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Uma crônica divertida sobre a Congregação Cristã no Brasil
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Uma crônica divertida sobre a Congregação Cristã no Brasil
A CRÔNICA DA SEXTA FEIRA
Acabo de receber um telefonema. Lembro-me que eu havia prometido de ir dar uma assistência técnica na CCB de um povoado por nome S. Pedro do Morrinho.
“Puxa vida! Como me esqueci! Fazem dez dias que me solicitaram” – pensei.
Eram dezesseis horas. Eu deveria ir ainda aquela tarde, pois no sábado eu tinha compromissos em outra localidade.
Faço os preparativos, dou partida no Algoliver e saio pelas ruas de Ribeirão Preto, seguindo depois pela via Anhanguera, até o trevo de São Simão, cidade pela qual passo em suas cercanias depois de trinta minutos.
Observo que pelos lados de Santa Rosa do Viterbo o céu se encontra escurecido pelas nuvens anunciando muita chuva. Em mais quinze minutos chego naquela cidade, onde tomo informações dos caminhos a seguir para S. Pedro do Morrinho. Recordava-me vagamente, que há quinze anos atrás eu fora lá, por aquelas rotas, mas o tempo passara e eu esquecera-me por completo.
Depois de receber instruções de um motoqueiro que conhecia a estrada, sigo em frente, logo chegando num ponto em que eu deveria deixar a via asfaltada e adentrar por uma, que no momento, em razão das intensas chuvas está no puro barro.
De início o Algoliver começou a dançar, haja vista a ação das rodas na estrada parecendo quiabo de tão escorregadia.
São dezessete horas. Com morosidade, o bom Algoliver vai avançando, mesmo escorregando, hora para a direita, hora para a esquerda, o que nas subidas não me preocupa, todavia nas decidas, ele desliza mesmo freado, causando-me temor, nas beiradas dos precipícios que em certos pontos margeiam a estrada. O fato é que depois de quarenta minutos chego a São Pedro um tanto adrenalizado e vou direto para a igreja da CCB onde eu devo consertar o órgão.
Os fraternos me aguardavam, todavia desconsolados, pois não havia energia elétrica, e não sabiam quando ela voltaria. De minha parte penso em Deus. “Puxa vida, Senhor, vim com tamanha boa vontade, voluntariamente, sem pensar em cobrar nada; trafeguei trinta quilômetros de estradas impróprias e chego aqui, não há energia para meu trabalho!”
-Não pense mal do Senhor em voz alta, caro Luzirmil. Há um nobrak no templo, talvez sirva para seu trabalho. – disse o fraterno José, o porteiro, que fora abrir o salão do templo.
-E ele funciona o órgão em caso de falta de energia? – perguntei.
-Sim, mas o órgão funciona pessimamente.
-Bem, pelo menos terei como, à princípio, me orientar no que fazer.
Para minha alegria, naquele momento chega a energia da rede.
-A demanda de vocês é cento e dez, ou duzentos e vinte? – perguntei examinando o seletor de voltagem do instrumento.
-É cento e dez.
-O órgão porém está com sua chave seletora de voltagem para o lado de duzentos e vinte. Vou medir a energia da rede, antes que haja algum engano.
Meço a voltagem. A rede está fornecendo 127 volts, por conseguinte a demanda da casa deve ser mesmo a de 110 a 127.
Mudo o seletor. O órgão passa a ter um maravilhoso funcionamento. Nem foi preciso fazer nada nele. Desde um mês atrás que as organistas reclamavam do instrumento, e era só falta de energia, já que, para que ele funcionasse a contento deveria receber um fornecimento de 220 volts.
Fiz todavia algumas regulagens no vibrato, encerrando ali minha assistência.
A seguir, a convite do fraterno porteiro vou conhecer sua casa e fabricação de vassouras a base de tiras retorcidas de garrafas pets.
Caramba! Pude ver que ele tem o capricho de, com uma tesoura, cortar uma longa tira do envólucro da garrafa, depois passa por um lugar de calor e vai torcendo-a. Daquela tira ele faz pequenos pedaços com cerca de quarenta centímetros, ajunta-os e forma a vassoura, precisamente dita . Ele até me mostrou um diploma concedido pelo SEBRAE, o qualificando como profissional. Diz-me ele que com vinte garrafas pets, faz uma vassoura.
Parto de São Pedro as dezenove horas. O dia ainda está claro, entretanto nos trechos da estrada, circundados por matas, além dos escorregões, há algo de misterioso. Mas acho que é o medo do Algoliver escorregar pelas ribanceiras, já que algumas vezes ele não para, mesmo freado! Ufa consegui. Em quarenta minutos chego no asfalto, logo atravesso por Santa Rosa.
A noite caiu, faróis altos me deixam nervoso; mas com a ajuda de Deus, prossigo. Logo passo pelas imediações de São Simão, e depois de mais dez quilômetros chego na Rodovia Anhanguera. Em instantes estou pagando o pedágio (um roubo a descoberto nas estradas). Chego em casa por volta das vinte e uma horas. Me ocupei com a missão, (apenas para mudar o seletor de voltagem de um órgão que não estava com bom funcionamento) das dezesseis, as vinte e uma, entretanto chego em casa com o Algoliver, que é branco, parecendo um torrão de barro vermelho!
Agradeço e peço perdão a Deus, pois é mais uma vitória alcançada por um peregrino, que mesmo tendo alguma dissidência com o Senhor ao chegar em São Pedro, mas Ele me suportou e me protegeu nas estradas.
