baixo, incluindo os micro-organismos, que também são gente...Referimo-nos, por exemplo, ao unicórnio à ave fênix, ao hipogrifo, ao centauro, ao minotauro, ao basilisco, à quimera, a toda essa bicharada desconforme e compósita que não tem mais que uma justificação para existir, a de ter sido produzido por deus em hora de extravagância, do mesmo modo que o jerico ordinário, dos tantos que enxameiam estas terras. “ Página 155 e 156

Vamos transformar o gênio Saramago, no Jó destituído de fé, que não teve competência para responder nenhuma das perguntas de Deus.

Quem será o animal maravilhoso, referido por Deus na conversa com Jó?

“Contemplas agora o beemote, que eu fiz contigo, que come a erva como o boi. Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder nos músculos do seu ventre. Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos das suas coxas estão entretecidos. Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro. Ele é obra-prima dos caminhos de Deus; o que o fez o proveu da sua espada. “ Jó 40:15 a 19

Não é uma extravagância, e sim, uma obra-prima.


Por certo disse o Senhor, “Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR”. O que haveria de extravagante em escolher um único homem, que entre tantos, somente ele achou graça aos olhos de Deus. Num futuro muito distante, que nem mesmo o caim de Saramago imaginava, não lhe foi permitido avançar com sua máquina do tempo, para que pudesse ter uma aula sobre graça, uma palestra com um grande Senhor, chamado Jesus Cristo.

Para os grandes homens, Deus não pode mudar de opinião, incrivelmente, em uma de suas petições, o Filho de Deus declarou:

“Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo”João 17:24

O autor do livro, pode até desconsiderar os escritos bíblicos, para ele a Bíblia pode ser contraditório, sem veracidade de fatos, um mundo imaginário, criado por um deus que não existe.

Seria isso um sinal da ignorância? Um sinal de que a corrupção não poderia ser removida da terra?

Alguém pode interrogar a Deus, sobre todos esses acontecimentos, sobre a falta de atualização da sua criação, que não consegue compreender a sua perfeita vontade?

Jesus é a atualização para o antigo mundo pecaminoso, onde habitou o personagem fictício de Saramago:

“ Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós; E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus; Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro; Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. “ 1 Pedro 1:18 a 23

A semente corruptível foi extinta do mundo, foi por ela que aconteceu a pandemia do pecado, pelo qual todo mundo adoeceu, chegando ao extremo, de Deus desejar destruir a sua criação. Acontece que a vacina contra essa pandemia, já estava preparada, antes mesmo da fundação do mundo, sendo manifestada no tempo previsto por Deus, para que por ela o mundo fosse curado, sendo as almas purificadas, os corações renovados, o corpo imunizado contra o vírus do pecado, e essa é a palavra que permanece, a nova semente incorruptível, pelo qual é permitido o homem nascer de novo.

Quase no término do livro, Saramago deposita seu ímpeto atroz, sua dúvida voraz, no trabalho que executam os anjos, o que será que estes seres misteriosos, ficam fazendo no céu:

“Uns com os outros, não mostram qualquer relutância em reconhecer que a vida no céu é a coisa mais aborrecida que se inventou, sempre o coro doa anjos a proclamar aos quatros ventos a grandeza do senhor, a generosidade do senhor, inclusive, a beleza do senhor. Já é tempo de que estes e os outros anjos comecem a experimentar as simples alegrias da gente comum, nem sempre há-de ser preciso, para maior exaltação do espírito, pôr fogo a sodoma ou soprar em trombetas para deitar abaixo as muralhas de Jericó. “ Página 156 a 157

Para aqueles que tem o Espírito, sabemos que os anjos, não ficam o dia inteiro no céu, proclamando aos quatros ventos a grandeza do Senhor, a generosidade do senhor, inclusive, a beleza do senhor.

Justifico o trabalho dos anjos:

“Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação? “ Hebreus 1:14

Anjos são alegres:

“...há alegria na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende" Lucas 15:10

Todo o conteúdo desse belo escrito de Saramago, indica que a natureza humana, é uma “charada indecifrável”. (Página 157)

No entanto, novamente ele comete um equívoco, o Espírito o Santo decifrou a natureza humana:

“Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. “ 2 Pedro 1:3 e 4

Quem é participante da natureza divina, sabe decifrar as intenções da carne.