Desculpe-me leitores, por publicar esta crônica, mas é para ficar na lembrança, como a “CRÔNICA DA SEXTA FEIRA” dia 18 de fevereiro de 2011.
“Puxa vida! Como me esqueci! Fazem dez dias que me solicitaram” – pensei.
Eram dezesseis horas. Eu deveria ir ainda aquela tarde, pois no sábado eu tinha compromissos em outra localidade.
Faço os preparativos, dou partida no Algoliver e saio pelas ruas de Ribeirão Preto, seguindo depois pela via Anhanguera, até o trevo de São Simão, cidade pela qual passo em suas cercanias depois de trinta minutos.
Observo que pelos lados de Santa Rosa do Viterbo o céu se encontra escurecido pelas nuvens anunciando muita chuva. Em mais quinze minutos chego naquela cidade, onde tomo informações dos caminhos a seguir para S. Pedro do Morrinho. Recordava-me vagamente, que há quinze anos atrás eu fora lá, por aquelas rotas, mas o tempo passara e eu esquecera-me por completo.
Depois de receber instruções de um motoqueiro que conhecia a estrada, sigo em frente, logo chegando num ponto em que eu deveria deixar a via asfaltada e adentrar por uma, que no momento, em razão das intensas chuvas está no puro barro.
De início o Algoliver começou a dançar, haja vista a ação das rodas na estrada parecendo quiabo de tão escorregadia.
São dezessete horas. Com morosidade, o bom Algoliver vai avançando, mesmo escorregando, hora para a direita, hora para a esquerda, o que nas subidas não me preocupa, todavia nas decidas, ele desliza mesmo freado, causando-me temor, nas beiradas dos precipícios que em certos pontos margeiam a estrada. O fato é que depois de quarenta minutos chego a São Pedro um tanto adrenalizado e vou direto para a igreja da CCB onde eu devo consertar o órgão.
Os fraternos me aguardavam, todavia desconsolados, pois não havia energia elétrica, e não sabiam quando ela voltaria. De minha parte penso em Deus. “Puxa vida, Senhor, vim com tamanha boa vontade, voluntariamente, sem pensar em cobrar nada; trafeguei trinta quilômetros de estradas impróprias e chego aqui, não há energia para meu trabalho!”
-Não pense mal do Senhor em voz alta, caro Luzirmil. Há um nobrak no templo, talvez sirva para seu trabalho. – disse o fraterno José, o porteiro, que fora abrir o salão do templo.
-E ele funciona o órgão em caso de falta de energia? – perguntei.
-Sim, mas o órgão funciona pessimamente.
-Bem, pelo menos terei como, à princípio, me orientar no que fazer.
Para minha alegria, naquele momento chega a energia da rede.
-A demanda de vocês é cento e dez, ou duzentos e vinte? – perguntei examinando o seletor de voltagem do instrumento.
-É cento e dez.
-O órgão porém está com sua chave seletora de voltagem para o lado de duzentos e vinte. Vou medir a energia da rede, antes que haja algum engano.
Meço a voltagem. A rede está fornecendo 127 volts, por conseguinte a demanda da casa deve ser mesmo a de 110 a 127.
Mudo o seletor. O órgão passa a ter um maravilhoso funcionamento. Nem foi preciso fazer nada nele. Desde um mês atrás que as organistas reclamavam do instrumento, e era só falta de energia, já que, para que ele funcionasse a contento deveria receber um fornecimento de 220 volts.
Fiz todavia algumas regulagens no vibrato, encerrando ali minha assistência.
A seguir, a convite do fraterno porteiro vou conhecer sua casa e fabricação de vassouras a base de tiras retorcidas de garrafas pets.
Caramba! Pude ver que ele tem o capricho de, com uma tesoura, cortar uma longa tira do envólucro da garrafa, depois passa por um lugar de calor e vai torcendo-a. Daquela tira ele faz pequenos pedaços com cerca de quarenta centímetros, ajunta-os e forma a vassoura, precisamente dita . Ele até me mostrou um diploma concedido pelo SEBRAE, o qualificando como profissional. Diz-me ele que com vinte garrafas pets, faz uma vassoura.
Parto de São Pedro as dezenove horas. O dia ainda está claro, entretanto nos trechos da estrada, circundados por matas, além dos escorregões, há algo de misterioso. Mas acho que é o medo do Algoliver escorregar pelas ribanceiras, já que algumas vezes ele não para, mesmo freado! Ufa consegui. Em quarenta minutos chego no asfalto, logo atravesso por Santa Rosa.
A noite caiu, faróis altos me deixam nervoso; mas com a ajuda de Deus, prossigo. Logo passo pelas imediações de São Simão, e depois de mais dez quilômetros chego na Rodovia Anhanguera. Em instantes estou pagando o pedágio (um roubo a descoberto nas estradas). Chego em casa por volta das vinte e uma horas. Me ocupei com a missão, (apenas para mudar o seletor de voltagem de um órgão que não estava com bom funcionamento) das dezesseis, as vinte e uma, entretanto chego em casa com o Algoliver, que é branco, parecendo um torrão de barro vermelho!
Agradeço e peço perdão a Deus, pois é mais uma vitória alcançada por um peregrino, que mesmo tendo alguma dissidência com o Senhor ao chegar em São Pedro, mas Ele me suportou e me protegeu nas estradas.
Desculpe-me leitores, por publicar esta crônica, mas é para ficar na lembrança, como a “CRÔNICA DA SEXTA FEIRA” dia 18 de fevereiro de 2011.
Luzirmil
Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2011
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