Quem não provou da natureza divina, permanece sem o conhecimento, que poderia lhe permitir desvencilhar da natureza humana, que o mantém aprisionado ao mundo.

Jesus é a fuga que Saramago não consegue empreender.

Parte caim novamente na máquina do tempo, avançando para o futuro, no exato momento da discórdia entre Noé e seu filho Cam. Saramago realça o seu discurso feito e decorado, numa trama engenhosa, para combater a verdade através das interrogações.

...e de repente se encontrou no interior de uma tenda. Havia um homem deitado, nu, e esse homem era noé a quem a embriaguez submergira no mais profundo dos sonos. Havia outro homem que com ele estava a ter trato carnal e esse homem era cam, o seu filho mais novo, pai, por sua vez, de canaã. Cam viu pois nu o su próprio pai, maneira elíptica esta, mais menos discreta, de descrever o que de inconveniente e reprovável ali se estava a passar. O pior, porém, foi ter ido depois o filho faltoso contar tudo aos seus irmãos, sem e jafet, que estavam fora da tenda, mas estes, compassivos, pegaram num manto e, levantando-o, aproximaram-se de costas viradas para o pai, de modo a não o verem nu. Quando noé acordar e perceber o insulto que lhe havia sido feito por cam, dirá, fazendo cair sobre o filho dele a maldição que ferirá todo o povo cananeu, Maldito seja canaã...” Página 159

A Escritura sugere que Cam viu a nudez de seu pai, não com essa simplicidade toda.

O erro (se existiu) de Noé foi a embriaguez, conforme registro bíblico, o problema foi o oculto acontecimento no interior da tenda. Quall o motivo de Cam ter adentrado ao refúgio do pai, seria para ter uma conversa entre pai e filho, seria um objetivo suspeito, inofensivo, qual seria a realidade do intento?

Vale recordar as palavras de Jesus, preditas aos apóstolos:

“Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas”. Mateus 10:15 e 16

Talvez se o caim de Saramago tivesse presenciado essas palavras, não teria se impressionado tanto, com a destruição de Sodoma e Gomorra, já quanto a Cam, ele provavelmente pode não ter tomado a atitude nem de uma pomba, nem de uma serpente, em cima do muro, tomou uma maldição no lombo.

Saramago induz ao leitor, na minha minúscula concepção, que todos esses eventos bíblicos, não passam de estorinhas para boi dormir, ora, se ele realmente expõe Deus ao ridículo, coagindo as mentes, que este ser invisível, é um engodo criado pelas religiões, tenho comigo que nem mesmo o boi conseguirá dormir.

Estamos chegando nos momentos finais, dessa belíssima obra literária, que “viaja na maionese”, digo no tempo. A arca já estava concluída, deus se ocupava agora, com os últimos ajustes, antes de promover a destruição do gênero humano:

“ Deus não veio ao bota-fora. Estava ocupado com a revisão do sistema hidráulico do planeta, verificando o estado das válvulas, apertando alguma porca mal ajustada que gotejava onde não devia, provando as diversas redes locais de distribuição, vigiando a pressão dos manômetros, além de uma infinidade de outras grandes e pequenas tarefas, cada uma delas mais importante que anterior e que ele só, como criador, engenheiro e administrador dos mecanismos universais, estava em condições de levar a bom termo e confirmar com o seu sagrado o.k. “ Página 161

A aqui a grande ocasião, de estabelecer um limite, para a sabedoria deste escritor.

Deus também criou um grande escritor, Salomão, esse também transpareceu ser um homem sem limite, quanto a sabedoria adquirida, porém quando o assunto era relacionado a glória humana, ele perdia facilmente para um lírio do campo. Poderia eu aqui numa insignificante anedota, afirmar que Saramago, teve inveja de Salomão, porque ele recebeu uma visita de uma rainha (de Sabá), maravilhada com sua sabedoria, aquela adquirida diante de um oportunidade única com Deus. E creio ainda que Saramago, em seu íntimo deva temer as palavras de Jesus, afinal ele afirmou:

“A rainha do Sul se levantará no juízo com esta geração e a condenará, pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e agora está aqui o que é maior do que Salomão.” Lucas 11:31

Jesus não tinha o Espírito por medida, mesmo assim, não tinha pretensão alguma, senão transmitir somente as palavras determinadas pelo Pai. A sabedoria está adiante do homem, poucos são aqueles que desejam provar dela.

O palhaço de Hollywood caim, produzido por Saramago, segue a mesma linha de raciocínio, do princípio do livro, para ele, Deus sempre foi sedicioso nas escolhas:


“Tinha razão, noé havia sido uma boa escolha para pai da nova humanidade, a única pessoa justa e honesta do tempo, que ele era, emendaria os erros do passado e expulsaria da terra a iniquidade. “[i/] Página 163

Nem todos pensam dessa forma:


“Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.” (Jules Renard )

A fantástica ironia de Caim (o livro) é necessária, mesmo diante das afrontas, das interrogações, expondo singularmente o religioso, a religião diabólica, que não sabe reconhecer as obras de Deus.

Enfim, o dilúvio começa, e com ele, coisas esquisitas:

[i]“Entretanto, porém, uma das noras de noé, a mulher de cam, havia morrido num acidente. Ao contrário do que deixá-lo antes dito ou dado a entender, havia uma grande necessidade de mão-de-obra na barca, não de marinheiros, é certo, mas de pessoas de limpeza. Centenas, para não dizer milhares de animais, muitos deles de grande porte, enchiam a abarrotar os porões e todos cagavam e mijavam que era um louvar a deus. “
Página 165

Aqui é interessante o ponto de vista, retratando o cotidiano dentro da arca, informações estas, que foram totalmente resumidas na narração da história, contada por Moisés, talvez, porque falar de excrementos e fedor de merda, não fosse o ponto principal, não se assustem com a franqueza, o autor se refere a esses adoráveis detalhes, que claramente nem de longe, serão mencionados nos púlpitos religiosos.

Vale ressaltar, que no livro, a mulher de Cam, aquele que viu o pai totalmente nú, vem a falecer esmagada por uma pata de elefante, sendo lançada ao mar toda ensaguentada, suja de excrementos, não passando de um mísero despojo humano sem honra, outra coisa a ponderar, é que caim continua a ser considerado o herói "onisciente".

“Diz-se que não há efeito sem causa nem causa sem efeito, parecendo portanto que as relações entre uma coisa e outra deverão ser em cada momento, não só patentes, mas compreensíveis em todos os seus aspectos, quer consequentes quer subconsequentes.” Página 165

Considero assim a criação, o pecado, a redenção do pecado, não seria necessário o assassinato de Jesus, se no mundo não houvesse pecado, não seria necessário a ressurreição de Jesus, se o mundo não estivesse jazendo no pecado.

O apóstolo Paulo explica:

“Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual. O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrestres; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial. E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. “ 1 Cor. 15: 42 a 50

Creio que não seja isso, ser o significado final, a compreensão convicta do pensamento de Saramago.

Os dias passam dentro da arca:

“Havia muito que deixara de chover, a enorme massa de água entretinha-se agora a macerar os mortos e a empurrá-los docemente, no seu eterno balanceio, para a boca dos peixes.” Página 166

Incrivelmente fica evidente no livro, que caim copulou com as noras de Noé, desse modo quase (teve) participação ativa na perpetuação da humanidade. Enquanto a água durava sobre a terra, além da mulher de Cam, ele próprio, e seu irmão Jafé, também haviam desaparecido, segundo a imaginação do genial autor. Fica então mais evidente, que caim poderia fazer parte, na composição do novo caráter humano.

“Não faltará quem pense que malicioso caim anda a divertir-se com a situação, jogando ao gato e ao rato com os seus inocentes companheiros de navegação, aos quais, como o leitor já terá suspeitado, tem vindo a eliminar um a um. “ Página 169

A medida que o raciocínio do mestre vai acabando, nas derradeiras linhas, compreende-se que caim quer exterminar os resquícios da criação divina, tornando-se um “serial killer”, igualmente vistos nesses filmes de Hollywood, não se esqueçamos, que também este livro é uma história fictícia, que Saramago apenas está expressando o seu pensamento. Não é necessário considerá-lo um herege, um caído da graça, um ímpio, simplesmente por expressar as ideias, de um modo provocativo, tirando sarro da cara de Deus.

“ Das oito pessoas que compunham a família de noé só restavam agora, além do próprio patriarca, o seu filho sem e a mulher e a víúva de Jaféf. Duas mulheres ainda dão para muito, pensava noé com o seu indefectível optimismo e a sua inabalável confiança no senhor.“ Página 170

Diante do possível fracasso, o noé de Saramago, não suporta as investidas do diabo, inclusive na mente malévola do autor, caim se tornaria o reprodutor oficial da humanidade, podendo se utilizar inclusive da mulher de noé, mas preferiu matá-la em favor da sua vingança, após induziu um fraco noé ao suicídio.

“Noé deu a meia dúzia de passou que o separavam da borda e, sem uma palavra, deixou-se cair!" Página 171.

O que seria do mundo se ele tivesse origem na semente de caim?

Quem na verdade é o Pai de Caim, é o próprio diabo. Caim foi concebido por uma mentira, Deus na verdade é o criador renegado, confirmando que aquele que cria, é o verdadeiro pai, o diabo criou Caim. O Caim da Bíblia soube claramente seguir os passos de sua mãe, sendo engando pela mesma serpente, desprezando o conselho de Deus:

“E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gênesis 4:7


Depois de matar a todos, o filho da mentira, o caim imaginário, confronta-se com o deus de Saramago, já que este não pode matá-lo, por causa do sinal encravado em sua testa. Caim julga-se mais justo do que deus, que acusa solenemente, pela morte de milhares de crianças inocentes na destruição de Sodoma e Gomorra, pela morte de três mil pessoas de forma covarde, através da espada de Moisés — simplesmente pela birra de Deus, em não querer competir com um bezerro —, no descaramento de Josué ao matar 12 mil homens e mulheres, dizimando toda a população de uma cidade chamada Ai, enforcando o seu rei numa árvore, quando apenas trinta e seis soldados do seu exército (de Israel) morreram. Caim diante do seu senso de justiça, acusa deus de arbitrário no caso de Abraão, não se conformando, com a ordem de matar Isaque. Ironiza a aposta entre deus e o diabo, na jogatina realizada com Jó. Não se esquece do embargo da Torre de Babel, de deus justificar apenas noé, ló, não encontrando mais ninguém de coração puro. Esse caim não se conforma, com a ideia do deus criador, querer destruir a sua criação, se não é o resumo do livro, nem descreve todo o seu conteúdo, é por falta de veia deste intérprete.

Prefiro necessariamente acreditar por fé, nas obras desses homens, que não fizeram para si mesmos, mas para nós que cremos no evangelho. Prefiro acreditar que Cristo justificou a todos, libertou a todos, sem querer parecer Deus, esvaziando-se de toda a falsa pretensão, que aqui existe no caim de Saramago.

Para resumir a estória, Saramago escreve nas últimas linhas:

“A história acabou, não haverá nada mais que contar. “Página 172

Nessa estória não ocorrerá acréscimos, não terá realmente mais nada para contar, pois José Saramago faleceu no dia Em 18 de junho de 2010, aos 87 anos.


Quanto a verdadeira história, a 2000 anos ela invade o cotidiano da criação, que tenta pelas entrelinhas compreender a mente de Deus, termino também meus comentários, com alguns versículos escritos por um homem comum, sem instrução:


“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água; Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo; O qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências. “ 1 Pedro 3:18 a 22





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Caim o filho da mentira, a semente do mal (confrontando um Nobel de Literatura) Empty Re: Caim o filho da mentira, a semente do mal (confrontando um Nobel de Literatura)

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